quinta-feira, 25 de abril de 2024

A VOLTA DO CINE AÇUDE GRANDE.


Design gráfico em primeiro plano por Getúlio


Os festivais de cinema realizados pelo país afora, tem feito coisa, mesmo, de cinema. É uma febre de prazer no bom sentido da palavra. Uns são mais importantes – levando em consideração, sua história, maior tempo de existência e volume orçamentário empregado na sua produção. Outros ainda novo, menus destacados, com pouco dinheiro ou buscando uma melhor equalização, se comparado com os já consolidados.

Não sei se o Cine Açude Grande, pode ser comparado com uma dessas duas versões, eu, pelo menos não sei, pois não vivo em Cajazeiras. Por conta disso, não conheço a sua logistica. O que eu sei é que a sua história, traz na sua trajetória, cinco ou seis realizações, cada uma das versões com crescimento de público e sucesso absoluto. Mesmo não sendo constante, já que tivemos alguns anos sem a sua realização, o Cine Açude Grande, segue numa crescente, que o tornará em breve num grande festival do gênero no alto sertão nordestino. É isso que se espera desse festival. 

Agora em 2024, o Cine Açude Grande, volta com força total. Portanto, você cinéfilo, amante do cinema, videomaker, documentarista e realizador, tem mais de um motivo para inscrever o seu filme. “Tire o seu filme do armário e corra para se escrever, pois o nosso portal mágico está aberto!” Assim se expressou a representação do festival.

Segundo a organização do festival, este ano o evento se multiplicará. No mês de agosto, por exemplo, uma novidade, será a realização da edição itinerante do festival, como preparação para o grande pool; para o seu grande acontecimento no mês de setembro. “Estamos ansiosos para encher as noites de setembro à beira do Açude Grande com filmes, oficinas, debates, pipoca, música no bar de Fonfom e, é claro, muitos abraços.” Afirmou mais uma vez a representação do evento.

Então, não perca tempo, vá até a página de inscrição do Cine Açude Grande e compartilhe e inscreva o seu filme. O filme que você está ansioso para mostrar nas nossas noites sertanejas. Vamos lá!

O V Cine Açude Grande é realizado através do edital Lei Paulo Gustavo da Paraíba e do Edital de Concessão de Fomento às Mostras e Festivais de Audiovisual, realização da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba, Governo da Paraíba, Ministério da Cultura e do Governo Federal.

por Cleudimar Ferreira



quarta-feira, 10 de abril de 2024

QUEM ESTUPROU ESMERALDA?

CRÔNICA ESCRITA POR DAMIÃO FERNANDES PARA O DIÁRIO DO SERTÃO EM 25.06.2016




Esmeralda Bernardo Gomes, é mais um nome desconhecido pela sua existência de quem é  ignorada pela sua dignidade de pessoa. Esmeralda Bernardo é uma mulher silenciada como tantas outras mulheres dessa cidade que sofrem violências domésticas ou estupros físicos e culturais. Esmeralda, pedra preciosa que é, ainda não tem pela “terra da cultura” o seu reconhecimento de uma cidadã de direitos. Essa Jovem é ainda tratada tal qual filha bastarda sem direito à herança. Tais pessoas semelhantes à Esmeralda, conseguem no máximo serem tratadas com atração circense ou elevadas ao título de “figuras folclóricas” quando a pretensão for apenas “fazer rir”. Cajazeiras é uma máquina de transformar seus sujeitos culturais em personagens de folclore; de transformar pessoas em vultos históricos.

Por isso, à Esmeralda é oferecida uma cidadaniazinha de segunda ou de quinta categoria. Tais cidadãozinhos, somente se tornam pauta de curiosidade coletiva quando são vítimas de violência física ou simbólica ou ainda quando sofrem a negação de seus direitos. Portanto, a visibilidade é sempre a partir de um pressuposto negativo. Pra ficar mais claro: Se a jovem Esmeralda não tivesse sido estuprada da forma que foi, ela iria continuar no silenciamento cultural que lhe era peculiar.

Como tantos outros, a importância de Esmeralda, na sociedade de Cajazeiras é mais como “figura folclórica” do que como cidadã legítima, visto que é mais fácil diminuir a pessoa e elevar a arte quando os interesses sobre a rótulo se sobrepõe ao da pessoa. Cajazeiras, julgando-se “a terra da cultura”, acaba por tornar as pessoas diferentes por seus talentos em folclóricas, como se fossem produtos de um tipo de indústria local.

Esmeralda Bernardo Gomes, foi violentamente estuprada, tendo por consequências do ato, um prolapso retal, ou seja, teve um extravasamento de parte do intestino para fora do organismo, pelo ânus. Penetraram o ânus da jovem Esmeralda com objetos diversos e rudes. Esmeralda Bernardo encontra-se, no momento em que você está lendo esse texto, numa enfermaria sofrendo as suas dores.

Quem estuprou Esmeralda? Que mulher ou homem de espírito público veio à mostra e emitiu uma nota de pesar à sociedade ou à família dela (se ainda ela tem) pelo ocorrido? A figura folclórica violentada não serve para o entretenimento ou para alimentar a ideia de que ela é nossa produção cultural, do nosso folclore. Quem estuprou Esmeralda não foi um ou não foram dois, fomos todos nós. Pois uma sociedade que não cuida daqueles que mais precisam de cuidado é também responsável por aquilo que lhe acontece. E a depender do tamanho da omissão, torna-se réu do mal que lhe sobrevém. Cotidianamente, Esmeralda é estuprada pela nossa indiferença política, social e exclusão cristã.

A sociedade de Cajazeiras, comete estrupo em Esmeralda e em tantas outras “esmeraldas” dessa cidade, quando insiste em tratá-las apenas como nossos produtos culturais circenses ou nossas “figuras folclóricas” de diversão. Será essa mesma sociedade patriarcal e machista que reinventará as condições para o estupro ao promover um tipo cultura como um modo de ser sustentado na violência quando muitas vezes são culpabiliza das pela dor sofrida. Tal sociedade só pode ser o resultado de uma cultura que só pode produzir subjetividades aberrantes.

[Esmeralda Bernardo Gomes, 47 anos - Conhecida folcloricamente como BABALÚ]

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terça-feira, 26 de março de 2024

O mais nobre valor de Cajazeiras está sendo destruído

por JOSÉ ANTONIO DE ALBUQUERQUE





Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

No célebre poema “Os Lusíadas”, Camões narra a viagem em que Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para as Índias. Na terceira estrofe, os versos inflamados “Cesse tudo que a Musa antiga canta/ Que outro valor mais alto se alevanta” referem-se à superioridade dos feitos portugueses sobre todos os outros cantados na Antiguidade e significam que tudo que foi escrito antes deveria ser esquecido.

Cajazeiras e seus filhos foram atingidos por um fato inesperado, uma surpresa sem precedentes, que põe por terra séculos de história, que destrói uma narrativa forte que celebra a importância de nosso berço querido, numa tentativa de destruir a simbologia de nossas conquistas e tradições.

Quantas vezes, no decorrer da vida efervescente, somos atingidos por algum fato inesperado, uma surpresa sem precedentes ou de um fato que abala nossa estrutura!
Mas qual o “valor maior que se alevanta?” A história, como Mestra da Vida, nos ensinou que Cajazeiras foi a “cidade que ensinou a Paraíba a ler”, mas que de repente, em um Portal da cidade, foi tudo por terra e passou a ser a “Cidade da Cultura”. Uma verdadeira catástrofe e uma insânia acompanhada de uma imensa tristeza. Dói n´alma ver toda uma narrativa ser posta por terra.

Alcides Carneiro nunca foi tão feliz em sua vida no dia em que usou da tribuna, com seu eloquente discurso, em meio ao povo bradar: “Cajazeiras, cidade que ensinou a ler”, frase que tem gerado inúmeros artigos, trabalhos de conclusão de curso e tese de mestrado. Não existe nada mais significativo e representativo para nós cajazeirenses do que esta frase de Alcides Carneiro.

E o mais importante em tudo isto é que temos sobradas razões de andar propagando-a pelo mundo afora. Poderia ilustrar com inúmeros exemplos porque Alcides assim se expressou com relação a nossa cidade. Nós que poderíamos ter um museu dedicado somente aos fatos ligados a esta narrativa, agora nos aparece na entrada da cidade como terra da cultura. Cultura de que, pelo amor de Deus? Como vamos justificar esta triste mudança?

Prefeito José Aldemir, de quem já ouvi inúmeras vezes, a frase de que sua cidade ensinou a Paraíba a ler, antes do término de seu mandato, ainda dá tempo de corrigir este grave erro histórico, com relação ao nosso amado torrão natal e se transforme em Camões e brade: “cesse tudo que a antiga musa canta e que outro valor mais alto se alevanta” e mande destruir, sim destruir essa invenção de “terra da cultura” e erga um imenso e enorme portal, para nossa glória, que “Cajazeiras foi a cidade que ensinou a Paraíba a ler”. Pelo amor de todos que amam esta cidade transcenda os umbrais do cume, sem orgulho, com amor-próprio, empregando as armas da humildade e da lealdade e não vire suas costas para a bela história desta cidade, então, mande retornar ao seu leito o que existe de mais fiel para traduzir a história deste povo sertanejo, que nasceu em torno do ensino e que ele continua sendo a pujança e a grandeza desta cidade que nasceu para brilhar e ensinar. A História é a mestra da vida.

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domingo, 10 de março de 2024

Delegados das 12 Regionais de Cultura da Paraíba, marcaram presença na 4ª Conferência Nacional de Cultura em Brasília




Terminou sexta-feira (08) passada, em Brasília, a 4ª Conferência Nacional de Cultura (CNC). A realização do evento foi uma iniciativa do Ministério da Cultura e teve como tema central Democracia e Direito à Cultura.

Com esse 4ª CNC, encerrou-se o intervalo de mais de dez anos, desde a última conferência, promovida em dezembro de 2013. Essa versão começou com 140 propostas acolhidas nos municípios, estados e Distrito Federal. Os grupos de trabalho escolheram 84 prioridades, que se transformaram em trinta, nas plenárias dos seis eixos temáticos.

Ainda nessa sexta, na plenária final, no período da manhã, os delegados ainda discutiram, modificaram, aprovaram e rejeitaram algumas propostas apresentadas. As dezenas de moções aprovadas em bloco, não entram no texto final das trinta propostas aprovadas pela conferência.

O texto final contendo essas trinta propostas, consideradas pelos delegados presente, são prioritárias dos seis eixos temáticos da conferência. Durante os cincos dias do evento, os mais de mil e duzentos delegados, analisaram, debateram votaram e aprovaram as propostas vencedoras, vai definir os rumos das políticas culturais que serão implementadas no País nos próximos anos.

A Paraíba marcou presença com 60 delegados. Os participantes do nosso Estado na conferência, representaram as doze regionais de cultura e de todas as linguagens setoriais que foram eleitos em novembro do ano passado na Conferência Estadual de Cultura, realizada em Campina Grande.

De forma majoritária, a delegação paraibana defendeu com os demais participantes das unidades federativas do país, uma política cultural descentralizada, em que o Governo Federal dê mais protagonismo ao papel dos estados e dos municípios na execução das políticas culturais.

O secretário de Estado da Cultura da Paraíba, Pedro Santos, saiu otimista do evento. Ele fala o que pensa sobre essa política mais descentralizada. 

“Não deveria caber ao Governo Federal executar editais, quando existem os estados e os municípios, na ponta, e que podem ser importantes braços para garantir que essa política cultural chegue mais longe”.

No seu entender, a Paraíba já adota, desde a Lei Paulo Gustavo e segue agora na Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, a descentralização e democratização dos recursos, fazendo com que as políticas culturais locais cheguem nos mais distintos recantos do estado. A ideia, assim, é que esse tipo de perspectiva seja institucionalizado em nível federal.

“Defendemos a estratégia da regionalização, que é uma forma de alcançar com as políticas culturais a totalidade dos estados e o maior número possível de municípios. Nós achamos que essa é uma estratégia extremamente pertinente”, afirmou Pedro.

A proposta da Paraíba é defendida em diferentes fóruns e reuniões já realizados ao longo da Conferência. Por exemplo, na reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura e no debate realizado junto com a Fundação Nacional de Arte (Funarte).

“Estamos fazendo um debate propositivo e reflexivo. Apresentando ao Ministério da Cultura propostas de desenvolvimento de políticas culturais que tenham efetividade. Que possibilitem a construção de políticas públicas que tragam resultados”. Disse Pedro.



fonte: https://fontecz.com.br/conferencia-aprova-30-propostas-de-politicas-publicas-para-cultura-texto-final-definira-diretrizes-para-o-setor-para-os-proximos-10-anos/

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Casarão nº 01, da Rua Padre Rolim, em Cajazeiras (PB) e sua história trágica de uma família e abandono.

por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira - Pepé


Casarão de nº1 da Avenida Padre Rolim - Centro. Segundo Pepé, construido por Mãe Aninha

A última casa construída por mãe aninha e que tem um endereço único: rua padre rolim número 01, esquina com a travessa Joaquim bezerra, quase fundos da igreja nossa senhora de Fátima, que de tanto tempo ao abandono, já está caindo seu reboco. Construído por nossa matriarca para servir como uma espécie de Casa Paroquial para os primeiros vigários de nossa Matriz, como Padre José Tomaz, somente para dar um exemplo, foi palco de muitas mais histórias e estórias.

Segundo eu soube desde menino, dos antigos habitantes dessa casa, que eu morava (e moro) nas proximidades, na minha infância, era a bodega (venda) de Seu Zuca Ludgero, onde eu fazia as primeiras compras, brocha, traque uns brinquedos bobos chamados rói-rói, e já sob o comando de Heleno Alves, o Joaquim da Bodega, eu inaugurei minha carreira na confraria dos etílicos, ou seja, tomei lá meu primeiro porre (a cachaça era Serra Grande). Foi o que o pessoal do Pasquim chamava: um porre homérico.

Naquele casarão, moravam, além de Dona Julia - “Mãe Julia”, como a chamava Lucinha, D. Irene, Reginaldo e seus filhos, Lúcia Rolim e seus irmãos, Ronaldo, Lavoisier (Ziê), Lena Guimarães e Leda, que foram nossos primeiros amigos da primeira infância, o irmão mais novo e mais famoso, Dr. Leonardo Rolim, ainda não tinha nascido, pois só veio a nascer quando Reginaldo e D. Irene se mudaram para Araripina (PE).

Existe, ainda, uma história trágica de certa forma ligado a essa casa centenária: lá, residiu uma das pessoas mais inteligentes, que já conheci o Dr. Leonardo Rolim -, filho de D. Julia -, médico, que chegou nos tempos do governo de João Agripino, a atuar nos altos escalões de nosso Estado, se não me falha a memória, era subsecretário de saúde e se envolveu com uma moça, e veio a engravidá-la na Capital. O pai dela, então, foi tomar satisfações e ele de posse de uma arma, atirou e veio a atingir sua namorada grávida, matando mãe e filho, o que naturalmente o deixou arrasado e ele foi para São Paulo onde fez vários cursos, vindo depois a residir, em Cajazeiras, com sua mãe. Foi secretário de Saúde do Município e era um dos maiores médicos, e o melhor dermatologista da região, além de outras especialidades. 

Quando do falecimento de sua mãe e depois a transferência de sua irmã, Têca, para o Crato (CE), numa noite de Natal, esse veio a cometer suicídio naquela casa, numa morte que a gente mais próxima muito sentimos.

Esse vetusto casarão, construído na melhor técnica do norte de Portugal, trazida ao nosso país por nossos ancestrais, tem aquelas cumeeiras altíssimas, que entre outras coisas, serviam para dissipar por entre as enormes telhas de barro, o calor que era gerado no interior de nossas casas, minorando a sensação térmica, que quando se forravam essas casas, elas como que viravam um forno, pois o calor que entra e é gerado por gente, fogões bichos, etc., esbarram no forro e não são dissipados nas telhas. Hoje, se colocam aparelhos de refrigeração. 

Agora, o que vemos é um casarão por onde passa nossa história, que tombado pelo Patrimônio histórico, fica ameaçada de tombar pela lei da gravidade. Em vários pontos, o reboco já está caindo, isso o que a gente vê por fora, internamente, não me é permitido avaliar a condição desse.

Assim e pelo que relatei, na minha opinião, aquele imóvel, tanto pela sua história, como pala sua localização, merece um destino menos funesto do que o que acometeu a casa de Dr. Otacílio Jurema, bem como a casa de Vicente Barreto, que foram tombadas fisicamente e não existem mais. Fica a sugestão para um movimento preservacionista. Seria um local que devia e deve ter outro destino. Se todos nós se unirmos quanto a esse e outros patrimônios, podemos preservá-los e preservando a história, se preserva também a alma da cidade.

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

DIZ O TEXTO A SEGUIR





Cajazeiras: Terra da Educação e da Cultura, e que faz bem ao espírito
por SERGIO BOTÊLHO. PUBLICADO NO BLOG PARA ONDE IR, EM 28.01.2021
 

Você junta a fama de que foi Cajazeiras quem ensinou a Paraíba a ler, com a fome de cultura expressa na vontade de sua juventude, eventos culturais importantes, a tradição e a história do Teatro Íracles Pires, tudo isso, aliado a um enorme pendor pela Comunicação, na população, e você tem um retrato bem fiel do que é a cidade de Cajazeiras, no Alto Sertão Paraibano.

O responsável direto pela fama de que a cidade teve a iniciativa de ensinar a Paraíba a ler foi o Padre Inácio de Sousa Rolim, nascido numa fazenda da região, e que, pouco tempo depois de ser ordenado sacerdote, em Olinda, voltou às origens e fundou uma primeira escola, a “Escolinha de Serraria”. Na sequência criou um novo colégio que viria a atrair figuras de várias regiões do estado da Paraíba, e, ainda, de estados vizinhos, a exemplo de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Um deles foi o mítico Padre Cícero Romão, de Juazeiro.

TRAJETÓRIA

O conjunto da obra que deu início à cidade - isto, entre os anos de 1825, quando o Padre Rolim foi ordenado, até 10 de julho de 1876, quando Cajazeiras virou município, forjou o espírito da cidade, mergulhada no gosto pela educação e pela cultura. A inauguração do Teatro Íracles Pires, em 1965, foi um marco cultural importante para a cidade. Reformado e ampliado em 2018, a Casa é hoje a principal referência para o teatro, na região.

Cajazeiras comemora aniversário em 22 de agosto - tida como sua data de fundação, nos idos de 1863 -, geralmente com uma grande festa, onde, evidentemente, não falta uma prestigiada programação artística, envolvendo teatro, música, literatura e folclore, principalmente, com forte apelo turístico, sempre.

Bom lembrar, como atrativos, além do Teatro Íracles Pires, a Biblioteca Pública Municipal Doutor Castro Pinto, a antiga Estação Ferroviária, a Estátua do Cristo Redentor, a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima e a Igreja de São João Bosco.

Estando, pois, na Paraíba, convém visitar Cajazeiras, envolvendo-se espiritualmente com um ambiente que transpira cultura.

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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Cantos do Carnaval de Cajazeiras

por Linaldo Guedes





Uma cidade não se faz apenas com cal e concreto ou com acontecimentos políticos e históricos. Ouso dizer que o coração de uma cidade está na arte, na cultura. Quando viajo por esse Brasil afora, busco ler os poetas, ouvir as músicas de seus compositores, ver o teatro local. Através deles, conheço mais a alma daquela cidade, seus sotaques, gostos, 
manias e personagens, do que via qualquer compêndio de história.

O que mais encanta em Cajazeiras neste período de Carnaval, para quem é devotado à cultura, são as músicas feitas por artistas da terra. Ouvindo-as, nas emissoras de rádio e nos blocos, sabemos um pouco mais sobre nossa terra e sobre seus principais personagens. Vejam que nomes como Geraldo Nascimento, Maestro Dedé, Pintado, João Fubuia e outros são temas de canções. Tais nomes dificilmente entrarão nos livros de história local, mas serão lembrados sempre através da música, através da arte, como até hoje lembramos de João de Manezinho sempre que ouvimos a canção carnavalesca em sua homenagem.

Neste sentido, não há como deixar de reverenciar esses compositores cajazeirenses que dão identidade local às suas músicas. Nomes como Jota França, Tatico, Naldinho Braga, Mário Filho, Júnior Terra, Marcos Rogério, Nóia, Marcos Rodrigues e outros são tão importantes para Cajazeiras quanto os políticos e os profissionais liberais. Assim como são nossos atores e atrizes, nossos poetas, cineastas e artistas de uma forma geral. São eles que ajudam a perpetuar a identidade da terra que ensinou a Paraíba a ler. Que também é terra da cultura, e esse é o nosso legado maior sempre, além da educação.


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

SECRETARIA DE CULTURA E TURISMO DE CAJAZEIRAS TEM NOVA DIREÇÃO

por Cleudimar Ferreira

A nova Secretária Sônia Braga ao lado do Prefeito José Aldemir
Com a saída não muito anunciada de Ubiratan di Assis da Secretaria de Cultura e Turismo de Cajazeiras, que dirigia a mais de seis anos as demandas culturais no município, o prefeito José Aldemir, acredite, nomeou nada mais, nada menos que Sônia Braga para ocupar a pasta deixada por Ubiratan. Mas peraí... Calma, não é a atriz! Aquela de A Dama do Lotação, Aquarius e Bacurau. Vamos colocar um adjetivo antes, é a professora Sônia Braga. Cajazeirense da gema.
Sônia Braga, que em 2020 foi indicada por Aldemir para a secretaria de desenvolvimento econômico, agora assume a cultura em meios aos apelos da classe artística da cidade, que almejava por uma indicação, que contemplasse um nome que estivesse ligação direta com a produção cultural local - o que não era difícil para José Aldemir escolher, já que a cidade tem um celeiro farto com nomes bem qualificados, pessoas inteligentes e criativas, mas que por questões de foro político, o prefeito preferiu dar vasão ao orgulho de sua autoridade e não ateve aos anseios da classe artística da cidade.
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo é responsável pelo gerenciamento dos investimentos do FUMINC - Fundo Municipal de Cultura e os das Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo no âmbito federal. Dinheiro destinados ao fomento da cultural e do turismo local. A parte do orçamento municipal destinada o FUMINC, para 2023, por exemplo, foi algo em torno de 120 mil reais, o que é muito pouco, dado a importância do que historicamente se produziu até aqui, pelos seus artistas, em termos de arte e cultura na cidade. Sônia Braga irá gerir essa pasta ao lado da também nova Secretária Adjunto de Cultura e Turismo, Cristina Lima, indicada também por José Aldemir. 
Cristina está na Secretaria de cultura desde o início da gestão do atual prefeito, tendo atuado nas gestões dos ex-secretários Chagas Amaro e Ubiratan di Assis. As duas irão conduzir a cultura no município todo esse ano, até primeiro de janeiro de 2025, quando entregarão os cargos ao novo secretário, que obviamente será nomeado por novo prefeito, que será eleito nas eleições deste ano.
Bom, de acordo com a pisado do Hulk, que são bastantes fortes e em certos momentos desmanteladas, em se tratando de cultura, já tem sido uma prática danosa a essa atividade, os prefeitos nomearem nomes, não por critérios técnicos ou afinidade cultural, mas por indicações de ordem particulares, que a prática política partidária exige e demanda. Só que no caso de Cajazeiras, a história cultural da cidade e, o muito que ela tem produzido, elevado o nome do município em âmbito nacional e internacional, precisa ser respeitado com critério. Ou eu estou errado ou o obvio não seria esse?
QUERO SUA OPNIÃO SOBRE ESSE ASSUNTO. DEIXE O SEU COMENTÁRIO.


Com informações do Diario do Sertão.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Editora de Cajazeiras Lança Concurso Literário - Poesia em 2024.




Concurso da Arribaçã em 2024 vai premiar autores e autoras com publicação de três livros de poesia nos formatos impresso e em e-book
Já estão abertas as inscrições para o II Concurso de Poesia Arribaçã. E tem novidade no Concurso de Poesia da Arribaçã para 2024. Desta vez, serão premiados com a publicação do livro três autores ou autoras, e não apenas um livro, como foi na primeira edição, cujo vencedora foi Angela Zanirato, com “Madalenas desarrependidas”. As inscrições vão até 15 de abril. O edital vai no anexo e já pode ser acessado no site da editora, na aba Concurso de Poesia Arribaçã.
O concurso tem o objetivo de promover e estimular a literatura contemporânea feita no Brasil, premiando o vencedor ou vencedora com a publicação de um livro impresso e em e-book e o segundo e terceiro colocados com a publicação do livro em e-book. Podem realizar a inscrição autores/autoras brasileiros (as) maiores de 18 anos residentes em qualquer região do país, não sendo permitida inscrições de quem não resida no Brasil. É vetada a participação de membros da Arribaçã Editora e de membros da comissão julgadora. A inscrição será feita exclusivamente pelo Email: concursoarribaca@gmail.com
O prêmio máximo do II Concurso Literário Arribaçã Editora - Poesia será a publicação de um livro impresso com até 120 páginas. Só o vencedor ou vencedora terá o livro impresso publicado, e este terá o livro publicado também em e-book. O livro impresso terá tiragem de 100 exemplares, sendo 60 para o autor ou autora e 40 para a Arribaçã Editora. O segundo e terceiro colocados terão seus livros publicados em e-book.
Os textos inscritos serão avaliados por escritores de expressão no cenário literário brasileiro e/ou por especialistas em literatura. A comissão, que será definida pela Arribaçã, é soberana e não caberá recurso de suas decisões. A comissão avaliará critérios como originalidade, linguagem, imagética, ritmo, entre outros. A comissão não terá acesso ao nome original dos autores e autoras concorrentes durante o período de avaliação. Os membros da comissão receberão os livros apenas com o conteúdo e com os pseudônimos dos concorrentes.
Este é o segundo concurso de Poesia da Arribaçã. O primeiro foi realizado em 2020, premiando “Madalenas Desarrependidas”, de Angela Zanirato. Foi o primeiro livro da autora, que depois deste lançou outras obras literárias. No primeiro concurso, receberam menções honrosas: Clariça Ribeiro, com “Ecos do céu da boca”, Eugênia Correia, com “Carapuça”, e Lourenço Dutra Jr. com “Uma cidade de concreto e de sonho”. Todas as três obras que receberam menções honrosas foram publicadas na sequência.
Sediada em Cajazeiras, Alto Sertão da Paraíba, a Arribaçã comemorou em setembro do ano passado cinco anos de atividades. Tem em seu catálogo mais de cem livros publicados, em todos os gêneros literários, além de livros acadêmicos, biografias, história e infantil. A editora faz livros impressos e em e-books e tem uma livraria física em Cajazeiras, onde fica sua sede. Os poetas e jornalistas Lenilson Oliveira e Linaldo Guedes são os editores.

Clique aqui, confira o edital e faça sua inscrição:


Fonte: https://www.facebook.com/linaldo.guedes

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Sobre o cimitério mais antigo da Paraíba, escreveu assim José Antônio de Albuquerque:

por: José Antônio de Albuquerque


Antiga foto do Cemitério Coração de Maria - Cajazeiras, inaugurado em 1866.

Cemitério “Coração de Maria” em Cajazeiras (PB), no centro da cidade, abriga os túmulos das mais proeminentes e tracionais famílias de Cajazeiras. Quando do início do seu funcionamento, após a demolição do cemitério primitivo - que era localizado onde hoje é a Praça dos Carros - os mais abastados fizeram o translado dos despojos dos seus entes queridos para o novo local.

“És pó, e ao pó retornarás”. Genesis 3.1
Meus pais estão sepultados no Cemitério Coração de Maria e constantemente vou “conversar”, me aconselhar, ouvi-los, pedir opinião sobre os meus negócios e fazer comunicações.
Sempre vou ao Cemitério Coração de Maria, faço outras visitas, com o olhar sobre o passado dos homens e das mulheres que ajudaram a construir esta cidade.
Diante do túmulo de Cristiano Cartaxo li o que está gravado em mármore a sua “ascensão”, belo soneto, que expressa toda a sua grandeza como poeta:
“– Atravessaste o vale, a planície florida
Absorto na visão dos encantos da estrada.
Eis agora ao sopé da montanha da vida,
Que irás subir a fim de alcançar a chapada.
Coragem moço! Eu sei que é íngreme a subida.
Que importa? Vencerás, passada por passada,
Para a glória de o sol beijar-te a fronte erguida.
- E depois? - é a descida, é a morte, é a volta ao nada…
Mas, tanto que atingi o cimo da montanha,
A fronte em suor, os pés em sangue, as mãos em brasa,
Senti que mergulhara em claridade estranha.
E a verdade esplendeu em toda a intensidade:
É uma ascensão a vida! Eu necessito de asa
Para me erguer mais alto em rumo à Eternidade!”.
Bem próximo do túmulo do poeta está sepultado Justino Bezerra símbolo da força do coronelismo que o fez prefeito de Cajazeiras. No interior da capela, na nave central, jaz Monsenhor Constantino Vieira, educador emérito de gerações e guia espiritual de muitos cajazeirenses. A direita de quem entra estão sepultados: Monsenhor Sabino Coelho, sacerdote responsável pela reabertura do Colégio Diocesano Padre Rolim, em 1903 e da criação do patrimônio, após andar 400 léguas a cavalo, para instalação da Diocese de Cajazeiras, homem que segundo Monsenhor Vicente Freitas, tinha sido o maior entre todos os sacerdotes que contribuíram com o crescimento de Cajazeiras e vizinho está Bosco Barreto, que prefiro relembrar da sua fase revolucionária, subversiva, de “inflamador” e condutor de multidões em busca de justiça social, do homem perseguido pela “Revolução” de 1964, o conspirador e político de oposição.
É neste cemitério que está sepultado o americano John Hanififlin, morto em um duelo, em 1923, quando participava da construção do açude de Boqueirão, por um mestre de obra, cuja mulher o americano queria conquistar.
Vou ainda ao túmulo de seu Chiquinho Oliveira, o homem mais inteligente que esta cidade já teve, autodidata e mestre dos mestres diante de um torno mecânico. No túmulo majestático da família Matos está sepultada uma das mulheres que mais projetou esta cidade: Ica Pires - a atriz, a diretora de teatro, a extraordinária declamadora, a radialista e contestadora que sempre esteve à frente de seu tempo e que não tinha medo de “topar” os donos do poder para defender Cajazeiras.
Caminhando pelas alamedas tortuosas do Cemitério Coração de Maria, inaugurado em 1866, para substituir o cemitério Coração de Jesus, fundado por Padre Rolim em 1838, se constituindo no mais antigo cemitério da Paraíba, lendo o que está escrito nas lápides dos túmulos relembramos muitos fatos, misturados e entremeados de saudades da história de nossa cidade.
Parece meio estranho, mas todas as vezes que visito o Cemitério Coração de Maria, sinto como se estivesse andando pelas ruas de Cajazeiras, vivendo a sua história, muito embora “é a descida, é a morte, é a volta ao nada…” ou é o “rumo à eternidade”, como canta Cristiano em sua “Ascensão”.
Nas alamedas da eternidade, os rastros da saudade e das eternas lembranças dos nossos entes queridos, na certeza de que no amanhã seremos nós os habitantes destas alamedas!
Neste dia 02 de novembro, as saudades dos muitos amigos que já se encontram no céu e a certeza do nosso reencontro nas vielas da eternidade.
A todos os meus familiares que estão sepultados nos Cemitérios de Cajazeiras, a minha eterna lembrança e uma imorredoura saudade e em especial a minha nora, Maria do Socorro Abrantes de Albuquerque, que faleceu muito jovem, no último dia 28 de junho, noite de São Pedro, e que nele está sepultada.
 



fonte: José Antônio de Albuquerque (do Grupo de Comunicação Alto Piranhas)

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Enquanto o carnaval não chega, as prévias vão rolando


            
VEJA ESSE BELO CENÁRIO!


Poi é, enquanto a folia de momo não chega, as prévias carnavalescas tem que acontecer para esquentar os foliões e deixar todos preparados para cair na folia, a partir do dia 8, E nesse clima, hoje, dia 02 (sexta-feira), às 20 horas, sob a briza desse encantado cenário, que poderia ser transformado no oases do sertão, essa imagem vai ficar melhor ainda com a apresentação do "NOSSO AFOXÉ". que vai fazer a sua tão esperada prévia de carnaval. Então você não tem motivos nenhum para ficar em casa. Venha, por que o Leblon está de braços abertos, esperando você. 

foto: Nonatto Saraiva



VEJA O QUE VAI ROLAR NO CARNAVAL 2024 EM CAJAZEIRAS

 


Os organizadores do Carnaval de Rua de Cajazeiras, principalmente os responsáveis pela discriminação dos dias e horas das saídas dos blocos populares, definiu a programação que ficou especificada assim. Veja:

DESFILE DOS BLOCOS

QUINTA-FEIRA (8)
Bloco Afoxé de Quinta (Atrações: Cigano e Banda Afoxé)
SEXTA-FEIRA (9)
Bloco Imprensados (Atrações: Forró de Alta e Ricardinho)
Bloquinho da Diversidade (Atrações: Lukinhas Imperador e Caio DJ)
Bloco Orin Igbadu (Atração: Banda Orin Igbadu)
SÁBADO (10)
Bloco das Virgens (Atração: Tikinho Pankadão e Biguinho Show)
DOMINGO (11) 
Bloco Amélia Nunca Mais (Atrações: Raiara Moura e Armanda Caroline)
Bloco Zé Liança (Atração: Tikinho Pankadão)
Bloco do Índio (Atrações: Jonas Safadão e Popó Silva)
Bloco Vamos Hablar (Aguardando confirmação das atrações)
Bloco Maluco Beleza (Aguardando confirmação das atrações)
SEGUNDA (12)
Bloco Cafuçu (Atrações: Pagode Brega e Orquestra Retrô)
TERÇA (13)
Bloco Dindin de Cajá (Atrações: Tote Barreto Kids e Ricardinho)

PRAÇAS ALTERNATIVAS

PRAÇA DO FREVO
SÁBADO (10)
Atrações: Orquestra de Frevo Santa Cecília e Tropicana
DOMINGO (11)
Atrações: Orquestra de Frevo Clarins de Momo e Frevuna
SEGUNDA (12)
Atrações: Orquestra Uiraunense de Frevo e Edu Batera & Orquestra Retrô
TERÇA (13)
Atrações: Orquestra de Frevo Clarins de Momo e Santa Cecília

PRAÇA DO ROCK
SÁBADO (10)
Atrações: Banda A Volante, Banda Backroad e Banda Arlequim
DOMINGO (11)
Atrações: Banda Laura Freire, Banda Peleja e Banda Conspiração Apocalipse
SEGUNDA (12)
Atrações: Banda Lothbrock, Banda Descendentes das Tribos e Banda Danos Morais
TERÇA (13)
Atrações: Banda Conexão Rock Retrô, Banda Baião d'Doido e Banda Anarquia Organizada

BECO CULTURAL
SÁBADO (10)
Atrações: Dj Klyfer, Dj Theewz, Dj Mulher do F. M. e Dj Karlos
DOMINGO (11)
Atrações: Som Livre, Dj Theewz, Dj Gabs e Dj Dvart
TERÇA (13)
Atrações: Som Livre, Dj Theewz, Dj Karlos e Dj Knust

CORREDOR DA FULIA

Foi divulgada a participação da cantora Solange Almeida, do cantor Kiko Chicabana, da Banda Biquini Cavadão, Dan Ventura, entre outras atrações no corredor da folia, que esse ano será em todo percusso da Avenida Cel. Juvêncio Carneiro e só vai acontecer até as 4 horas da manhã, prazo estipulado pela órgãos do judiciário e da segurança local. Veja as atrações:

ATRAÇÕES DO CORREDOR DA FOLIA
SÁBADO (10)
Atrações: Solange Almeida, Turma da Bregadeira, Léo Mariano e Biguinho Show
DOMINGO (11)
Atrações: Kiko Chicabana, Flávio Pisada Quente, Edson Cantor e Luiza Nobre.
SEGUNDA (12)
Atrações: Biquini Cavadão, Tony Barra e Jefinho Estilizado.
TERÇA (13)
Atrações: Dan Ventura, Bonde do Brasil, Banda Sensação e Judimar Dias.

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sábado, 27 de janeiro de 2024

A Editora e Livraria Arribaçã está em nova sede. Mais ampla e multicultural

Com informações de Linaldo Guedes





A Editora e Livraria Arribaçã, está a partir de hoje, sábado 27 de janeiro, em novas instalações. O novo espaço fica na Rua Felismino Coelho, 47, Sala 36, no centro comercial de Cajazeiras. Para ser mais preciso, no popularmente chamado Prédio do Bispo, na rua paralela onde antigamente funcionou o Cine Teatro Pax.

Agora o endereço é bem maior, com espaço também para lançamentos de livros, realizações de saraus; podendo ser um ambiente para exposições de artes, já que a editora tem como prática, o exercício da promoção das artes visuais na cidade, realizando sempre, exposições de arte na sua galeria. No local, a editora disponibiliza ao visitante, todo seu acervo e mais, a venda de livros usados de outras editoras, bem como, objetos de artesanato, peças das louceiras, cds e dvds. Ou seja, mais ampla e multicultural.

Portanto, você que visita Cajazeiras, tem como opção cultural, conhecer as novas instalações da editora e voar nas asas da Arribaçã. Semana que vem, seus editores, já programou o lançamento da coletânea “Cordel do Encanto Feminino”, que reúne cordelistas de todo o Nordeste. Sinta-se brevemente convidado!


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sábado, 20 de janeiro de 2024

SUA MAJESTADE A RAINHA JOANA DE CAMPINA GRANDE:

por Walter Tavares

as novas gerações nunca ouviram nem falar, mas os campinenses das gerações dos anos 1940/1950, que estão vivos, talvez ainda lembrem ou tenham ouvido falar de uma das personagens de rua mais populares da história passada de Campina Grande, a Rainha Joana. Uma moça loira que viveu e envelheceu dormindo e perambulando pelas ruas centrais da cidade, entre o final dos anos 1930 à década de 1950. Contam os que a conheceram que ela enlouqueceu por conta de uma desilusão amorosa, após apaixonar-se por um rapaz rico e de família tradicional da cidade. Na sua sofrida vida houve um tempo em que jovem e muito bonita chamava a atenção dos rapazes que a cortejavam, entre os quais  aquele que viria a ser o amor impossível de toda a sua vida e com o qual acreditou que viria a casar-se. Mas como num folhetim de novela, o rapaz rico abandonou a moça pobre que, extremamente desiludida, passou a viver um pesadelo que lhe trouxe a fraqueza mental. O noivo e o casamento que tanto sonhou lhe tirou o juízo, e a própria família abandonou Joana, que passou a sobreviver de esmolas nas ruas centrais, acreditando ser uma Rainha. Sua bagagem real era uma cesta, onde conduzia um vestido longo usado, uma coberta encardida, um velho par de sapatos gastos, um pente e um vidro de óleo perfumado que usava acariciando os outrora lindos cabelos loiros. Joana, já bem velha, ainda se apresentava como rainha, a Rainha Joana,  que ia casar-se com um rei. E como no enredo do genial Joãosinho Trinta, Ratos e Urubus Larguem Minha Fantasia, na vida da Rainha Joana tudo também reluziu, era ouro ou lata, formou-se a grande confusão, qual areia na farofa era o luxo e a pobreza no seu mundo de ilusão... Ela, louca e mendiga, acreditava que suas vestes eram reais, eram mantos de ouro e toda Campina Grande lhe pertencia. Eram suas todas as lojas e edifícios imponentes da época, como o Grande Hotel, a Prefeitura, o Cine Capitólio e os Correios, e as igrejas eram palácios de sua propriedade. Usava uma coroa de cordas e de molambos, e ao amanhecer, depois de dormir a cada noite na calçada de um dos seus palácios era acordada pelos seus súditos, a molecada da cidade que a insultava chamando-a de rainha, que para ela não era insulto e sim uma saudação real. Passava os dias perambulando por uma Campina art déco, cantando as marchinhas carnavalescas dos clubes do seu tempo de jovem: Regador, Cana Verde, Caiadores, Chaleiras, Beija-Flor e Dona Não Grite, promovendo "cerimônias reais" públicas onde condecorava populares com tampinhas de garrafa ou recitando quadrinhas poéticas que recordavam um amor que alimentou por muito tempo e depois morreu, deixando-a ao relento, cheia de amarguras e saudades, abandonada e louca, como nesta foto de 1951, em que  ela aparece já bem velha, com sua coroa e seus trajes reais nos degraus da Matriz, pronta para mais um recital: "Quem disser que não chorou, Querendo bem, é mentira, Querendo bem de verdade, Chora, soluça e suspira..."
A louca Joana e as histórias de uma Rainha da Borborema.
"Quem já passou por essa vida e não viveu,
Pode ser mais mas sabe menos do que eu.
Porque a vida só se dá pra quem se deu,
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu" (Vinicius de Morais)

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