segunda-feira, 30 de junho de 2008

Punks, New Waves, Velôs, Etc.





Escreveu, certa vez Caetano Veloso no Bicho de 1977: Deixa eu dançar, pro meu corpo ficar odara. Minha cara, minha cuca ficar odara. Deixa eu cantar, que é pro mundo ficar odara. Pra ficar tudo joia rara. Qualquer coisa que se sonhara. Canto e danço que dará. Daí, mesmo não sendo lá tão conveniente e nem em boas acomodações, o belo não teria a unanimidade e, por isso, a odara não foi permitida.

Por conseguinte, depois do mormaço do 40, disseram também a mim, que em um baú não só tem poeira não. Mesmo com todo mofo, eles insistiram, mas afirmaram, porém: Tem passado, tem presente, tem poesia, tem saudades. Tem lembranças... Tem amarelo na cara, fotografias desbotadas e bem datadas.

E foi botando a mão sem querer no meu matulão, que encontrei e puxei o panfleto acima. Amarelado e manchado; cheirando a mofo e velhinho; não sei afirmar o que vi, nem o que não vi, nem o que queria ver, nem o que estava escrito, nem tão pouco o que aconteceu naquele dia 16 de junho de 1984. Pois um zepelim, sobrevoou nos céus das cajazeiras e espalhou o véu do Aracati, sobre a Curicaca, que nunca mais cantou.

E se foi assim o muco, o moco, o breu do sétimo dia. Se ligue nos olhos da cobra verde e na página datilografada, mimeografada e procure saber. E se você não viveu, viva virtualmente, click na imagem acima e viaje no universo cosmopolita, contemporâneo da literatura cajazeirense dos anos 80.

Cleudimar Ferreira 

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