quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Buda Lira: “É preciso mudar para melhor o carnaval de rua da Paraíba”

por: Silvio Osias

Bloco Cafuçú 2023. Foto/imagem: SECOM/PB - Daniel Silva.


Buda Lira: “É preciso mudar para melhor o carnaval de rua da Paraíba”

“Precisamos e podemos mudar pra melhor o carnaval de Rua da Paraíba”, diz o ator Buda Lira, que é membro fundador do Bloco Cafuçú (Foto/Secom JP). Nesta quinta-feira (23), a coluna é dele, em texto que fala sobre a importância do Folia de Rua, a responsabilidade dos governos e a necessidade de remodelação do carnaval. Segue o texto de Buda:


MUDAR O CARNAVAL PARA MELHOR

Buda Lira  


A volta do carnaval, após três anos de quase silêncio total, recompõe energias da maior festa popular de rua do país. A movimentação de blocos, tribos indígenas, ala ursas, clubes de orquestras e bailes, aqui na Paraíba, tanto na prévia como nos quatro dias da festa, reafirma o seu potencial econômico, os aspectos revigorantes sociais e culturais que bordam a festa.


No caso da Paraíba, é inegável a contribuição do movimento que resultou no Folia de Rua a partir do surgimento espontâneo das Muriçocas do Miramar e que gerou mais dez outros blocos de rua: Bulachas, Cafuçu, Fera C.A, Filhos da Alegria, Imprensados, Morcegos, Patotinha do Eraldo, Turma do Bôbo, Urso Gay e Virgens de Tambaú.


A partir da iniciativa genuína desses onze blocos, foi produzido o LP Folia de Rua como ato inaugural do projeto. Antes, o compositor e cantor Fuba já havia lançado o LP  Carnaval de Fuba e as Muriçocas do Miramar para marcar os cinco anos de criação do bloco e que serviu de inspiração aos blocos no processo de criação do Folia de Rua.


Entre 1991 e 1993, um entusiasmo contagiante tomou conta desses onze blocos que apostaram na possibilidade de redimensionar o carnaval da cidade com o crescente brilho da prévia e que de fato reacendeu o interesse pelo carnaval da capital.


Com a venda antecipada (bônus) dos LPs, foi possível produzir por inteiro o disco que teve a Orquestra Metalúrgica (Maestro Chiquito) como base musical do trabalho.

Essa é a verdade de quem viu e viveu por dentro a criação do Folia de Rua, na condição de membro fundador do Bloco Cafuçú. O resto é bobagem e contorcionismo de interesses que tentam sombrear um momento singular da vida cultural e política da cidade.

A propósito, é urgente a retomada das ideias e iniciativas que deram sentido a esse movimento do carnaval: protagonismo da produção musical paraibana e dos artistas paraibanos nos espaços da festa; requalificação das estruturas de produção do evento; formação contínua de seus principais gestores e produtores; e melhoria na comercialização dos espaços atraentes do evento.

Necessário dizer que essas essas propostas necessitam da vontade política dos blocos e agremiações e passam pela responsabilidade de governos.

Entendido como tarefa primeira das agremiações a remodelação do carnaval, cabe aos governos, no curto espaço de tempo, realizar com antecedência editais públicos que possam repercutir na mudança de postura das agremiações, estimulando a preparação de aspectos primários na gestão da festa. Ao mesmo tempo em que podem ofertar incentivos para melhoria nas áreas de gestão e planejamento do carnaval de rua no longo e médio prazo.

São mais do que necessárias essa tensão e tesão na crença de que precisamos e podemos mudar pra melhor o carnaval de rua PB.

Buda Lira é ator e membro fundador do Bloco Cafuçú.   




fonte: Blog de Silvio OsiasJornal da Paraíba

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Cineclube Vladimir Carvalho em Cajazeiras

por: Eduardo Pereira

Carteirinha de Sócio do Cineclube Vladimir Carvalho. Imagem/arquivo: Cleudimar Ferreira


Fui ver aqui em Brasília no último dia trinta e um de janeiro o documentário de Maria Maia O Cinema Segundo Vladimir Carvalho, cineasta paraibano de Itabaiana. Traça um perfil desse profissional com trabalhos marcantes na cinematografia nacional, como, por exemplo, O País de São Saruê (1971), Rock Brasília (2011), O Engenho de Zé Lins (2007), O Homem de Areia (1982) sobre o escritor paraibano José Américo de Almeida e tantos outros.

Foi aplaudido de pé. Pode-se dizer que, aos 88 anos, respirou cinema a vida inteira. No documentário ele relata que desde criança assistia filmes. Seu pai o influenciou. Os filmes chegavam a Itabaiana através de trem. Quando ouvia o soar de apito do comboio chegando à cidade ele já ficava ‘antenado’ imaginando qual seria o filme que veria.

Lembrei-me que foi no final dos anos setenta para início dos oitenta, acredito, que Cajazeiras teve o Cineclube Vladimir Carvalho. Seu primeiro presidente foi o jornalista Nonato Guedes. O famoso crítico de cinema Jean-Claude Bernadet esteve lá para ministrar um curso para seus participantes. Uma surpreendente ousadia daqueles jovens de então.

Um cineclube naquela época em Cajazeiras significava que havia um grupo de jovens se interessando pelo cinema com outro olhar. Com a visão de que cinema não era apenas diversão. Se tinha senso crítico, análise, debate sobre os diálogos e a elaboração do roteiro, sequências de cenas.... Ou seja, a interferência de seus mecanismos de criatividade em nossas vidas, na política do país, na inquietação em analisar e absorver para nossa perspectiva a estética da arte.

Antes da criação desse cineclube eu havia partido de Cajazeiras para Brasília, mas meus amigos que lá ficaram incorporaram essa experiência. Não sei como se conseguia filmes que estavam fora do circuito comercial: Filmes cult, alternativos, descolados artisticamente. Para aquela geração de espirito irrequieto, mesmo em momento histórico sobre as barras de coturnos brutais da milicada, tudo era possível. Afinal, ousadia é tempero da juventude. O cinema foi marcante para a formação cultural daquelas gerações de Cajazeiras. Principalmente o norte-americano e o italiano.

No entanto a fase dos filmes de O Gordo e o Magro, Mazzaropi, Bang Bang, Faroeste, Karatê, pornochanchada vistos no Cine Pax, Cine Éden e Cine Apolo XI - o cinema de Eutrópio é de uma fase um pouco anterior - que minha geração viu, foi fundamental para despertar nossas fantasias, compor nossas histórias de vida. Esses estilos compuseram nossa admiração e o encanto pelo mundo da sétima arte com a visão da infância e da adolescência. Diria que são cenas inesquecíveis de nossas existências. Quem foi garoto/a interiorano entende perfeitamente esse universo.

Não caio na tentação de querer comparar o cenário dos filmes daquela época, dos cinemas de rua com os de shopping de hoje em dia, pois o mundo segue em frente como nossas vidas. A vida não é estática. Nós é que temos que tentar aperfeiçoá-la e vivenciá-la da melhor forma possível. É a realidade. Mas que foi legal aquela fase, ah, isso foi.

Lançamento do documentário 'Cinema Segundo Vladimir Carvalho'


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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Com homenagem a Zé do Norte, começou as inscrições para 6º Festival de Música da Paraíba



Já estão abertas até o dia 6 de março, as inscrições para o 6º Festival de Música da Paraíba. A competição deste ano de 2023 fará uma justa homenagem ao cantor, compositor, escritor e apresentador cajazeirense Alfredo Ricardo do Nascimento - Zé do Norte. As inscrições podem ser feitas diretamente no site do festival.

O festival de música é uma realização do Governo do Estado, por meio da Empresa Paraibana de Comunicação, por meio da Rádio Tabajara, Secretaria Institucional de Comunicação (SECOM) e Fundação Espaço Cultural (FUNESC). As premiações somam um total de R$ 30 mil. Além das três canções vencedoras, serão premiadas a melhor interpretação e a canção escolhida por votação popular.

O evento surgiu da necessidade de se ter um projeto para estimular e evidenciar a produção no estado, dando voz a novos talentos. Em sua sexta edição, o certame procura dar visibilidade à produção musical do nosso Estado. Mantendo o objetivo de reconhecer e divulgar a música paraibana, descobrindo e valorizando artistas que vêm surgindo no cenário cultural.

Assim como nas edições anteriores, podem participar do festival compositor paraibanos com residência comprovada no território estadual ou artistas de outros estados, desde que comprovem ser residentes na Paraíba há pelo menos dois anos. Além disso, é preciso ter idade acima de 18 anos e se inscrever com música autoral inédita, uma vez que a natureza do festival é de revelação e valorização do artista autoral.

As duas eliminatórias e a grande final acontecem respectivamente nos dias 26 e 27 de maio e 3 de junho. As apresentações serão transmitidas ao vivo pela Rádio Tabajara.

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PARA CONSULTAR O EDITAL; A FICHA DE INSCRIÇÃO E OUTRAS INFORMAÕES; ACESSE OS LINKS ABAIXO: