segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

A cidade de Bananeiras poderá reabrir seu antigo cinema de rua. E Cajazeiras?!...

por Cleudimar Ferreira

Antigo Cine Teatro Excelsior, Bananeiras. Foto: Google Maps


Os cinemas de rua num passado não muito distante foram sem nenhum pré-requisito, os principais espaços de entretenimentos; de convergências, onde por falta de outras opções, as pessoas distantes dos grandes centros, que moravam nas cidades de porte médio ou até nas pequenas, se encontravam para conversar sobre filmes, trocar as tais revistinhas em quadrinhos e ficar mais próximo dos amigos e brotinhos de seus interesses. Comportamento associativo de relevância comum de uma época, que tanto ilustrou as calçadas, os frontões dessas casas de exibições, espalhadas por aí a fora, hoje quase todas desativadas, em ruinas, apenas espelhando um tempo que marcou gerações.
   
O intrigante fator de extinção dessas salas de exibições da paisagem urbana, são diversas. Mesmo assim, ainda é um compendio não muito entendido e discutido. Até por que historicamente, a produção de cinema no mundo, não tem passado por crises tão profundas que justificasse ser um dos aditivos nesse contexto, causadores do fechamento dos cinemas de rua no mundo e, cá entre nós, aqui no Brasil também. 

A verdade do problema que extinguiu nossas salas de rua, até parece coisa inexplicável, já que em algumas cidades bem menores, de um publico relativamente pequeno, elas resistiram esse surto existencial desfavorável e, permaneceram abertas, enfrentando todos os momentos adversos que ocorrem até aqui, na indústria do audiovisual, que poderiam ser uma das causas da sua extinção. Porém, em outras cidades consideradas grandes centros onde os cinemas viviam lotados, esse desmantelamento aconteceu, até prematuramente, em tempo curto, surpreendendo muitos apaixonados pela sétima arte. 

Mas apesar de tudo, vivemos outros tempos e novos horizontes com luzes de esperança, começam a surgir acenando para as possibilidades de aberturas desses cinemas, cheios de saudosismos, fechados há décadas. Se formos fazer um levantamento até aqui, em nível de Brasil, muitos deles em escombros foram restaurados, reabertos e colocados outra vez em atividade. Na Paraíba, tivemos como exemplos a abertura do Cine São José, em Campina Grande, pelo governo do estado. Uma iniciativa do ex-governador Ricardo Coutinho que transformou o antigo cinema em um centro cultural, com uma sala multiuso que é ao mesmo tempo Cinema e Teatro.


Atuais Cinemas de Rua na Paraíba. 1. Cine Garden, em Catolé do Rocha. 
2. Cine RT, em Remígio. 3. Cine São José, em Campina Grande

Tivemos também como iniciativa bem sucedida, a instalação na cidade de Catolé do Rocha do Cine Garden. O Garden, montado no subsolo do Complexo Mirante da Praça Prefeito José Sérgio Maia, no coração de eventos da cidade, tem uma programação com três sessões diárias de terça a domingo, às 17h15, 19h15 e 21h15, com preço acessível para o grande público. 

Porém, nenhuma outra história de abertura de cinema de Rua na Paraíba, foi mais fascinante quanto à do Cine RT, na cidade de Remígio. O Cine RT foi criado em 2012 pelo mecânico e exibidor Regilson Cavalcante, no prédio onde antigamente funcionou o Cine São José. Fora a programação diária, o cinema já foi espaço para diversos festivais de cinema. Em 2018, o local foi homenageado na Expocine, que é considerada a maior convenção da indústria cinematográfica da América do Sul e segunda maior do gênero no mundo, em número de participantes.
 
Agora, uma noticia ganhou espaços nos sites e nas redes sociais, anunciando a provável revitalização do fechado Cine Teatro Excelsior, de Bananeiras. A iniciativa que abriria o velho cinema viria através de um projeto criado pelo grupo de escotismo da cidade, chamado Guardiões da Serra, que concorre a financiamento do Fundo de Direitos Difusos do Ministério Público da Paraíba.

As expectativas para que essa iniciativa seja concretizada são carregadas de positividade, não só pela população de Bananeiras, mais por todos os cinéfilos do estado; saudosistas dessa atividade de rua, que ver outras possibilidades de salas fechadas serem abertas nas ruas das cidades paraibanas.

E Cajazeiras, conhecida como a terra da cultura; a cidade polo educacional da Paraíba; centro formador do pensamento sertanejo; das artes cênicas, da música e das artes visuais; que foi no passado detentora de três cinemas de rua e um cineclube atuante, já devia está colocando no centro das discussões culturais, propostas, ideias de abertura da sua sala de rua ou iniciativas como estas. 

Afinal, somos talvez no nordeste uma das cidades que mais formou atores e atrizes para o cinema nacional e para a TV. Além de termos em nosso curriculum, cineastas, diretores, produtores; pessoas gerenciadoras de grandes festivais de cinemas, sem contar com o festival de cinema que a cidade promove anualmente. Portando, uma das almas dos cines Éden, Apolo ou Pax, já devia ter sido transfigurada ou manifestada se houvesse boa vontade do poder público e daqueles que lidam com a cultural na cidade.  

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Vida, uma viagem experimental.

Imagem sem referência de autoria















De repente, me dei conta que o tempo passou rápido demais. Na minha subida degrau por degrau, fui 
longe, e cheguei ao topo... Incansável, quase sempre ofegante pela pressa tropecei e levei muitos tombos. Queria ser sempre a primeira.
Que tolice! Tudo é em seu tempo.
Descobri que o meu tempo agora é muito menos do que eu já vivi ao longo de minha vida. O tempo é efêmero, agora, com cautela tenho que descer a escalada que fiz devagarinho para não tropeçar denovo.
Não preciso mais de tanta pressa, quero viver com mais sabedoria e menos ambição, conhecer melhor as pessoas que são verdadeiras e amigas. Os títulos? Esses, o tenho muitos; sou grata por todos os que me honraram.
Quero embalar a essência de minha alma que é o amor, a paz, aprender ensinando e, sentir a eterna busca do conhecimento.
A beleza da vida encontrarmos nas pequenas coisas úteis que podemos proporcionar aos nossos irmãos.
Nessa sociedade imediatista, quero descartar tudo que é supérfluo.
Posso sonhar de Sonhar, mesmo assim, quero ver mais claro a objetividade de tudo e sentir com mais conforto o sentimento externo da vida.
Se gosto de escrever é porque também gosto de servir. A escrita é serviço do conhecimento ao dispor do leitor. No trabalho literário, sou sua serva. Quem não gosta não me lê. Meu espírito de crítica própria, não me permite falar só do perfeito.
Somos imperfeitos, a vida é vivida beirando os dois polos: O certo e o errado. Portanto, no pouco que escrevo sou imperfeita também. Mas vale apena, porque a obra é mais valiosa do que a ausência de palavras, pois é no silêncio da alma que se reconhece a incapacidade de agir e ajudar.
E nessa caminhada, agora, descendo os degraus, quero caminhar firme, construir sonhos, espalhar e essências para os que vierem depois de mim. Quero deixar amor, deixar escrita, deixar saudades, pois não "Ah saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram".
E o não gostar de ler, é o não gostar do conhecer.
Nessa minha meditação só sei que: somos quem somos e, muitas vezes, somos quem não somos, quando perdemos a nossa essência.
Isso é a vida pronta e misteriosa.

Vilma Maciel 22.12.2021. 


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

BIBLIOTECA CASTRO PINTO

Sede da Biblioteca Castro Pinto depois da reforma


Depois de quase dois anos de ausência por causa da Covid cheguei à minha estimada Cajazeiras. Soube que a Biblioteca Pública Municipal Castro Pinto foi revitalizada e seria, como de praxe, reinaugurada com todas as pompas oficiais. Estive presente nesse evento segunda-feira última, 13/12, pois fui seu usuário assíduo.  Inaugurada em 1974, ir à Biblioteca Castro Pinto era um dos grandes prazeres meus e de amigos adolescentes. À noite era um dos points para deleite de leitura de livros, jornais e pesquisas para tarefas escolares do Colégio Estadual de Cajazeiras.

Agora temos o conforto da climatização em vários ambientes. Naqueles idos, como hoje, o calor era intenso, tanto quanto nossos interesses por livros. Tinha livro de Jorge Amado que chegava e tínhamos que entrar na lista de espera de empréstimo.

As enciclopédias Delta-Larousse e Barsa eram o Google de então como fontes de pesquisas. As orientações dos professores eram para que fizéssemos os trabalhos com nossas interpretações do que pesquisássemos. Não se aceitava nada de copiar textos das enciclopédias. Se fosse feito o Ctrl+C e Ctrl+V de hoje, simplesmente teríamos nota zero!

 A estrutura física básica da biblioteca ficou intacta, o que faz preservar a história. Do acervo de então foram mantidas muitas obras. A novidade é o espaço reservado para criançada e a sala adaptada para os tempos atuais com computadores conectados à internet. O mundo virtual para pesquisa é a modernidade inevitável.

O grande quadro a óleo “Fundação de Cajazeiras”, pintado em 1964 pelo artista plástico e escritor W. J. Solha está no corredor da entrada, como sempre esteve. Foi à primeira obra de arte em tamanho grande que vi em minha vida. Para mim, é uma marca registrada da biblioteca.     

O criador da Castro Pinto foi o prefeito Antônio Quirino de Moura em sua administração 1973-1977. Presente ao evento, Quirino historiou o motivo da criação da biblioteca. Disse ele que no primeiro dia como prefeito chegou ao seu gabinete e viu um bocado de livros largados numa sala dita como “biblioteca”. No mesmo instante disse que iria construir uma biblioteca para cidade. E assim cumpriu sua palavra, registrando um grande feito.

Como se vai à igreja agradecer promessas alcançadas, toda vez que venho a Cajazeiras vou à Castro Pinto reverenciá-la por ser fonte primária de minha simples formação cultural e de estudo.

Eduardo Pereira


fonte: Facebook, Eduardo Pereira / foto: blog Ângelo Lima

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

O MUSEU DO FUTEBOL DE CAJAZEIRAS É COISA NOSSA E DEVE SER PRESERVADO.

Museu do Futebol de Cajazeiras. Sala dos troféus e taças

Cajazeiras é uma cidade com um diferencial em destaque se comparada com as demais do seu entorno. Sendo uma das mais antigas do sertão, logo ela tem importância na história dos desbravamentos que consequentemente contribuíram para a formação dos primeiros conglomerados urbanas do alto sertão paraibano. Com essa vitrine ao seu favor, era para ter nos dias atuais, equipamentos que referendasse essa sua posição de realce. 

No entanto, pouca coisa ou quase nada há para oferecer de atrativo a quem caminha pelas suas ruas. E o que tem, mesmo feito por mãos particulares; por esforço de alguns abnegados; amantes da história e da cultura, não tem recebido com devido aplauso, incentivos que ajudasse a melhorar sua qualificação ou que pudesse a manter em pé o que minguado a cidade ainda tem. 

Em se tratando de museus, os que existem, em numero de dois, o do futebol e o da diocese, mais parecem pequenos memoriais, já que os mesmos apresentam acervos resumidos, ainda em formação, sem muitas novidades em exposição para os visitantes. Mesma assim, já é grande coisa para uma cidade que esqueceu seu passado. E o que tem, precisa ser preservado e apoiado, não só pela população, como também pelas autoridades constituídas do município. 

Segundo se comenta entre as bocas e bastidores do futebol e, agora ganhou destaque também na imprensa local, o Museu do Futebol - fruto do esforço quase particular do seu fundador, o professor Reudismam Lopes, está sendo ameaçado de despejo da sede onde hoje está instalado - a Rua Epifânio Sobreira, 263, centro. Para uma cidade que quase não tem, o pouco que temos era para ser conservado, melhorado e apoiado e não desalojado como falam as línguas ou quer os que ameaçam as suas instalações. 

Cleudimar Ferreira.