domingo, 31 de julho de 2022

SENHORA DOS TRÓPICOS - Que Fotografia!

por Cleudimar Ferreira

Hedy Lamarr e Robert Taylor em Senhora dos Trópicos

A imagem mostra a lendária atriz Hedy Lamarr e o ator Robert Taylor, protagonistas no filme Senhora dos Trópicos, uma produção MGM de 1939/40. O filme é um romance-drama que conta a história de William Carey (Robert Taylor), um americano de passagem por Saigon, que conhece Manon (Hedy Lamarr), uma jovem bonita e misteriosa. Os dois vão viver uma história de amor, empolgante, emocionante, com um desfecho cheio de surpresa para as duas personagens.     

Sobre essa fotografia, ela fazia parte do material publicitaria do filme. Geralmente fotografias iguais à essa, ficavam em exposição para os frequentadores, nas entradas dos cinemas. Antigamente quando os cinemas de rua recebiam os fardos com as latas de fitas, (que geralmente chegava envolvidos em sacos de estopa) vinham também no pacotão, além dos rolos de fitas, o certificado de indicação da censura federal; o cartaz e várias fotografias em preto e branco como essa, que mostravam algumas das cenas de destaques dos filmes que seriam exibidos.

Lembrando através dessa bela fotografia a cena vivida por Lamarr e Taylor no filme, voltei ao passado e recordei o tempo em que por paixão ao cinema, fui voluntário nos dois tradicionais cinemas de Cajazeiras: o Cine Teatro Apolo XI e o Cine Teatro Pax. Nos dois eu sempre acompanhava e ajudava um parente meu, de nome Cícero Alves, funcionário desses cinemas - dos três que havia na cidade, a pegar no ponto de desembarque do antigo Terminal Rodoviário Antônio Ferreira, esses fardos que chegavam do Recife pela Viação Gaivota. 

Cícero, que mais tarde passou a ser conhecido na cidade como o "Cícero do Bradesco", era uma espécie de gerente dos cinemas. Entre as várias atribuições sua, estava a de ser o encarregado de fazer a divulgação dos filmes. Ou seja, de confeccionar as tabuletas com os cartazes e com essas fotos e fixar na entrada dos cinemas. Também era atribuição dele,  colocar as citadas tabuletas em pontos estratégicos da cidade, onde havia maior concentração de pessoas.    

Quando saíamos da rodoviária e voltava ao cinema, ao Cine Apolo XI - que era uma espécie de QG para nós; primeiro tínhamos que passar no Palácio Episcopal Diocesano, para mostrar ou avisar a Dom Zacarias que o filme havia chegado. Era um procedimento de praxe que havíamos de cumprir, pois o Bispo não perdoava e ficava até estressado se ele primeiro não visse que tipo de filme estava recebendo das distribuidoras. 

Eu e Cícero e outros penetras que sempre nos acompanhava, quando chagávamos ao cinema, no momento da abertura desses fardos; ficávamos encantados com essas fotografias. Principalmente quando essas fotos mostravam cenas de lutas e aventuras dos filmes que seriam exibidos a noite nos dois cinemas do Bispo. Mais curiosos ficávamos, quando os filmes eram dos gêneros épico ou faroeste e as fotos destacavam as melhores partes desses filmes. A qualidade técnica das fotografias nos impressionava pela nitidez das imagens.

Um cajazeirense conhecido meu, me afirmou que viu "Senhora dos Trópicos" no Cine Teatro Éden. É certo, que os cinemas da cidade, tinha nas suas programações mensais, exibições de produções das décadas passadas. Ou seja, sempre era exibidos filmes dos anos 30, 40, 50. Mas não lembro ter visto esse filme em um dos três cinemas de Cajazeiras. Só vim ver depois, em VHS, quando os três já haviam fechado suas portas. O filme "Senhora dos Trópicos" é um clássico e conta uma incrível história de amor cheia de descompassos e com um desfecho emocionante. O roteiro foi escrito por Ben Hecht e a direção realizada por Jack Conway. 


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Crédito: Foto publicada no face book por Antal Bánhidi, no grupo social Hedy Lamarr and me.

A VOLTA DO CINE AÇUDE GRANDE



O FESTIVAL

O Cine Açude Grande, que me parece ser o único festival de cinema que temos até agora em Cajazeiras, volta esse ano de 2022, depois de dois anos sem ser realizado por motivos da crise epidêmica que passamos. O evento vai acontecer entre os dias 10 e 13 de agosto, com a realização de uma série de eventos, que ilustrarão o festival, como: Oficinas, Debates, Workshops e Exibição de filmes distribuídos nas mostras de: cinema paraibano; mostra nacional; mostra infantil e mostra feminina. Segundo informações de pessoas ligadas ao festival, as exibições, acontecerão nas ruas; na quadra da Praça do Leblon e nas escolas. Ou seja, o evento vai ser uma festa do cinema na cidade.

A HOMENAGEM

Natural de Cajazeiras, Eliezer Rolim (in memoriam) foi dramaturgo - atuou como diretor teatral, cenógrafo, produtor e roteirista, tendo sido autor de vários textos teatrais de sucesso do teatro paraibano, como as peças Beiço de Estrada, Até Amanhã, Drops do Harlem, Homens de Lua, Os Anjos de Augusto, Sinhá Flor, Como Nasce um Cabra da Peste, Estrelas ao Relento, Adeus Mamanita e outras. Foi cineasta, tendo com destaque a realização dos filmes O Sonho de Inacim, Beiço de Estrada e média-metragem Eu Sou o Servo. Recebeu vários prêmios importantes do cinema e do teatro. Era professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPB desde 1993 e ministrava disciplinas principalmente nas áreas de desenho e história da arquitetura e urbanismo. Nessa mesma instituição deu aulas no curso de especialização em Representação Teatral no Departamento de Artes. Foi também coordenador do Teatro Minerva, da cidade de Areia. Era membro da Academia Paraibana de Cinema.


A CURADORIA

A curadoria do festival está composta e formada por um time de parceiros muito especiais e queridos, que amam ver filmes, discutir e fazer cinema. Mais do que isso, possuem uma sensibilidade incrível para essa missão, que são Ana Isaura Dinniz, Eripetson Lucena e Marcílio Garcia de Queiroga.
Ana Isaura Dinniz é Realizadora, Diretora de Arte e Figurinista de Audiovisual e Teatro desde 1998. Ao longo de 25 anos de carreira, trabalhou em cerca de 40 filmes entre curtas, médias e longas-metragens - ficcionais e documentais. Foi Diretora do Cine Bangüê da Fundação Espaço Cultural da Paraíba - FUNESC (2010-2011).
Eripetson Lucena é paraibano de Patos, historiador por formação, trabalha com educação há mais de vinte anos, apaixonado por transcultura e cinema. Já compôs a curadoria de Festivais interioranos como Cinema com Farinha, Cine Açude Grande e Curta Coremas.
Marcílio Garcia de Queiroga é professor do Curso de Licenciatura em Letras da UFCG. Atua na área de Língua Inglesa, Tradução e Literatura Infanto-juvenil. É amante das artes visuais, da literatura e atrevido na área do desenho e da pintura.

A PROGRAMAÇÃO (Click nas imagens abaixo para melhor ver)

sexta-feira, 8 de julho de 2022

DEVOLVA MEU SÃO JOÃO

por: Lincoln Cartaxo de Lira

Direitos da Imagem: SESC / Divulgação.

Artistas como Elba Ramalho, Alcymar Monteiro e outros continuam endossando uma campanha chamada “Devolva meu São João”, que critica o protagonismo cada vez maior de cantores sertanejos e até de DJs nas Festas Juninas, em vez das tradicionais apresentações de grupos e cantores de forró. Essa polêmica fortaleceu a partir do momento que as prefeituras passaram a privatizar as festas de São João. Priorizando fortemente os cantores e bandas de outros gêneros musicais. Deixando, condenando, os forrozeiros tradicionais de fora. Imiscuindo de forma ilegítima e irracional.

Ora, ora, a partir do momento que se chancela, pela prefeitura, toda a organização e autonomia a certa empresa produtora de eventos, esta passa a visar única e exclusivamente o lucro. E o lucro é o artista com maior bilheteria. Pouco se lixando para a cultura musical. Nas entrelinhas, desdenham, quando não criticam o nosso autêntico forró.

Para ser bem sincera: é um desserviço a intervenção mercadológica do show business com propósito de homogeneização e controle do consumo de massa em prejuízo ao nosso bem cultural.

Foi feliz a declaração de Elba Ramalho: “É um direito dos cantores sertanejos estarem no São João, mas a grade não pode ter 18 sertanejos e 2 forrozeiros”. Faz uma pausa, reflexivo, e completa: “Porque não é a festa do Peão, é a festa de São João. Vejam só, esse é meu ponto de vista. Deixem o São João para o São João”. Outro cantor Alcymar Monteiro, assim desabafou: “As festas de São João têm um pai com nome e sobrenome, que é Luiz Gonzaga do Nascimento. Acima disso, abaixo disso, além disso, e fora disso, não é São João”.

Minha preocupação concentra-se com a geração de novos artistas que vai jogar a toalha, se entregar, porque não tem apoio. Pois os contratantes não dão oportunidade a quem não é conhecido, notadamente àquele voltado ao estilo forró. Até quando, não sei.

E, cauteloso, pondero: salvo melhor juízo. O problema que eu vejo está no seu formato: entregar por completo a decisão das contratações artísticas, sem estabelecer critérios que fortaleçam os laços culturais da região.

Mas aí é que tá. Preservar e valorizar a cultura por meio do forró são funções do poder público. Urge a necessidade de salvaguardar as matrizes do forró, como valor cultural.

Flávio José questionado se é prejudicado, mesmo sendo referência, o sanfoneiro foi enfático. “Claro que sim. Hoje o que está mandando no mercado é o modismo. A gente fica para depois”, reclama.

O forró sempre esteve no meu imaginário. Cabe registrar que o forró traz no subconsciente dos nordestinos, lembranças das relações humanas no campo, e o sentimento de saudade. Além de instigar a memória deles, fazendo uma conexão das populações rurais para os centros urbanos.

Do meu tugúrio, limito-me a asseverar sempre que o nosso Forró de Raiz ou Forró de Pé de Serra é o símbolo da alma nordestina.

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Lincoln Cartaxo de Lira: Advogado, administrador, escritor e natural de Cajazeiras, Paraíba.



fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=3205175319704045&set=a.1405557789665816

quinta-feira, 7 de julho de 2022

MEU QUADRO FUNDAÇÃO DE CAJAZEIRAS.

por: Waldemar José Solha



Quadro: Fundação de Cajazeiras
Acervo: Biblioteca Pública Municipal de Cajazeiras
Autor: WJ Solha

Entrei no Banco do Brasil como auxiliar de escrita.
Junho de 62, aos 21 anos, e, logo que tomei posse em Patos - estagiando para trabalhar em Pombal (que seria inaugurada nove meses depois), me avisaram do concurso interno, para escriturário, que aconteceria em setembro, em Cajazeiras.
Foram três meses de cinco horas diárias de estudo, 55 minutos para cada matéria, flexão de braços em cada pausa.
Fui aprovado e, por conta disso, logo seria promovido a chefe da carteira agrícola de Pombal.
E, por causa de mais isso, estive novamente em Cajazeiras.
Agora num encontro desses comissionados do sertão.
O detalhe memorável é que o então colega Mailson da Nóbrega, futuro ministro da fazenda, era o chefe da mesma carteira, na cidade.
Foi então que conheci a história da fundação de Cajazeiras, comemorando, em 1964, seu centenário de emancipação!
Um senhor chamado Cartaxo, que me lembrou Einstein, me levou ao chamado "Açude Grande", e me mostrou o local, ao lado da represa, em que Vital de Souza Rolim construíra sua casa de fazenda, com a esposa Ana, os dois pais do célebre Padre Inácio de Sousa Rolim - cognominado por Pedro II de "O Anchieta do Norte".
Pintei o quadro.
Detalhe inesquecível: o modelo do sorridente bebê que "mãe Aninha" tem no colo, o futuro Padre Rolim, com que ela brinca com um rosário, foi uma foto da então recém-nascida filha do amigo Dr. Atêncio Bezerra Wanderley, de nome ... Ana. Ana Valéria, hoje nos altos escalões da Petrobrás, Rio.
Botei a obra em cima da carga de um caminhão que passava para o Ceará, e acompanhei-a conversando com o motorista, na boleia.
O prefeito me disse que gostara de tudo, mas que iria convocar alguns intelectuais para tomar uma posição consensual, e o fez.
Todos o aprovaram ... Menos Íracles Pires - que discordou de tudo: da beleza de mãe Aninha, “que era muito feia”, do verde da grama, “coisa da terra do moço”, e até da figura do Rolin, “que é um autorretrato”, verrumou - coisa que me fez olhar para a figura que eu desenhara sem modelo e, que, caramba, era eu, mesmo, visto de lado.
Bom, com ou sem controvérsias, o prefeito comprou o quadro... E foi assim que entrei a História da cidade que - em 2021 - publicou meu mais recente livro, "1/6 de Laranjas Mecânicas, Bananas de Dinamite" pela editora Arribaçã, de Linaldo Guedes.
(Da auto b/i/ografia em que estou trabalhando)



quarta-feira, 6 de julho de 2022

CARAVANA INTERATOS em Cajazeiras.




 CARAVANA INTERATOS   - Um evento que mistura dança com teatro; onde também será realizada uma oficina de dança, vai acontecer em Cajazeiras entre os dias 07 e 10 desse mês de julho, no Teatro Íracles Pires (Ica). Conforme está programado, de 07 e 08, a partir das 08 às 12h, vai ser realizada a oficina de dança cujo o título é "Dança do Maculelê", ministrada por Guerreira Virgínia Passos. Os interessados em participar dessa oficina, deverão fazer as inscrições na secretaria do Teatro Ica. No dia 10, às 20 horas, com indicação livre, será apresentado o Espetáculo Oríara: O Segredo das Folhas, da Cia de Dança Marcelo Fiuza. Todo evento será gratuito, aberto a todos os públicos.




segunda-feira, 4 de julho de 2022

CAJAZEIRAS TERÁ QUATRO ATORES EM NOVELAS DA GLOBO NESSE SEGUNDO SEMESTRE.

Cleudimar Ferreira

Suzy Lopes, Nanego Lira e Tardelly Lima, farão parte da novela das seis, da Globo.


Depois de anunciados pela imprensa os nomes dos atores de Cajazeiras Nanego Lira, Suzy Lopes e Tardelly Lima, atores que farão parte do elenco da próxima novela das seis, "Mar do Sertão", da TV Globo; agora foi à vez da atriz Dudha Moreira, outro nome cajazeirense que está sendo anunciado nas redes sociais e sites. Segundo a agência "Trama", Dudha está confirmada e fará parte do elenco da novela “Travessia”, que substituirá a novela das nove “Pantanal” também na TV Globo

Incluindo nesse contexto os nomes dos atores: Ubiratan di Assis, Buda Lira, Soia Lira, Marcélia Cartaxo e até mesmo da atriz Raquel Rolim, que em outros momentos estiveram envolvidos com trabalhos na Globo. Desses uns com menos e outros mais participação, agora com a inclusão desses novos nomes nas próximas novelas da emissora, já podemos anunciar a existência de fato na cidade do Núcleo Globo Cajazeiras. Uma confirmação de que a frase "Cajazeiras, terra da cultura", não é uma frase injustificável, pois a realidade hoje está mostrando o contrário.   

Dudha Moreira no elenco de "Travessia"

A atriz cajazeirense Dudha Moreira nasceu mesmo predestinada a seguir uma carreira artística. Disso ninguém tem mais dúvida. Pela que tem feito até aqui, acho que a arte de representar talvez, não sei, seja sua maior paixão. Filha de pais com certa sensibilidade para arte - seu pai Francisco de Assis Furtado tocava violão e contava e, sua mãe Maria de Lourdes Gonçalves, apesar de não ter seguido uma carreira de atriz, atuou em vários comerciais para TV aqui em João Pessoa.

Formada em Educação Física em 1985, Dudha Moreira foi convidada em 1989, pala professora Dalvanira Gadelha para fazer parte do Grupo de Danças Folclóricas da UFPB. Segundo Dudha, ela foi impulsionada por Dalvanira, que dizia ser ela uma grande atriz. Em 2009, concluiu uma Pós-Graduação em Representação Teatral pela UFPB.

Em 2006, a convite de Fernando Teixeira, Dudha passou a integrou o grupo Bigorna, tendo participado em 2010 na remontagem da peça Morte Famme. Em 2009 Especializou-se em representação teatral pela UFPB. Nesse mesmo ano, formou juntamente com os atores Daniel Porpino, Thardely Lima e Fabíola o Grupo de Teatro Osfosidario. Onde participou dos espetáculos: A Farsa do Poder, de Racine Santos; “Quincas” com Direção de Daniel Porpino; “Outubros” (2017), texto baseado no diário de sua própria mãe, que narra a história de amor de seus pais. Em 2016, participou da novela “Velho Chico” da Rede Globo de Televisão. 

Ao longo de sua atuação como atriz, com volume maior de trabalhos no teatro, Dudha Moreira, participou ainda de Festivais de Teatro, Novela de Televisão e fez alguns longas-metragens. Em festivais, marcou presença no Festival de Inverno de Guaramiranga (2015); no Festival de Teatro de Cajazeiras (2009), onde foi vencedora do prêmio de melhor atriz; Festiva Mundial de Recife (2010) e o Festival de Inverno de Garanhuns (2016).

Na tv, trabalhou ao lado de atores consagrados como António Fagundes, Cristiane Torlone, Camila Pitanga e Marcelo Serrado no na novela Velho Chico. No cinema, teve atuação marcante nos filmes: Sol Alegria (2017) Direção de Tavinho Teixeira; Onde contracenou com Ney Matogrosso. Participou ainda de outras produções como: Desvio (2018), Direção de Artur Lins; Por Trinta Dinheiros, de Vania Perazo e Invólucro (2015) com direção de Caroline Oliveira, dentre outros.





fontehttps://www.paraibacriativa.com.br/artista/dudha-moreira/

CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS

por: Tania Benisrael Greif

Ba Freyre (in memoriam) foto/autoria: Tamar Matsafi 


Tem sido muito difícil escrever essa parte da história que ainda me é tão recente.
5 anos nos restam entre o retorno de Ba Freyre a Israel até o dia da sua partida definitiva.
Momentos tão atuais que meu cérebro se recusa a aceitar como parte de um passado.
Nesse período, além de ter produzido mais dois novos álbuns no Brasil que eu considero os mais lindos de sua carreira, aqui em Israel fizemos dezenas de “Pocket Shows”, originais, divertidos e diversificados.
Ba Freyre com sua música, sobressaiu em Israel nos anos 90 e na primeira década do novo milênio, trazendo muita alegria para os brasileiros e “sabras” num tempo em que as facilidades eram outra e as dificuldades eram muitas.
No entanto, o seu destino ia em contra "partidas e voltas". 
Seu coração se dividia entre dois mundos dos quais ele não conseguia conciliar. 
Enquanto tapetes vermelhos eram estendidos do lado de lá, por aqui as portas pareciam se fechar.
Em Israel Ba Freyre se via fora da panela e isso o deprimia. 
Sou da opinião que seu talento incomodava. 
Amadurecido pela vida, aquele rapaz cabeludo dos anos 90 tinha ficado pra trás. 
Com metas bem definidas e dezenas de obras imortalizadas nas suas idas para o Brasil, aqui ele se sentia um estranho fora do ninho. 
Vendo ele se afogar nas suas mágoas, tomei o leme do barco. 
Ba não precisava de grandes orquestras, ele sozinho se bastava, e nós dois juntos éramos uma pequena potência.

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domingo, 3 de julho de 2022

O CONDE DA BOA VISTA E O MASSACRE NA PEDRA DO REINO

Cleudimar Ferreira



Muita gente pensa que um episódio trágico que aconteceu no passado, no sertão pernambucano, em uma localidade onde hoje pertence ao município São José do Belmonte/PE, não passou de história de trancoso ou foi mais uma ficção das inventadas por escritores da literatura em cordel nordestina. Mas não é bem assim e o fato existiu de verdade! No ano que aconteceu essa tragédia messiânica do tal Reino Encantado da Pedra Bonita (a conhecida Pedra do Reino), era Presidente da Província de Pernambuco, o senhor Francisco do Rego Barros - primeiro e único barão com grandeza; visconde com grandeza e conde da Boa Vista. A atual Avenida Conde da Boa Vista - no Recife, leva o seu nome e é uma homenagem do povo pernambucano a sua memoria.

Pois bem. No dia 05 de março do ano de 1839, o Jornal Diário de Pernambuco, edição de nº 53, página 01, publicou um texto escrito pelo senhor Francisco do Rego Barros, que foi usado como discurso de abertura da Assembleia Legislativa Provincial, no dia 01 de março de 1839, relatando como foi o fim em tragédia que terminou o movimento messianista da Pedra do Reino. A publicação do jornal abriu a matéria de Rego Barros com a seguinte informação:


Com que o excelentíssimo senhor Francisco do Rego Barros, Presidente desta Província, abriu a Assembleia Legislativa Provincial no dia primeiro de março do corrente ano:
Senhores membros da Assembleia Provincial.
Cheio de satisfação por ver-me pela segunda vez no seio da Representação Provincial, e por ter de abrir os seus interessantes trabalhos, venho, em observância a lei, expor-vos o estado da Província, e as suas clamorosas e urgentes necessidades.
Tranquilidade e segurança pública.
Tendo se dissipado a cizânia, perfidamente espalhada por entre cidadãos ignorantes da extinta Comarca do Bonito de que os recrutas tinham de ser reduzidos a escravidão, poderia anunciar-vos hoje, Senhores, que a ordem e segurança pública não foram alteradas em nossa Província, depois do último relatório, que vos foi presente, se um fato digno de figurar em outros séculos, filho da ignorância e do fanatismo não viesse perturbar o plácido correr do ano de 1838. Um indivíduo morador no sítio - Pedra Bonita - distante vinte léguas da Vila de Flores, por efeito de sua maldade, lembrou-se de dissuadir ao povo ignorante daquele lugar, que ali existia um reino encantado próximo a desencantar-se, e tendo os seus embustes adquirido força e prosélitos, um destes começou a inculcar, que para a restauração do Encantado Reino era mister, que fossem imoladas vítimas humanas, a fim de regarem com seu sangue o campo, prometendo ao mesmo tempo, que todas ressuscitariam, e seriam por fim, ricas, poderosas, e felizes. Em consequência desta e de outras ideias, que a boa fé de homens ignorantes, supersticiosos, e sem sentimentos de religião, não duvidou abraçar, pais de famílias lhe entregaram seus filhos para o degoladouro, que, com efeito, teve lugar em maio do ano passado, assassinando-se cruelmente quarenta e duas pessoas de ambos os sexos, entre párvulos, e adultos. Um fato tão horroroso não podia de deixar de chegar aos ouvidos das autoridades do lugar, e por isso o Comissário de Polícia, antes mesmo de receber ordens do Prefeito de Flores, querendo evitar a sua repetição, e reunindo para esse fim uma força de Guardas Nacionais, atacou-os fortemente, e depois de alguma resistência, em que morreram vinte e nove pessoas da parte dos perversos, e cinco da força legal, pode inteiramente dispersá-los, e prender alguns homens, mulheres e meninos, que se achavam no ajuntamento. Consta-me, por participações oficiais, que os presos foram entregues ao Juiz Criminal para proceder contra eles na forma da lei, e que o Tribunal do Júri os condenará às diversas penas para punição dos seus horrendos crimes.
Não tendo, porém, estes acontecimentos cor política, devo assegurar-vos confiadamente, que os nossos concidadãos, se mostraram cada vez mais adesos à lei fundamental do Império, ao Trono do jovem Monarca Brasileiro, e a causa da integridade do Império, convencidos com a razão de que só assim poderão desfrutar a paz, e o sossego, por que tanto almejam, e chegar esta nossa terra a prosperidade, para que é destinada.


FOTOS DE UMA VISITA QUE FIZ AO LOCAL, EM JUNHO/2015.





fonte: Jornal Diário de Pernambuco
fotos: Cleudimar Ferreira (com exceção a de Francisco do Rego Barros)

sexta-feira, 1 de julho de 2022

FUMINC 2022: Prefeitura de Cajazeiras incentiva eventos musicais no período junino



A prata de casa no setor musical nunca foi tão valorizada quanto na gestão atual da Prefeitura de Cajazeiras. Este ano, por exemplo, só em apoio a projetos para esse segmento, estão sendo liberados cerca de 40 mil reais. O apoio acontece via Secretaria de Cultura e Turismo, por meio do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura, que financiou, também, muitos projetos que contribuem para manter viva a tradição dos festejos juninos na região, com apresentações de músicas típicas da época e de quadrilhas juninas.

Entre os projetos aprovados destinados ao segmento estão: Biguinho Canta Cajazeiras (Everton Pereira); A Música da Esperança para os novos Dias (Francineide Amaro); São João nas Praças (Francisco de Assis França da Silva); Som na Praça (Francisco Queiroz); Quadrilha Junina Tradição Império (Guilherme Silva Andriola); Projetos Clássicos Nordestinos ao Pôr do Sol (Jonas Leandro); Mei de Feira (Jorge Emanuel Gomes Pereira); Projetos Sucessos na voz de Carlos Marques (José Carlos Marques Maciel); Músicas com Nenen Cantor (José Odair Moreira da Silva); Canto Sertão (José Rigonaldo Pereira); Som Rural (José Wilton Dantas); Arraiá do Leblon (Luiz Carlos Oliveira Villar); Forró Tradicional (Ricardo Gomes Freitas), e Projeto Forró na Praça (Rômulo Viana Gomes).

Este ano, o Fuminc selecionou 71 projetos nos mais diversos segmentos artísticos e culturais de Cajazeiras. Segundo o secretário Ubiratan di Assis, de acordo com a Lei 1.891, de abril de 2010, 2% dos tributos municipais do ano anterior são aplicados nos projetos, que são inscritos e analisados por uma comissão. Este ano, o montante aplicado é de R$ 246.621,02.


O prefeito José Aldemir considera que o Fuminc veio sem dúvida alavancar a cultura cajazeirense nos diversos segmentos, sendo cumprido o percentual estabelecido em lei. "É um projeto vitorioso que consolida Cajazeiras como terra da cultura", acrescentou.

Por: FABIOLIV



postagem divulgada no site da prefeitura: