domingo, 1 de dezembro de 2024

Os Perigos de Nyoka

porFrutuoso Chaves

A atriz Frances Grifford, em 'Jungle Gril' (Garota da Selva). Seriado de 1941


O menino que eu fui aguardava com certa ansiedade as noites do sábado, no Pilar da minha infância. Às 20 horas, em ponto, Seu Zé Ribeiro mandava o ajudante Jiló apagar umas poucas lâmpadas do Mercado Público, onde, momentos antes, as famílias locais haviam arrumado cadeiras domésticas para mais uma sessão de cinema.

O Cine Ideal, que ele faria tijolo por tijolo, cadeira por cadeira, ainda não havia sido construído. Na área do Mercado reservada ao comércio de cereais e farinha (o que ajudava na brancura da tela pregada a uma das paredes) quem não levava cadeira de casa arranjava-se com as bancas da feira mesmo.

Ambiente escuro, a sessão iniciava-se com a projeção de alguns desenhos animados, com trailers de atrações futuras e com o futebol do Canal 100, hora de gritos e aplausos em todas os cinemas do País e, assim também, no espaço acanhado de Pilar. Isso, apesar do enorme atraso na exibição dos jogos.

Antes da projeção do filme principal, a sessão era interrompida e Jiló tratava de reacender as lâmpadas enquanto Seu Zé fazia a primeira troca de rolos na velha máquina de 35 milímetros. Havia quem não gostasse da interrupção. Uma ou outra vaia, porém, podia ser punida com a expulsão do recinto e a devolução do dinheiro empenhado no ingresso. Mais do que o olho de lince do saudoso cinemeiro, capaz de identificar as molecagens de Sapé e Paulo Barbosa onde quer que sentassem, era o medo de perder o seriado aquilo que fazia os mais impacientes aguentarem as três seguidas trocas de rolos do filme do dia.

Depois disso, estava armado o palco para a atração que levava a meninada do meu tempo ao cinema improvisado de Seu Zé: “Os Perigos de Nyoka”, o seriado que iríamos comentar até o capítulo novo do sábado seguinte.

Ah, quantas noites de sono a bela Nyoka não nos fez perder. E, para piorar, naquela fase de crescimento em que a visão de um belo par de pernas não costumava trazer bons pensamentos. O da moça, visto de determinados ângulos, superava a sua bravura.

Ficar em episódio passou a definir qualquer situação de risco vivida pelos da minha geração: a perspectiva da nota ruim na escola, a da arenga dos pais, ou a do temido fora da menina a quem se pretendesse namorar. Ao contrário de Nyoka, que escapava de qualquer perigo, nem sempre conseguíamos vencer uma ou outra encrenca em que nos metêssemos.

Mas, sem maiores problemas, a vida fluía de sábado em sábado. Às quartas-feiras, Seu Zé apanhava, manhã cedo, o trem da Great Western para o Recife de onde voltava à noite com as fitas alugadas da Metro ou de outras companhias distribuidoras. Ele escondia a sete chaves os títulos da semana (um para o sábado e outro para o domingo), até a exibição dos cartazes em postes e pés de fícus da cidade.

Dona Sílvia, a professora, torcia pelos filmes românticos que os mais novos detestavam. Queríamos mesmo eram os sopapos de Durango Kid, Roy Rogers, ou do Zorro. Não aquele de capa e espada, mas o de dois revólveres com seu cavalo e seu companheiro, o índio Tonto.

De uma coisa todos tínhamos certeza: Nyoka, em mais um de seus capítulos, seria a cereja do bolo. Depois dela, tudo terminava.

A série foi um sucesso mundial lançado em 1942 pela Republic Pictures, de William Witney, anos antes de que eu viesse ao mundo. Kay Aldridge encarnava a personagem inspirada no romance “Jungle Girl”, de Edgard Rice Burroughs. Era, portanto, uma Tarzan de saia. E que saia...

O seriado que eu vi desenrolou-se em 15 capítulos semanais com duração total próxima dos 300 minutos. Sua realização ocorreu de junho de 1942 até abril de 1952. Que saudade.


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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Foi divulgada a programação oficial dos 40 anos do Teatro Ica.

 


Foi divulgada hoje (29/11) pela comissão organizado do Ica 40 anos, a programação oficial com datas e horários das apresentações culturais que ocorrerão no palco do Teatro Ica. Outras informações importantes sobre o evento também foram divulgadas. Como por exemplo, a entrada será franca para os dias 19, 20, 21, 22, 23 e 26. Ficando os ingressos a disposição do público em geral, que poderão adquiri-los diretamente na bilheteria do teatro, na semana do evento.

As atrações que ocorrerão nos dias 24 e 25; as entradas serão pagas, podendo os interessados, comprar os ingressos a partir do dia 10 de dezembro na bilheteria do Teatro Ica, nos valores de: Promocional, R$ 30 (100und); Inteira, R$ 40 (88und) e Meia, R$ 20 (90und). Para maiores informações, entre em contato com o WhatsApp 83 99105-2988.

Será oferecida uma Oficina de Teatro, com capacidade máxima de 278 lugares, exclusiva para artistas de todos os segmentos. Para ter acesso a oficina, basta os interessados retirar ingressos durante os dias da realização do evento, que acontecerá na penúltima semana do mês de janeiro 2025, ou seja, entre os dias 19 e 26.  

VEJA ABAIXO A PROGRAMAÇÃO COMPLETA


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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Vem aí os 40 anos do Teatro Ica.



O Governo do Estado da Paraíba, preparou para janeiro do próximo ano, uma programação especial que vai marcar a data de aniversário de 40 anos do Teatro Ica - Teatro Iracles Brocos Pires. O evento cultural, comemorativo, trará a Cajazeiras, grandes shows musicais e poéticos, com figuras expressivas da música, da poesia e da cultura paraibana, nordestina e nacional.

Na rentrée de 2025, se apresentarão no palco do Ica, nomes como: Flávio Leandro, Jessier Quirino, Jackson Antunes e Seu Pereira. Ainda não se sabe as datas exatas com dias e horas desses shows, nem em que dia inicial do mês de janeiro, que começará as atrações que estão sendo divulgadas na internet, pelos órgãos de cultura do governo do estado. Vamos aguardar.

O Teatro Ica, foi fruto de uma reivindicação antiga, incansável, para sua construção, abraçada a décadas pela classe artística de Cajazeiras, que só veio se concretizar no ano de 1985, 26 de janeiro, no governo de Wilson Leite Braga. O Ica foi o primeiro teatro construído no sertão e continua sendo até hoje, o principal espaço de divulgação da arte e da cultura sertaneja do interior paraibano, principalmente a das artes cênicas.

porCleudimar Ferreira 



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domingo, 10 de novembro de 2024

TERRA DA CULTURA: Cajazeiras receberá 2º Festival de Dança Solos, Duos e Trios

 por Bruno Marinho



O festival tem o apoio da Prefeitura Municipal de Cajazeiras, Secretaria de Cultura e o Fundo Municipal de Incentivo à Cultura 2024 (FUMINC).

A cidade de Cajazeiras, Alto Sertão da Paraíba, será palco do 2º Festival de Dança Solos, Duos e Trios. O evento é de caráter competitivo e será realizado no dia 30 de novembro de 2024 no Teatro Ica.

O festival tem o apoio da Prefeitura Municipal de Cajazeiras, Secretaria de Cultura e o Fundo Municipal de Incentivo à Cultura 2024 (FUMINC).

Existirá a modalidade Estilo Livre, que é uma modalidade mista, onde os grupos precisam colocar dentro da sua coreografia dois ou mais estilos de dança para que elas tenham um caráter livre.

A mostra competitiva de Solos, Duos e Trios aceitará trabalhos na modalidade Estilo Livre, onde o participante poderá inscrever diferentes estilos de dança, a exemplo de ballet, jazz, sapateado, dança de rua, contemporâneo, entre outras.

Não haverá pagamento de taxa de inscrição para o 2° Festival de Dança. O período de inscrição está aberto até 24 de novembro de 2024, via internet, através do e-mail grupodrp@gmail.com e/ou pelo WhatsApp (83) 99344-4489.

Premiação

1° Lugar – Troféu e R$ 300,00 (trezentos reais)
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 15° FENERD 2024.
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 8° Paraíba em Dança 2025.

2° Lugar – Troféu
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 15° FENERD 2024.
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 8° Paraíba em Dança 2025.

3° Lugar – Troféu
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 15° FENERD 2024.
Isenção de 100% da taxa de inscrição no 8° Paraíba em Dança 2025.




fonte: postagem produzida pelo site: https://www.polemicaparaiba.com.br/

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Divulgada a Programação do VII CAJAZEIRATO 2024



Arte e Cultura é o melhor programa que se faz. Vá ao Teatro; leve seus amigos; lotem teatro e 
divirtam-se. O Teatro Ica espera todos de portas abertas.



domingo, 3 de novembro de 2024

ESPETÁCULOS SELECIONADOS PARA VII CAJAZEIRATO

 

Associação Cajazeirense de Teatro (ACATE) divulgou semana passado a lista com os espetáculos que comporão a programação do VII CAJAZEIRATO - Festival Estadual de Teatro em Cajazeiras.

Segundo os organizadores do festival, o objetivo era realizar o evento com dez (10) espetáculos na mostra competitiva e outros, como convidados. Porém, por conta de poucos recursos e falta de apoio financeiro de outros órgãos oficiais da culturais paraibano, a programação foi bastante reduzida para apenas cinco (5) espetáculos.

Que diante disso, para manter a tradição, a ACATE, resolveu realizar o evento com apenas 50% os espetáculos desejados pela equipe de produção do festival. Deixando claro que o VII CAJAZEIRATO, só vai acontecer graças a contrapartida do FUMINC - Fundo Municipal de Incentivo à Cultura de Cajazeiras, que aprovou o projeto,

A versão deste ano 2024 do CAJAZEIRATO, inscreveu vinte e dois (22) espetáculos para a mostra competitiva de várias regiões da Paraíba. Deste percentual de inscrito, a comissão de seleção, escolheu cinco (5) espetáculos para compor a programação.

Em postagem divulgada nas redes sociais, os organizadores do VII CAJAZEIRATO, pede desculpas aos demais grupos que não foram selecionados, e ao tempo, deseja aos que foram incluídos na programação, dando as boas-vindas à terra da cultura

O festival, acontecerá em Cajazeiras, entre os dias 16 e 17 desse mês novembro, no palco do Teatro Íracles Pires - Teatro Ica.

Espetáculos

Direção

Cidade

HISTÓRIAS DE LUA E SOL

Vando Farias

Guarabira

BEIÇO DE ESTRADA

Priscila Tavares

Cajazeiras

D'ELARTE

Francisco Rodrigues

Alagoinha

EM ESTADO DE GRAÇA

Frank Burity

Cajazeiras

FRANCISCO ME AMA

Maria Betânia

João Pessoa

A ordem das apresentações, será publicada em breve.




sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A CASA DE Nº 50

por José Maria Cavalcanti

foto (não real) meramente ilustrativa da internet


Depois de morar em seis pequenas localidades potiguares, finalmente íamos alcançar a tão sonhada capital, a cidade do sol - Natal.

Seguíamos não só ao encontro de belas praias, com um gostoso clima ameno, de um comércio forte, de boas escolas e faculdades, mas acima de tudo de oportunidades.

De Natal também se falava da sua importância no cenário mundial por ocasião da II guerra. E que o ex-presidente Café Filho e o folclorista Câmara Cascudo, ilustres rio-grandenses, que sempre foram amantes daquela boa terra, posicionavam-se como seus fiéis defensores.

Assim teríamos de nos tornar maiores para fazer parte daquele recanto mais ensolarado do país.

Para lá viajamos, tendo no rosto o vento e na cabeça sonhos que nos impeliam pela 101, a imensa rodovia que liga o Brasil de ponta a ponta.

Quando passamos pela entrada da estrada de Ponta Negra, o cheirinho de mar anunciava a chegada. Estar ali em cima, com apenas onze anos, vendo passar aquelas inúmeras imagens, fazia-me crer estar envolto em um túnel mágico.

Fomos passando pelas montanhas de dunas, área entre o campo de treinamento do Exército e o Campus Universitário, faltando ainda trilhar alguns bairros maiores como o de Lagoa Nova, Tirol, Petrópolis, descer depois a ladeira do Baldo, ganhar a Ribeira e chegar às Rocas.

Para isto, ao chegar no nosso destino, o possante inclinou-se todo na subida da rua mais íngreme do bairro que iria nos abrigar. Ela se localizava quase no topo da ladeira, situada ao lado da escadaria da Igreja São Jorge. E ainda entristecidos pela perda da cidade de Santa Cruz, fomos saudados lá no alto por outra cruz, que nos recebia, agora reluzindo sua luz na espada do santo guerreiro. E um pouco antes de chegarmos ao topo da ladeira, guinamos naquela que seria nossa rua, a contar daquele instante - a São Sebastião - homenagem ao santo mártir dos primórdios cristãos.

Em cima do estradeiro, junto às amarrações superiores que prendiam fortemente a mobília, dava para ver aquela bola linda e alaranjada se debruçando lentamente sobre o Rio Potengi. Era um belo entardecer de dezembro do final do primeiro ano da década de 70, bem no início das comemorações natalinas e de mais uma Festa de Santos Reis, nome de outro bairro limítrofe ao das Rocas.

Sob olhares curiosos, o pesado FNM (fenemê), após os muitos quilômetros de asfalto, depois de rodar por avenidas e ruas natalenses, começou a transitar em marcha reduzida, sobre o paralelepípedo da sinuosa ruazinha que iria ser nosso lar nos próximos anos.

E aquele caminhão de mudanças que ainda povoa nossas mentes, pois estávamos sempre sendo arrancados de um lugar para outro, fazia-nos crer que finalmente iria nos plantar naquele novo endereço, a Casa nº 50.

Tomados por muitas sensações, inclusive ansiedade e dúvida, mal desconfiávamos que ali fôssemos viver momentos ímpares, que iriam influenciar muito em nossas vidas.

Diante do novo lar, após o carro ser detido em sua marcha, fomos conhecer por dentro a nova morada, antes de começar a descarregar tudo. Ainda guardo bem de memória a fachada da casa, pintada na cor salmão. Não era toda chapada, havia recortes rebaixados e desenhados, que a distinguia das demais casas da rua. Havia uma charmosa área coberta na frente, tipo antessala, com parapeito murado, que, através dela, tinha-se acesso à porta principal, e, ao lado, à direita, um pequeno jardim com roseiras, com grades brancas desenhadas sobre um pequeno muro.

Na lateral esquerda, um pouco mais recuada, podia ser vista a garagem, toda fechada com grades altas, na cor branca, à espera de um futuro carro; e, logo após, havia um quarto nos fundos, que seria destinado aos quatro filhos: Francisco, José Maria, José Paulo e João. Este dormitório tinha uma porta que dava acesso a um quintal espaçoso, o qual fazia fundos com os pontos de comércios da Rua São João, a primeira rua do Bairro da Ribeira.

As cinco meninas - Graça, Edite, Lena, Margarida e Rita - ganharam o quarto que tinha vista para o jardim frontal.  Um pouco antes, havia o quarto principal, que era dos meus pais - Cleto e Francisquinha; depois o banheiro e finalmente a cozinha com área de serviço. E o grande quintal, com apenas uma goiabeira e um coqueiro, estava à espera de ciscadeiras, poedeiras e de um galo cantador.

Entramos pela noite a descarregar os móveis e a montar guarda-roupas e camas. Os itens menores já estavam dispostos em seus cantos, faltando os poucos quadros e espelhos de parede. Após duas horas de trabalho e depois do lanche, regado a crush, grapete, pão e mortadela, tudo estava em seus lugares, conforme orientações de nossa mãe.

Com o cansaço da viagem e da arrumação, não tardou para nos recolher, sem haver tempo de fazer os primeiros contatos com aquela vizinhança ávida por informação. Por enquanto, eles teriam que se contentar apenas com o que viram: móveis antigos de bom gosto e um casal na média dos quarenta e poucos anos, com nove filhos.

Mas logo saberiam da filiação daquela prole tão numerosa: Cleto, um pernambucano com 46 anos, funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O qual, estando em Recife, trabalhando duro e estudando, aos 28 anos, passou no concurso público da EBCT, sendo designado para assumir uma vaga na cidade de Pau dos Ferros/RN. Dois anos depois, conheceu Francisca, com 23 anos, que trabalhava como professora e também no comércio local. Ela era nascida na cidade paraibana de Cajazeiras, pertencente à família Alves e ele, tendo se apaixonado por aquela beleza morena, casou-se com a cajazeirense em 1956, dando início a incursão de nossa família pelo RN.

Guardo até hoje com muito carinho cada detalhe da nossa chegada ao centro dos acontecimentos sociais e políticos do RN, mas uma imagem não me sai da cabeça: aquele belo pôr do sol que fez questão de ser nosso cartão postal, as nossas boas-vindas a Natal. Tal cenário só podia ser visto em sua plenitude na parte alta do caminhão de transportes. Lá de cima da lona, fui o primeiro a enxergar, por cima das cumeeiras das casas, aquele entardecer inesquecível sobre a água doce do sinuoso rio.




fonte: conto publicado em https://bollog.wordpress.com/contos/

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

AS CRUZES DO MEL

por Francc Neto
POETA, FILÓSOFO, DESIGNER, ARTISTA PLÁSTICO



Naquele tempo, o cenário do Rio Grande do Norte me oferecia a matéria-prima e o silêncio necessário para criar. A Praia do Mel, com seus paredões de barro avermelhado, parecia guardar histórias antigas que sussurravam ao vento. Havia um curral desativado, testemunha de um tempo em que ali se criavam animais. Os murões envelhecidos e os caibros abandonados carregavam em si o peso de dias que passaram, e foi desses materiais que emergiram as oito cruzes.

Talhei com machado cada uma delas, deixando a madeira expor suas rugas, seus sulcos, seus segredos. Não havia verniz para disfarçar o desgaste, tampouco um acabamento que suavizasse a aspereza do tempo. As cruzes se erguiam em formas distorcidas, escapando da rigidez do símbolo religioso, abraçando a irregularidade como uma forma de devoção silenciosa. Em uma delas, quatro cruzes se enlaçavam, formando uma espécie de giral, uma união de dores e memórias, quase uma dança estática.

As esculturas repousaram no quintal de minha casa, como guardiãs de um espaço íntimo, e eu parti em uma viagem. Quando voltei, um mês depois, encontrei apenas o vazio onde antes elas se erguiam. Fiquei sabendo que alguém, ao passar por lá, se perturbou com a presença das cruzes, enxergando nelas algo que lhe causou mal-estar. A ignorância se aliou ao impulso destrutivo, e as esculturas foram danificadas.

Não busquei culpados. A tristeza tomou conta de mim, mas aceitei o destino daquelas peças como uma despedida forçada. Se fosse hoje, certamente não as teriam destruído, pois o tempo concedeu ao meu trabalho o peso que ele não possuía naquela época. Era o início dos anos 90, e eu já sentia que havia conquistado meu vocabulário artístico, moldado a identidade que carregaria em cada fase e proposta.

Essa história repousa na memória como o barro avermelhado da Praia do Mel: um traço firme do passado, uma recordação viva de quando minha arte era ainda mais vulnerável ao toque do mundo. As cruzes não estão mais lá, mas o gesto permanece. Talhado, não apenas na madeira, mas na linha do tempo que segui traçando, sabendo que cada criação carrega em si o risco de ser desfeita.

Praia do Mel, 1991


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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

VII CAJAZEIRATO - Festival Estadual de Teatro de Cajazeiras Homenageia Talentos Teatrais


Nos dias 16 e 17 de novembro de 2024, Cajazeiras se transforma no epicentro da cultura paraibana com a realização do VII Cajazeirato, o Festival Estadual de Teatro de Cajazeiras, que homenageia o renomado ator, diretor teatral, cordelista, poeta e músico poli instrumentista WALTHER NUNES.
Idealizado pelo teatrólogo Francisco Hernandez e promovido pela ACATE (Associação Cajazeirense de Teatro), o evento promete ser um marco na celebração das artes cênicas da Paraíba.
Nas edições anteriores do Cajazeirato, diversas personalidades do teatro paraibano foram homenageadas, destacando o papel vital que essas figuras desempenham na cena cultural do estado.
O festival tem como missão reunir teatristas de diferentes regiões da Paraíba, proporcionando um espaço para a troca de experiências, discussão sobre a produção teatral local e a descoberta de novos talentos.
Discussão e Aprendizado
Com um enfoque na produção teatral, o VII Cajazeirato será uma oportunidade única para atores, diretores e apaixonados pelo teatro se reunirem e debaterem temas relevantes.
As oficinas, palestras e apresentações prometem enriquecer o conhecimento e a prática dos participantes, fortalecendo o cenário teatral paraibano.
Apoio à Cultura Local
O festival conta com o patrocínio do FUMINC (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura) de Cajazeiras e a parceria com o Teatro Íracles Pires (ICA) e a Associação Afrocultural Igbàdú.
Essa colaboração é essencial para garantir que o evento seja acessível a todos e reflita a diversidade cultural da região.
Prepare-se para o Evento
Os amantes do teatro e a comunidade em geral estão convidados a participar desse grande encontro.
Marque na sua agenda: dias 16 e 17 de novembro de 2024, em Cajazeiras.
Venha celebrar a arte, a cultura e o talento paraibano no VII Cajazeirato, um festival que promete ser inesquecível!
Informações Adicionais:
Fique atento às redes sociais da ACATE e do VII Cajazeirato para novidades sobre a programação e como participar deste evento que valoriza a produção teatral e a cultura da Paraíba.
Não perca a chance de fazer parte dessa festa do teatro!

por Francisco Ernandes



sábado, 12 de outubro de 2024

A INVOLUÇÃO CULTURAL

por Rui Leitão

Armorial Ilariave. Arte Cleudimar Ferreira

O processo de involução cultural na sociedade brasileira tem avançado aceleradamente nos anos recentes. Estamos “glamourizando” a pobreza intelectual e valorizando a alienação, a falta de educação e o negacionismo. Não há mais a compreensão de que a cultura é passaporte para a emancipação de um povo. Não se estimula o encontro com a inteligência criativa. É perceptível o interesse em que percamos a consciência de nossa potencialidade. Só há um caminho para a construção de uma nação, o compromisso do Estado com a educação e a cultura. Lamentavelmente são explícitas as manifestações que demonstram falta de entusiasmo com as políticas culturais.

Estamos ingressando na “era da burrice”. Preponderam as discussões inúteis, agressivas, desprovidas de conteúdo lógico. Mas o exemplo, infelizmente, vem de cima, ao vermos lideranças se orgulhando de produzirem asneiras e recebendo o aplauso e a repetição de suas falas por um público que faz opção pelo fanatismo político. Neurônios acomodados não contribuem para aumentar a nossa capacidade cognitiva. Mas é exatamente essa a estratégia que se pretende aplicar, conduzindo-nos a destinos desastrosos.

Já não causam escândalos ou perplexidades, declarações públicas de figuras proeminentes da nossa vida social, com significados preconceituosos, sexistas, homofóbicos, machistas, anticientíficos. Os ultrarreacionários vêm ganhando espaço na grande mídia, num esforço de convencimento de suas teses perante a opinião pública. A apologia da estupidez feita sem o menor constrangimento. A burrice querendo ganhar status de sabedoria. Os que desprezam a cultura têm fé em si mesmos, são ousados e militantes., mesmo que se apresentem muitas vezes com posturas que desconhecem o senso do ridículo.

A ignorância quando se encastela numa só ideia, procura usufruir de suas próprias certezas. A fome do “regressismo” é incentivada pelos poderosos de plantão. A pregação populista da marcha à ré. Luther King dizia que “nada no mundo é mais perigoso do que a ignorância”. Na base da prepotência e da desinformação adotam técnicas de manipulação de audiências massivas, com o propósito de alcançarem seus objetivos políticos. Uma guerra onde se propõe colocar a verdade como vítima.

Razão e consciência não convivem com a involução cultural. Os promotores desse processo são especialistas em propagandear soluções fáceis para problemas complexos. Até porque não se dão ao trabalho de debater argumentos ou conceitos racionais. Desprezam os fatos para se pautarem em crenças. Aí temos que considerar que querem dar praticidade ao que diria o Rei Lear: “são cegos guiados por loucos rumo ao abismo”.

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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

DE ÁRVORES E AMIZADES

por: João Batista de Brito

Pedra da Boca-PB, foto (acervo) Cleudimar Ferreira

Já escrevi sobre ela, e não me canso de fazê-lo. Fica ali nas areias de Manaíra, perto da calçada, de modo que, sentado na muradinha, ela parcialmente me serve de teto. Um segundo teto, posso dizer. Fica naquele trecho onde a rua Eutiquiano Barreto deságua na avenida da praia. Não tem erro.

Debaixo da castanhola de Manaíra me acomodo, toda tardinha, naquele horário em que o sol, lá por trás dos prédios, se esconde. Quem quiser me encontrar, pra um papinho leve, estou ali, inteiramente disponível.

E tenho encontrado muita gente, amigos e amigas, que passam e param pra um alô. E também pessoas que não conheço e que apreciam o recanto.

Ontem mesmo foi assim. Estava sentado na murada, apreciando a paisagem, quando vi chegar uma jovem senhora com sua cadeirinha de praia. Achei que, como muitos fazem, fosse sentar lá longe, à beira das ondas, mas não: abriu sua cadeirinha bem debaixo da castanhola e foi se acomodando. Olhou pra trás, viu que estava me dando as costas, e corrigiu sua posição: puxou a cadeira até onde eu estava, e, rindo, muito simpática, foi logo dizendo que amava aquela castanhola, e sempre que podia, sentava ali.

Admirado de encontrar uma parceira sentimental, fui falando da minha queda pela castanhola, e dela ouvi a mesma história: que adorava aquela árvore, que sempre a frequentava, e que tinha dezenas de fotos dela. Como prova, sacou o celular e foi logo me mostrando as fotos. E fiz o mesmo. Quando sugeri que seríamos, então, “rivais”, ela se apressou em apaziguar: “somos amigos da castanhola”.

Conversamos até quase o anoitecer, quase sempre sobre a castanhola, ambos admirados de como, neste final de inverno/começo de primavera, ela perde todas as folhas, e renasce como uma fênix. As folhas mortas e amarelecidas ainda no chão, e dos galhos já vão brotando novas folhas, verdinhas e brilhantes. O papo nos estimulou a fazer registros fotográficos, que não veículo por não ter autorização dessa minha nova amiga, cujo nome mal aprendi.

E, como o meu leitor talvez lembre, essa moça simpática de ontem não foi a única amizade que a castanhola me deu. Até jovens leitoras de Proust já descobri debaixo de suas folhas, amarelecidas ou verdes.

Um que numa certa ocasião me intrigou foi um morador local, que, ao me ver feliz da vida sob a castanhola, me contou uma história perturbadora, ocorrida ali, no tempo da pandemia. Residindo num edifício próximo, viu-se incomodado por moradores de rua que se abrigavam justamente debaixo da castanhola. Segundo o meu amigo, famílias inteiras passavam a noite toda ali, e mais uma parte do dia, e, comendo, bebendo e fazendo suas necessidades fisiológicas, deixavam o local uma imundície só, sem que as autoridades tomassem providências.

Pois um dia em que esses “moradores” da castanhola estavam eventualmente ausentes, meu amigo foi em casa, armou-se de um machado afiado e se dirigiu à castanhola, decidido a derrubá-la pelo tronco, achando que estava prestando um grande serviço à vizinhança e a ele mesmo.

De machado na mão, preparou-se para o primeiro golpe, e aí, sem explicação, foi tomado por um sentimento de culpa avassalador que o fez baixar os punhos... e simplesmente desistir da tarefa. Voltou pra casa acabrunhado e aguentou a sujeira dos seus vizinhos até a pandemia passar.

Ao terminar de me contar o seu relato, não resisti e lhe joguei na cara, não sei se uma acusação ou um elogio: “Você é um Raskolnikov que não usou o machado!” Tampouco sei se ele conhecia Dostoievski, mas achou a minha frase bonita, e nos apertamos as mãos, comovidos.

A minha castanhola não é a única em Manaíra, nem na orla pessoense. Mas é a que me cativou o espírito, quase tanto quanto a frondosa árvore que sombreia o jardim de minha modesta residência, e que chamo cinematograficamente de “a árvore da vida”. Mas essa é outra história...

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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

FACHADAS DE SOLIDÃO

por Francc Neto. 
POETA, FILÓSOFO, DESIGNER E ARTISTA PLÁSTICO

Foto tirada da internet: Crédito: Adobe Cultura Shock

Caminhar. Sempre a pé. Nas cidades grandes, onde o concreto se expande e a alma encolhe, eu busco aquilo que a velocidade dos carros não permite ver. Ruas esquecidas, avenidas longas, becos sem saída onde o tempo parece adormecido. Como se eu estivesse pintando com os olhos, encontro na melancolia das fachadas algo que só a cidade em silêncio pode oferecer.

São Paulo, 87. Eu vagava pelas ruas, como quem busca fragmentos de uma história esquecida. A sensação de abandono não me traz tristeza, mas uma alegria quase tímida, ao ver o que o tempo deixa para trás. A cidade é minha tela, e a fotografia, um ato pictórico. O clique não é pesado, não carrega o peso da realidade que se esvai. Ao contrário, é leve, quase flutuante, como um sopro silencioso que eterniza a beleza do que é deixado de lado.

Entre paredes manchadas e janelas sem alma, encontro a poesia do vazio. Como no filme Paris, Texas, é uma cidade grande, mas não há ninguém por perto. Nem uma alma, nem um som. Mas para mim, é exatamente ali, na ausência, que encontro a verdadeira presença. O abandono também é um ato de criação, uma felicidade quieta, escondida na textura de uma parede envelhecida.

Cada passo é uma pincelada no invisível. E cada foto é um traço, um fragmento de poesia que não se explica, apenas existe, por si só, como um eco perdido no tempo.

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domingo, 29 de setembro de 2024

Pax, Apollo XI e Éden: era uma vez uma cidade com três cinemas

por Lenilson Oliveira 
FONTE CZ. POSTAGEM PUBLICADA EM 24 DE JULHO DE 2024 
 


Antiga instalação do Cine Éden, hoje, o local é um supermercado. Foto: Bosco Pinto

Quem hoje tem 30 e poucos anos, talvez nem saiba que Cajazeiras já teve três salas de cinema, que disputavam a preferência dos que não tinham outro programa cultural, sobretudo nos fins de semana.

Os cines Pax e Apollo XI, da Diocese de Cajazeiras, e o Éden, privado, eram as atrações da cidade, trazendo para a terra do Padre Rolim, as “fitas” de Tarzan, o mais famoso da época, e de outros heróis menores, os faroestes de Django e companhia, os melodramas de “Marcelino Pão e Vinho”, “Christiane F., Drogada e Prostituída” e afins, as comédias de “Os Trapalhões”, sem esquecer as pornochanchadas nacionais e os filmes de sexo explícito de Cicciolina e outras beldades que enfeitavam os cartazes do Cine Éden na Praça João Pessoa. Mas o que mais tocava os cajazeirenses era “A Paixão de Cristo”, certeza de casas cheias na Semana Santa.

Tudo isso ficou apenas na memória dos que viveram esse tempo áureo da sétima arte na “terra da cultura”, já que os três cinemas sucumbiram ante a falta de sensibilidade de uma cidade que pouco se importa com perdas tão significativas para a arte, a cultura e o lazer de seu povo.

A história do cinema em Cajazeiras remonta, entretanto, há anos muito antes das suas três grandes salas, quando abnegados improvisavam pequenos projetores e atraiam a meninada.

O desaparecimento dos cinemas em Cajazeiras deixou um vazio que precisa ser preenchido, muito mais agora que a cidade está num crescente desenvolvimento em todos os aspectos. Se não nos mesmos lugares - já que somente o prédio do Cine Pax foi preservado -, em outros espaços.

O Cineteatro Apollo XI, imponente, teve sua estrutura comprometida desde o episódio da bomba, nos anos plenos da Ditadura Militar, terminando por ser desativado e reformado, ao passo que o Cine Éden, no então coração da cidade, a Praça João Pessoa, deixou de vender magia e ilusões para vender arroz e farinha.

Talvez, esta fosse a hora de se pensar no resgate de, pelo menos, uma sala de cinema para uma cidade que já tem inúmeros trabalhos registrados na sétima arte, seja com cajazeirenses no elenco, na direção ou na produção.

Sonhar é preciso.

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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

O Festival Regional da Canção no Sertão e as lembranças de Luizinho Barbosa

 por Cleudimar Ferreira

O Festival Regional da Canção no Sertão, que era realizado em Cajazeiras, com maior regularidade, nos idos anos 70 e 80, foi um evento musical que atraia para nossa cidade jovens músicos-compositores de todo interior do Nordeste, representados pela suprema participação dos vizinhos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Um festival que já tinha se popularizado; por força da sua trajetória, havia se tornado em um acontecimento fundamental, imprescindível no calendário cultura de Cajazeiras.  

Mas como tudo nessa vida é efêmero e, quando se trata de um acontecimento cultural, mais passageiro acaba sendo, já que cultura nunca foi para as instituições públicas, o prato principal da mesa do povo; o festival aos poucos foi apagando a sua luz e, hoje sua existência, se resume as poucas lembranças registradas na memória dos que de certa forma, estiveram envolvidos com a euforia que o esse encontro musical proporcionava a todos.

Infelizmente, uma pena para todos nós, amantes da cultura e da arte. Para cidade de Cajazeiras, uma perca irreparável; inconcebível, quando abrimos as nossas bocas e cheias de orgulho dizemos que Cajazeiras é a terra da cultura. De fato, ainda é! Mas aos poucos, as suas mais autênticas manifestações culturais, protagonizadas por seguidos eventos artísticos como foi o festival da canção, estão caminhando para supressão.

Uma ironia! Logo agora que temos em moda todo tipo de incentivo à produção cultural. É lei essa, é lei dessa, daquela, daquilo e, diferente do que foi no passado, que não tínhamos nada; desse nada tirávamos toda a energia e força necessária para realizar grandes projetos, como por exemplo, Festival de Teatro Rápido; Sertanejo de Artes Cênicas; Festival de Poesia de Cajazeiras; Salão Oficial da Arte Contemporânea do Sertão e o destacado de todos, o nosso inesquecível Festival da Canção, que foi referência para a Paraíba e o resto do Nordeste.

Portanto, nada desses eventos temos mais. O certo é, que o nosso festival de música ficou e, parece que não voltará jamais, pois o contexto em que vivemos, apresenta um cenário desfavorável a sua submersão e, mesmo que volte, o ambiente presente desqualificará as suas cores e trará outro brilho, já que a musicalidade do tempo em que vivemos, os ritmos em moda com seus aparatos eletrônicos, não abriria espaços para o romantismo questionador e poético que tanto enriqueceu a produção musical dos anos 60, 70 e 80.

Com tudo, o que restou e ficou do Festival Regional da Canção no Sertão, se resumo em sonhos, lembranças, saudades e experiências vividas, como essa contada em carta aos integrantes do Núcleo de Extensão Cultural de Cajazeiras (NEC), por Luizinho Barbosa, cantor, músico, compositor e ativista cultural de Pombal, que sempre era umas das cadeiras cativas do festival.


CARTA - CONVITE A CAJAZEIRAS
SHOW MUSICAL
LUIZINHO BARBOSA - PRIMAZIA
DIA 21 DE JUNHO DE 2012, 21:00H, NÚCLEO DE EXTENSÃO CULTURAL UFCG - CAMPUS V - CAJAZEIRAS - PB.

Caríssimos Companheiros,

No ano de 1979 tive a oportunidade de participar da Caravana Piollin, nas cidades de Pombal, Sousa e Cajazeiras; neste período acontecia a Semana Universitária, promovida pela Associação Universitária de Cajazeiras (AUC). Na oportunidade consegui fazer a minha inscrição no Festival de Música o que muito significou para a minha vida artística. Naquele momento, interpretei a música “Viola Serena Voz”, ao lado de Fuba (violão) e Teinha Formiga (Clarinete), sendo o apresentador, Zeilto Trajano.

O referido Festival foi bastante concorrido, com a participação de nomes influentes na região, a exemplo de Otacílio Trajano, Luís Alves, Joaquim Alencar, Grupo Ferradura (Catolé do Rocha), Raízes Novas (Sousa), o Grupo Nó - Cego (Pombal) e Circuito Universitário (Pombal). Classificado para a final daquele evento; na manhã seguinte fui comemorar com os meninos e amigos da Rua Higino Pires Rolim e, logo uma boa notícia foi veiculada em uma das rádios de Cajazeiras, a divulgação dos aprovados no vestibular.

Ouvimos o resultado em um radinho de pilha na residência de Eliezer a citação do meu nome para o curso de letras, gerou muita alegria, a vibração dos meninos do Grupo de Teatro Terra, formado por Eliezer, Marcélia Cartaxo, Naldinho, Nanego, Lincoln, Pitoco, Doda, Suely, entre outros e outras, movimentou aquela Rua que hoje guardo bem dentro do coração. Assim, começou o meu vínculo artístico e educacional com a cidade de Cajazeiras, que muito admiro e tenho carinho pelo ciclo de amizade e companheirismo.

Na sequência das minhas ações, participei de muitos outros Festivais na terra de Pe. Rolim; já universitário e fundador do RCT de Pombal, plantei a primeira semente, quando me dirigi ao Rotary de Cajazeiras e propus a fundação do Rotaract de Cajazeiras.

Caríssimos companheiros e amigos, no próximo dia 21 de junho, às 21:00 horas estaremos juntos no Teatro do NEC para o meu show musical denominado Luizinho Barbosa - Primazia e lançamento do CD. Confiante na importância do meu reencontro artístico com a cidade que proporcionou grandes momentos para a minha carreira profissional, antecipo os meus sinceros agradecimentos, contando com a presença dos artistas, amigos e companheiros.

Rotarianamente, até mais e um abraço a todos.

Luizinho Barbosa

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imagens: LUIZINHO BARBOSA (acervo/Facebook) https://www.facebook.com/luiz.barbosaneto.1
destaque: A foto principal que ilustra essa postagem, foi destaque da capa do Compacto Duplo gravado por Luizinho, em 1995.