sábado, 31 de julho de 2021

DELMIRA, A PARTEIRA DE TODAS!

por: Cleudimar Ferreira

Imagem meramente ilustrativa, sem referência com a personagem

Corta, segue o texto: “... vai moiando os pés no riacho. Que água fresca, nosso Senhor. Vai oiando coisa a grané. Coisas qui, pra mó de vê. O cristão tem que andá a pé”. Estrada de Canindé, até que poderia ter sido inspirada nos áureos anos do milagre da fé franciscana. Um rito conclamado no pé do frontispício da ermida dos Gonçalves, quando tudo era fartura naqueles tempos que seguiam. Para ser mais claro, ainda não havia fechado o ciclo invernoso e, as arribaçãs, nem sonhavam chegar, para catar os minguados grãos de arroz, perdidos entre palhas e a areia, no girau.

Veio o mês dos três santos entre as aberturas das cortinas bordadas que enfeitava as janelas da humilde casebre que acolhia Delmira. Senhora do destino de muitas mulheres, inseparável do seu cachimbo billiard - que para o seu nível de conhecimento sobre as letras, ela nem dava conta ou tinha algum interessa em saber, quanto mais, que marca ela botava na boca. Vivia apenas do básico que tirava da terra de onde veio. Onde servia, de acordo com a natureza que lhes pôs a sina de ser a primeira parteira do lugar. Ofício que exercia e prestava sagradamente para todas as mulheres em trabalho de parto nas cercanias dos Catolés e adjacentes. Bastavam os agoniantes lampejos das parideiras ecoar em qualquer uma daquelas casas, ela já preparava sua rodela de fumo de corte, enfiava parte no seu tragante cachimbo e ficava escorada na porta esperando o espirro de um marido desesperado borrifar na estrada.

Para quem vivia do inesperado, qualquer situação em que se achasse, ela estava sempre preparada para agir. Acontece que na noite naquele dia, havia chovido muito e a irregular estrada que cortava o sertão daquelas pragas, estava encharcada de lamaçal e os riachos que cruzava o trajeto, se mostravam pujantes com aguas correntes límpidas e cristalinas, que batia no umbigo de qualquer cristão que se aventurasse atravessar. Condução em quatros rodas no seu mundo, nos anos cinquenta, ainda não havia e todo translado era feito a pé, a cavalo ou a charrete. Um espelho difuso, repleto de dificuldades, porém adaptado ao costumo e a forma de vida que a realidade daquele tempo oferecia a todos. Mas Delmira não se queixava de nada, pois tinha a convicção que havia nascido com aquele proposito e, se apegava por amor aquele oficio, porque sabia que nos momentos difíceis, podia contar ao seu lado, com a força do sagrado coração de São Francisco

Certo dia, quando estava escorada na saída dupla da sua sala, só com a porta de cima aberta, ela desloucou o cachimbo da boca em direção à forra da porta, para expelir as cinzas do fumo queimado. Por um instante, sentiu um leve desejo de ver como estava à panela de rubacão, que preparava para o jantar no velho fogão de lenha. Foi Quando Delmira teve um forte pressentimento que alguém estava vindo. Premunição ou intuição - seja lá o que fosse que ela sentiu, a sensação era quase parecida com que já havia passado antes e, seja lá o que fosse, estava pronta para encarar. Como sempre fez, se manteve calma e esperou o fungado do cavalo acetinar na estrada para acolher o visitante na sua modesta residência.

Osmiro vinha feito um trupizupe, castigando as patas do cavalo nas poças d´água. Vez por outra escorregava aqui, acolá, trazendo consigo o vento e o destino até esbarrar no pé do peituri da descascada casa de Delmira. Cansado ele e o cavalo, o homem pulou do animal e, ainda teve fôlego para gritar: - Acuda Dona Delmira, minha esposa Esmerilda tá sofrendo muito! E eu acho que é o menino que vai nascer! Calma, Osmiro. Respondeu à parteira. E acrescentou: - Calma, senta aqui nessa cadeira que vou pegar lá dentro uns panos, álcool, água benta e um terço. Não deu tempo nem trocar de roupa. Trouxe o necessário para ajuda no trabalho que ia realizar e quando chegou ao alpendre, Osmiro já estava na montaria esperando a mesma. Quando ela encostou-se ao cavalo e ensaiou uma subida na garupa, Osmiro já devidamente acomodado na sela, pegou o braço de Delmira e a puxou para a traseira do cavalo. Numa ação rápida, virou as rédeas do ofegante animal e mirou em direção à estrada, arribando de vez em direção de sua residência. Trazendo consigo o socorro para jovem mulher, que agonizava na cama, sendo assistida apenas pela mãe e duas irmãs.

Em poucos mais de vinte minutos, o cavalo chegou feito um raio, faiscando o terreiro da residência de Osmiro, trazendo a parteira Delmira. Quando Delmira desce e chegou ao quarto, encontrou numa cama de colchão em palha, aquela mulher quase sentada, em posição de parto, de fisionomia roxeada e os lábios frios, sofrendo as piores contrações de sua vida. Era o primeiro filho que ia nascer, e ela, passava naquele momento por uma experiência única, dolorosa, jamais passada antes. Imediatamente Delmira começou a assistir a mulher, pediu às irmãs que colocasse bastante água do fogo para mornar, pois ia precisar muito, já que achava que a criança estava na posição errada e, talvez desse trabalho para nascer.

Diante do cenário que se revelava na sua frente, a parteira tratou de acalmou Esmerilda que gemia sem parar. Pediu a ela que relaxasse e tivesse mais paciência; que aguentasse; pois era daquele jeito mesmo. Sem perder nem um segundo, Delmira começou a colocar em prática suas experiências na condução de situações iguais aquela, que estava diante dela naquele momento. Pediu que a mulher ficasse de lado com uma das pernas levantada para aumentar as contrações. Sem resultado e sem alteração no quadro da paciente, ela com a ajuda da mãe da gestante, tiraram com dificuldade Esmerilda da cama e a colocou de cocara no chão, com as pernas contraídas para as laterais, numa tentativa de fazer a criança encontrar o caminho mais seguro e rápido, menos doloroso para a mãe. Em vão, estava sendo as diversas tentativas feitas e a criança não nascia.

Sem resultado imediato, o tempo corria e as dores só aumentavam. A fadiga e o cansaço, se juntaram ao suor e começaram a refletir-se no rosto da parteira Delmira. O desgaste físico já se abatia na gestante que perdia resistência e força a cada minuto.  A parteira se dirigiu a as três mulheres que antes da sua chagada assistia Esmerilda e, falou que a partir daquele momento só queria no quarto, com ela, uma das três apenas. Pediu que as irmãs saíssem e que ficasse no recinto apenas a mãe auxiliando durante o seu trabalho.

Seguia o lancinante sofrimento que não era mais só de Esmerilda, mas de todos. Osmiro lá fora, era acolhido pelos amigos da vizinhança. Nos demais cômodos da casa, algumas mulheres beatas, retraídas e isoladas se voluntariavam, solidarizando com a dor da jovem esposa de Osmiro. Apreensivas elas rezavam o terço, clamando a Francisco que ajudasse e acabasse com as agruras daquele parto que não chegava a uma solução. Na residência de cima, Desterro, mulher de Zé Quirino, postou-se no oratório barroco do seu quarto. Em silêncio orava incessante de joelho, pedindo a Nossa Senhora do Bom Parto, que reservasse um final feliz para sua amiga e o filho que passavam por situação difícil, sem solução.

A exaustiva corrente de oração se estendeu noite adentro e, lá no quarto, Delmira e a jovem Esmerilda lutava com todas as forças e santos do lugar, para fazer a criança nascer e acabar aquele parto inadiável. Quando já passava de uma da madrugada, ouve-se um grito rasteiro de uma criança ecoar, rasgando a escuridão da noite no Vale do Balsamo. A correria da vigília e o deslocamento do clarão dos candeeiros pelos cômodos da residência de Osmiro, davam votos de boas vidas ao primeiro filho de Osmiro. Desterro desapegou das suas contas, ignorou a imagem de Francisco e a homilia que seguia, correu até o paiol ande havia guardado o que restou de fogos dos festejo juninos que acabara de passar, pulou no meio do terreiro, queimou o pavio, provocando tiros certeiros em direção ao céu. Iluminando a escuridão da noite, ela gritava espantando os pássaros que dormiam nas copas das árvores: Viva! Nasceu. Ele nasceu! Nasceu!  Chegava o fim de mais uma assistência humanitária, ao natural, da parteira Delmira, considerada a mamãe de todos os filhos das terras dos Catolés e a santa mãe de todas as mulheres em trabalho de parto, por todas aquelas cercanias. Corta! Volta Delmira, pois a estrada está escura e tem um marido a sua espera.

foto (verdadeira) da Parteira Delmira
Acervo: Padre Andrade e Antônio de Timão


 

A v i s o: O plágio ou reedição desse texto sem a devida autorização do autor, implicará em sansões na forma da lei. 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Albanete Dutra

FORROZINHO DE BOA QUALIDADE


"Lembra os primeiros forrós gravados por bandas como: Magníficos e Mastruz com Leite". Albanete Dutra, ex-vocalista com passagem nas décadas de 70 e 80, pelas bandas Os Bembem; Módulo Sete - depois Super Som 7, todas de Cajazeiras. Fui testemunha ocular do inicio de carreira de Albanete. Com 15 e 16 ela já estava na ativa, cantando nos primeiros conjuntos musicais e como intérprete de músicas em algumas versões do Festival Regional da Canção no Sertão, em Cajazeiras. Lembro na década de 80 de sua saída da cidade para ser vocalista do lendário conjunto rio-grandense “Grupo Show Terríveis”. Hoje ainda na ativa, nos presenteia com esse belo trabalho. Esse CD com canções autorais e com outras que marcaram a trilha sonora do forró moderno criado pelos cearenses. Muito legal isso! Fico contente em saber que ainda está na ativa, cantando e se revelando como uma das grandes cantoras desse gênero na nossa Região Nordeste. Parabéns!



domingo, 25 de julho de 2021

A SABEDORIA COMEÇA NA REFLEXÃO

por: Rui Leitão



Essa frase não é minha, foi proclamada pelo filósofo Sócrates, mas expressa uma grande verdade. Ninguém pode se considerar uma pessoa com sabedoria se não for alguém que se dedique a refletir sobre a vida. Viver constantemente interrogando a si mesmo é condição primeira para se alcançar o conhecimento profundo das coisas. Já dizia Coralina eu “o saber se aprende com os mestres, e a sabedoria só com o corriqueiro da vida”.

Vivemos sempre sendo cobrados por nossa consciência. E estamos, a todo instante, procurando resposta que nos permitam ter um bom relacionamento com a realidade ao nosso redor. É precisos que busquemos compreender “o porquê”. “o que” e o “para que”, de tudo que esteja relacionado ao nosso modo de viver. Só assim conseguimos analisar erros e acertar e firmarmos aquilo que pode ser compreendido como “pensamento próprio”.

Essa discussão que estabelecemos com nossa consciência, pode evitar que sejamos vítimas de manipulação e passemos a emitir opiniões e agir de acordo com o que pensam outras pessoas. Quando nos damos ao exercício da reflexão, ganhamos a capacidade de elaborar nosso próprio pensamento. 

Nos tempos atuais, somos perigosamente influenciados pela propaganda midiática e pelos discursos ideológicos construídos com a intenção de “fazer nossa cabaça”. Há o risco de nos tronarmos “massa de manobra” para atendimento de interesses nocivos a nós mesmos, sem que os percebamos. Começamos a defender ideias que são nossas e que sequer nos beneficiam.

Daí a importância da reflexão permanente sobre o mundo em que estamos envolvidos. Nunca devemos deixar sem respostas convincentes as perguntas existentes no nosso íntimo. A preguiça de pensar, questionar, refletir, torna o homem ignorante e presa fácil dos poderosos. Afinal de contas, somos seres pensantes, o que nos permite estar preparados para conviver com a realidade que nos circunda. Quem não reflete sobre as suas motivações, erros e acertos, corre o risco de entregar a outros a construção de sua própria história. A reflexão tem função libertadora, ela nos livra da condição de “marionetes”.

A reflexão oportuniza o individuo decidir por mudanças na convicção do que realmente precisa fazer. Assim ganhamos maturidade intelectual e psicológica para encontrarmos caminhos novos na vida. Refletir antes de agir é estabelecer um pensamento consciente que garante seguir em frente evitando tropeços. Tem uma frase de Mário Quintana que acho muito interessante: “O passado é lição para refletir, não para repetir”. Se for necessário repetir, que façamos como resultado de uma cuidadosa reflexão.

O aprendizado nunca termina, dai a importância de dedicarmos tempo à reflexão, praticar autoanálise e olhar o mundo sem medo de sempre estar questionando. “Quem não pensa, é pensado pelos outros”, como também afirmava Sócrates.


 


fonte: publicação do jornal "A União" edição 25.07.21.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Cátia de França. Uma hóspede da natureza



Cátia de França é um patrimônio ativo da música e da cultura paraibana, nordestina e brasileira. Precisa ser referenciada e divulgada, pois sua obra musical especificamente é rica e vasta e representa a essência cultural nordestina, já que os elementos significativos dessa cultura estão presentes em tudo que ela produziu e vem produzindo, pois apesar dos imprevistos provocados pelo tempo que vivemos que tem afetado a produção cultural no mundo, Cátia continua na estrada em consciência e pensamento do que pode ainda fazer, compondo e produzindo cultura. Para conhecer o seu trabalho e sua trajetória, até aqui, continue lendo o texto abaixo produzido pela equipe do site Porangareté.

Cátia de França

Catarina Maria de França Carneiro (João Pessoa, Paraíba, 1947). Cantora, compositora, instrumentista, escritora. É alfabetizada pela mãe por meio de canções. Estuda piano desde os quatro anos, deixando o instrumento aos 15, quando ingressa num colégio interno em Pernambuco. Passa a tocar violão e envereda pela música popular. Aprende também flauta, sanfona e percussão. Em Recife, faz teatro, leciona música e toca em casas noturnas.

No final dos anos 1960, viaja pela Europa integrando o grupo folclórico da Fundação Artístico-Cultural Manuel Bandeira. De volta ao Brasil, muda-se para o Rio de Janeiro, onde integra as bandas de Zé Ramalho (1949), Amelinha (1950) e Sivuca (1930-2006). Em 1970, interpreta a canção “Mariana” (parceria com o poeta e jornalista Diógenes Brayner) em compacto duplo com as quatro canções vencedoras do IV Festival Paraibano de MPB. Trabalha em trilhas sonoras para cinema e teatro, entre as quais o filme Cristais de Sangue (1975), de Luna Alkalay (1947).

Apadrinhada pelo compositor e produtor Zé Ramalho, grava seu primeiro trabalho pela CBS, 20 Palavras ao Redor do Sol (1979), que conta com a participação de Sivuca, Dominguinhos (1941-2013), Sérgio Boré, Chico Batera (1943), Lulu Santos (1953) e Bezerra da Silva (1927-2005). O disco inclui composições de sua autoria, como “Coito das Araras” e “Kukukaya”, e poemas de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), musicados por ela. No ano seguinte, lança o álbum Estilhaços. Em 1982, participa do Projeto Pixinguinha, ao lado de Jackson do Pandeiro (1919-1982) e Anastácia (1941), e apresenta-se na série Seis e Meia, com Teca Calazans (1940), ambos promovidos pela Fundação Nacional de Artes (Funarte).

Em 1985, lança o LP Feliz Demais, pela Continental e, em 1986 grava o LP Olinda, com participação da Banda Azymuth. Em 1990, fixa residência na Paraíba, onde integra a ONG e o Projeto Malagueta, que divulga o acervo cultural da Paraíba. Lança o CD Avatar (1998) pelo selo CPC Umes, do qual participam Chico César (1964), Xangai (1948) e Quinteto de Cordas da Paraíba. Publica cordéis e livros infanto-juvenis, entre os quais A Peleja de Lampião Contra a Fibra Ótica, Saga de Zumbi e Falando da Natureza Naturalmente.

Em 2005, lança o CD Cátia de França Canta Pedro Osmar (1954), interpretando músicas do cantor, compositor e instrumentista paraibano. Em 2012, grava o CD independente No Bagaço da Cana um Brasil Adormecido, com a Camerata Arte Mulher, formada por musicistas eruditas da Paraíba e inspirado em textos de José Lins do Rego (1901-1957).

Apesar de nunca ter abandonado a música, Cátia estava afastada dos palcos e gravadoras. “O mercado só aposta no que já está evidente – ou em loiras com pernas maravilhosas. Fiquei um bom tempo sem condições financeiras para gravar do jeito que eu queria. Tem gente que fala: coloca todo mundo numa kombi e grava. Não é assim, precisa de cuidado”, diz. Desde 2005 ela buscava patrocínio para lançar seu sétimo disco, Hóspede da natureza, produzido pelo selo Porangareté e com a direção musical de Rodrigo Garcia. Dez anos mais tarde Cátia foi contemplada por um edital da Natura Musical e conseguiu tirar o sonho do papel.  



fonte: https://porangarete.com.br/index.php/artist/catia-de-franca/

quarta-feira, 21 de julho de 2021

O que esconde o ataque de Sabino Gomes à cidade de Cajazeiras.

por: Cleudimar Ferreira


A direita, Sabino Gomes. E a esquerda,
Virgulino Ferreira da Silva 
(Lampião)

Afirmam alguns dos historiadores que fazem pesquisas sobre a atuação do cangaço nordestino, que em umas das andanças de Virgulino Ferreira da Silva - Lampião, pelas cercanias do Cariri cearense, especificamente a cidade de Juazeiro, que num encontro com Padre Cícero, o Padre em conversa com chefe do cangaço, havia pedido ao mesmo que evitasse atacar a cidade de Cajazeiras, na Paraíba, pois segundo ele, a mesma era uma terra abençoada, a qual existia um padre quase santo que era seu amigo e que tinha carinho e apreso ao mesmo. O religioso “quase santo” que o Padre Cícero se referiu na suposta conversa com Lampião, era o Padre Inácio de Sousa Rolim - o Padre Rolim.

Asseguram também esses mesmos estudiosos do assunto, que por volta de 1926, Padre Cícero - que naquela época além de ser anticomunista já misturava e confundia política com religião, teria aproveitado a lealdade que o rei do cangaço tinha a sua pessoa; e havia proposto a Lampião atacar a Coluna Prestes quando essa cruzasse o Nordeste. Em troca, o cangaceiro receberia uma patente de Capitão das Forças Patrióticas. Patente que muitos historiadores dizem que só tinha validade no Estado do Ceará, sendo esse um dos motivos que deixou Lampião contrariado, fazendo ele desistir da investida contra a Coluna Prestes.

De fato, não há nada de suposição nos dois parágrafos anteriores e a história prova que houve o encontro de Lampião e o padre de Juazeiro e, confirma também, que o acordo existiu e foi feito. Para que o rechaço a Coluna Preste acontecesse, Padre Cícero juntamente com amigos donos de terras da Região do Cariri, equipou Lampião e seu bando com fardamentos, armas e munições.

Relatam os amantes da investigação do cangaço, que Lampião recebeu as armas, as munições e a patente de Capitão - dada por Pedro Uchôa, funcionário público federal do Ministério da Agricultura a pedido de Padre Cícero, porém nunca atacou Luís Carlos Prestes e nem os seguidores de Prestes. Essa falta de cumprimento de Lampião do acordo feito com o pároco de Juazeiro, configurou-se na primeira e única traição do rei do cangaço ao Padre Cícero. Mas, seria talvez essa a primeira e única ludibriada do famoso justiceiro do sertão ao Sacerdote de Juazeiro?

O frustrado ataque a cidade de Cajazeiras, feito pelo cangaceiro Sabino Gomes, lugar tenente de Lampião - como próprio Lampião afirmou no dia 6 de março de 1926, em entrevista ao médico do Crato/CE, Octacílio Macêdo, não teria sido a segunda traição de Lampião a Padre Cícero, já que esse fato ocorreu em 28 de setembro de 1926, oito meses após o encontro de Lampião com Padre Cícero e, de ter sido entrevistado por Octacílio Macêdo?

Será que os motivos alegados por Sabino Gomes; os de que ia atacar a cidade para vigar uma emboscada que havia sofrido por policiais comandados pelo oficial Lourenço Dunga; o de se vingar também do ex - cangaceiro Raimundo Anastácio, que naquele momento tinha se aliado as autoridades de Cajazeiras e o de prender o Prefeito Sabino Gonçalves Rolim e o Engenheiro das Secas para pedir resgate, não seria um pretexto para justificar ou encobrir o que havia por traz do ataque?

Portanto, se os fatos registrados pela história forem reais, há alguns pontos neste episódio que merecem também uma reflexão pelos estudiosos do cangaço. Será que Sabino Gomes quando atacou a cidade de Cajazeiras, não estavam com ele na empreitada, cangaceiros pertencentes ao bando de Lampião? E para fazer frente à defesa montada pela população cajazeirense, Sabino e os comparsas não estavam também reforçados com as armas cedidas por juazeiro a Lampião para combater a Coluna Prestes?

Para finalizar, uma pergunta que veio a minha mente, não me deixa calado: Se Lampião tinha tanto apreso ao Padre de Juazeiro, porque permitiu que o seu “braço direito” Sabino Gomes, invadisse Cajazeiras? Será que Lampião não sabia da invasão do cangaceiro a cidade? Ou sabia! E assim, para não ficar caracterizado a sua segunda pérfida ao seu Santo Padim Ciço, Lampião ao invés de atacar Cajazeiras, preferiu de forma poltrão, permitir ou mandar o seu principal homem de confiança? Com a palavra os simpatizantes do assunto.


Suposta imagem de como ocorreu o encontro de
Lampião com Padre Cícero em Juazeiro/CE

Octacílio Macêdo, o médico
que entrevistou Lampião

Pedro Uchôa, deu a patente
a Lampião
 



Olho D'água

poema de Bosco Maciel

das fundas cavernas
dos lagos sem fim
me diz olho d`agua
que trazes pra mim
alguns manuscritos
do rei Salomão
lenha de fogueira
da inquisição
um braço de mar
e um dedo da mão
de Daladier
pois é, isso tudo
trago pra você
do fundo das águas
do rio tapajós
me diz olho d`agua
que trazes pra nós
vestido de chita
fitas de cetim
o som da matraca
tiros de festim
catarro da gripe
de um curumim
filho de urupês
pois é, tudo isso
trago pra vocês
das chuvas cadentes
sobre os milharais
me diz olho d`agua
que trazes a mais
as vigas da terra
as dores do mundo
o bastão de ouro
de Pedro segundo
o bobo da corte
em sono profundo
e seus ancestrais
são todas estas coisas
que trago de mais
por fim olho d`agua
preciso saber
me diz o que foi
que não pôde trazer
as línguas de fogo
um feixe de luz
o manto sagrado
os pregos da cruz
o choro contido
da mãe de Jesus
no alvorecer
Por mais que quisesse
não pude traze

poema integrante do livro As Narinas do Dragão, página: 99/101


















terça-feira, 20 de julho de 2021

Zabé da Loka

por: Hermano Almeida 


Zabé ou Isabel. Me chamem como quiserem. A Loka foi minha morada por 25 anos. Nasci em Pernambuco, Buíque.

Depois vim para Monteiro, na Paraíba. Pobreza e morte faz parte da vida. Perdi 8 irmãos. O resto desapareceu pelo mundo. O que me ensinou a tocar "pifo" desapareceu novo.

Três fio tive. Morreu um, outro ficou com parentes e o doentinho, sei não. Morte e vida da zabé. Perdi pai, mãe, marido. De andança em andança, pelos matos e barro, comi dia sim, outros não. Minha casa caiu, em Monteiro. Fui pra Loka. Muita pedra bonita. Fui fazendo aos poucos. Fiquei com dois "fio" e enterrava na terra mode caçar comida. Preá com Xerém. Ou qualquer sustância pra barriga.

Toco o "pifo" ou, Pífano desde a infância. Aprendi com irmão. Esse bicho "pifo" me ajuda a viver. Parece que veio dos índios. Os bichim tocavam Pífano ou coisa quase igual.

Meu som vem antes desses estrangeiros chegarem aqui. Tribo do nordeste e Goiás. Uma rolinha me contou. Só foram me encontrar na Loka depois de veia. De setenta em vante.

Acontece com esses "intelectuales" e músicos sabido. Descobrem a veia e, mostram a veia pro Brazi. Cantei nas banda do Rio, São Paulo, Recife... Entrei no avião. É um "avesão". Me deram uns tal de prêmio. Mas, preferia a Loka.

Gostava de golin de cachaça e de fumar. Ensinei muitos meninos e meninas a tocar Pífano. Se é tão antigo porque acham que foi invencionice minha tocar. Tinha minha banda.

Só aos 79 anos lancei um tá de cd, que hoje já morreu.

Quem cuidou de mim foi "Jana". É como fia. Não me largou nunca e hoje cuida da casa que leva meu nome em Monteiro.

Quando era pobre e fome passava, político não quis saber deu. Depois, até casa ganhei, no assentamento Santa Catarina.

Mas, gostava mais da loca. Como eu tem muitas e muitos, tocando pelo cariri e passando fome. Morri? Nem lembro...

Disseram que fiquei demente... Que diabo é isso? Nem me lembro. Visitam o centro cultural em Monteiro, mas, vai acabar "acabando". Minha astúcia e da Jana era ensinar música prós meninos e meninas não se meterem no traficar e vender corpo. Será que segue?

Zabé da Loka com k (quero assim) teve uns momentinhos de ser conhecida. O Pífano, a música e a Loka me salvaram. Ou não? Sei lá... Era feliz isoladinha na Loka tocando "pifo".

Se entrei pra historiação da música, na Paraíba, foi por tempo curto. Quem me conhece? Fizeram três cds meus, mas, já morreram. Ainda me encontram em "mundo digital" e, no centro em Monteiro. Cadê Escurinho? Tá bom de cantar zabé... Maria Juliana? Tu tá em Fortaleza com três fio e marido não. Lembra de mim? Andei muito por mato e pedra. Comi calango.

Minha "alma" tá na Loka com o pifo. Já esqueci de tudo... Morri? Nem lembro.

Fica a música e o pifo ou Pífano. E a ruma como eu? Vai comer calango. Nem conheci esse tal de Bolsonario... mas, odeia pobre e enterra as artes.

Nunca fui crente. Só conheço caboclo, preto velho e bicho do mato. Esse "Solha" me conheceu? Lembro dele andando nu na mata. Com Escurinho.

Solta a voz, Maria Juliana. A Paraíba tem música boa... Mas, zabé é "louca" e igual e ela tem um monte... Comendo calango!






fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=122243820110510&set=a.107987998202759

quarta-feira, 14 de julho de 2021

EPAMINONDAS

por: João Batista de Brito 


Em conversa casual, contei  um dia a história ao escritor Geraldo Maciel, amigo saudoso, que por conta própria decidiu transformá-la em literatura. E o fez muito bem. Aqui, porém, reconto-a, tal qual a ouvi de uma senhora idosa, lá pelos meados dos anos sessenta.

Segundo a minha idosa informante, a coisa teria acontecido em Campina Grande, nas primeiras décadas do Século Vinte, tempo atrasado em que as casas eram iluminadas com candeeiro, e a comida era cozida à lenha. Numa das ruas principais da cidade, morava essa viúva, Dona Anastácia, uma mulher de seus cinquenta anos, mas ainda vistosa e saudável. Solitária e saudosa vivia sozinha, na companhia de uma empregada de longa data.

Pois bem, de tão saudosa, Dona Anastácia mandou um dia fazer uma estátua do marido falecido, o respeitável senhor Epaminondas de Melo Fonseca.

Lá para os lados de Bodocongó vivia esse artesão, conhecido do casal, que fazia maravilhas em madeira. Dona Anastácia lembrou-se de procurá-lo, e lhe pagou um bom dinheiro para que esculpisse, na melhor madeira de seu estoque, a estátua de corpo inteiro do esposo. A partir de uma foto e das lembranças, o artesão engendrou a sua obra prima, tão parecida com o original que impressionou até a própria viúva.

Orgulhosa da iniciativa, Dona Anastácia instalou a bela estátua do esposo na sala de estar, em posição ostensiva, para ser vista por quem passasse na rua. Para tanto, mantinha abertas as quatro janelas frontais da casa. E ao receber alguma eventual visita, se apressava em apresentar: “Este é o meu Epaminondas”.

Um dia, parou em sua porta um mascate, vendendo toalhas, lenços e outros tecidos. Ela gostou das mercadorias e mandou-o entrar, claro, fazendo a apresentação de praxe: “Este é o meu Epaminondas”. Negociaram e ficou certo que ele ficaria voltando todo mês, já que o pagamento fora dividido em suaves prestações.

Assim, todo mês lá estava o simpático mascate no sofá de Dona Anastácia, com seus olhos claros, seu bigode charmoso, seu sorriso cativante e seus gestos educados. Independente de pagamentos, e sem que os dois se dessem conta, as visitas foram ficando mais frequentes e mais alongadas. Se se puder dizer, mais aconchegantes – agora de janelas fechadas.

Tão aconchegantes que Dona Anastácia começou a achar que a presença de Epaminondas na sala estava de alguma maneira, se tornando inconveniente. E um dia, antes de o mascate chegar, depois de alguma hesitação, se decidiu: chamou a empregada e as duas passaram Epaminondas para a segunda sala da casa.

Ocorre que o clima de amizade entre Dona Anastácia e o mascate foi se fortificando. Agora, pouco falava de negócios: o assunto era muito mais a solidão dela, as decepções amorosas dele - essas coisas do coração... E de como ansiavam por um dia poder reaver a felicidade que mereciam.

Com a assiduidade do mascate, Dona Anastácia notou que, mesmo na outra sala da casa, a presença de Epaminondas continuava incômoda. Pensou em pô-lo no corredor, mas viu que era muito apertado, e então sugeriu à empregada que o deslocassem para a cozinha. Como a empregada protestasse veementemente, alegando que o espaço da cozinha não era grande, e que Seu Epaminondas iria atrapalhá-la em suas tarefas diárias, Dona Anastácia concluiu que, sendo assim, era melhor mesmo encaminhar Epaminondas lá para trás, para a área de serviço. E assim foi feito.

Acontece que a área de serviço, nessa residência antiga, ficava nos fundos do quintal e, repleta de cacarecos, era, ocasionalmente, visitada pelas galinhas, patos e jabutis que a dona da casa criava. Para um vizinho curioso que espiasse por cima do muro, seria, com certeza, patética a visão: circunspecto em sua pose, aquele homem de madeira rodeado de cacarecos e bichos.

Certo dia, a visita do mascate prolongou-se tarde adentro, e daí a pouco o sol já estava se pondo. Animada, Dona Anastácia fez a sugestão de que o seu companheiro de confidências ficasse para jantar, proposta que foi aceita de imediato.

Aceito o convite, Dona Anastácia lembrou que não havia combinado nada com a empregada. Pediu licença, levantou-se e foi lá dentro saber do cardápio da noite, confiante de que nele estivesse a deliciosa canja em que a empregada era exímia.

“Não fiz canja, não senhora, nem coisa nenhuma” – disse a empregada, e prosseguiu: “A senhora lembra que lhe avisei ontem que a lenha para cozinhar estava acabando e a senhora não tomou providência nenhuma?”. E perguntou o óbvio: “Como é que eu vou fazer canja sem lenha?”

Foi então que a ideia passou pela cabeça de Dona Anastácia, ideia que ela descartou, e no mesmo instante, abraçou. E, decidida, deu a ordem à empregada:

“Mete o machado em Epaminondas”.



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domingo, 11 de julho de 2021

MEUS FOTOGRAMAS

por: Frutuoso Chaves

Cena clássica. Gene Kelly em Cantando na Chuva


ão sei se acontece com todo mundo. A mim acontece. Uma pracinha, um trecho de rua, ou uma varanda é o que também me fica no canto do peito, aquele onde se guardam as emoções, quando um bom filme termina e as luzes reacendem.

Há lembranças inevitáveis. A calçada e o poste iluminados sob o toró enfrentado por Eugene Curran exemplifica muito bem o que digo. Sabem não? Claro que sabem. Falo daquele poste em torno do qual Gene Kelly (o Eugene assim batizado) rodopiava em “Cantando na Chuva”. O poste e sua calçada são tão icônicos quanto a canção que rendeu o título desse filme.

Mas nem tudo é tão óbvio. Como explicar meu encantamento pelo trecho de casa até a escola percorrido pelos meninos de “A Era do Rádio”, do genial Woody Allen?

Evidentemente, a fase de ouro da radiofonia e o resgate, pelo filme, das músicas, dramas e tramas da década conturbada de 1940 mais me pesam na memória. Porém, junto com isso tudo vem aquele percurso curtíssimo e aqueles passos de meninos ao longo de um pé de muro, não mais do que isso.

Eu até aceito, de muito bom grado, a imagem do cachorro, um carimbo impresso na mente, sempre que lembro de “Os brutos também amam”. O bicho, em sua despedida, tocou a pata na tampa do ataúde onde o dono jazia antes que o baixassem ao túmulo. Fora coisa pensada, entretanto, por George Stevens, o diretor perfeccionista de tantos filmes consagrados. Ele teve a ideia de enfiar o treinador do animalzinho no dito caixão, daí minha aceitação e meu aplauso.

Careço, porém, de explicação para a insistência na lembrança daquela ponta de batente onde os amigos Hermie e Oscy, personagens juvenis do belíssimo “Houve uma vez um verão”, sentaram à saída da matinê durante a qual fizeram mão boba em Miriam e Aggie.

Sapatos e meias retirados, Oscy, coçando o dedão, zombava de Hermie que, no escurinho do cinema, apalpava o ombro de Aggie, extasiado, porquanto se supunha na exploração de outro território. E não foi por falta de aviso, pois Oscy, percebendo o engano do amigo, a este indicava, com gesticulações pouco discretas, o caminho do paraíso. Finda a sessão, os dois quase foram aos tabefes, naquele batente: “Por que você tinha que me contar que era ombro? Por que não me deixou na ilusão?”, perguntava um Hermie indignado. E ouvia a resposta: “Para que você não volte a cometer o mesmo erro”.

Pois bem, ficou-me a imagem do trecho de calçada com o tal batente. Talvez, quem sabe, em razão de o pequeno prédio - a cuja entrada o degrau conduzia - ser tão parecido com este de João Pessoa onde o amigo Germano Toscano instalou seu cartório.

A pequena varanda da casa de Dorothy, no primoroso “Houve uma vez um verão”, me é, também, inesquecível. Neste caso, com muita justiça. Foi ali que o menino Hermie leu o bilhete deixado por ela ao abandonar a casinha de praia alugada para o veraneio com o marido. A lua de mel fora interrompida pela guerra. Convocado, o moço não mais regressaria.

A iniciação de Hermie, em seus 15 anos, por uma Dorothy de alma arrebentada, deu-se numa das cenas de silêncio mais longas e comoventes da história do cinema. A agulha da vitrola já havia saído da faixa com o tema legendário de Michel Legrand.

Nenhuma palavra trocada entre aqueles dois. Nenhum apelo ao erotismo. Robert Mulligan, o diretor consagrado, imaginou toda a cena com o raspar da agulha e o sussurro do mar.

Dia seguinte, sentado na dita varanda com a cartinha nas mãos, Hermie leu as preces de Dorothy para que o Céu o poupasse das grandes tragédias. E para que encontrasse, com o tempo, a melhor forma de se lembrar daquilo que entre eles havia acontecido. “Nunca mais eu soube dela”, diz alguém com timbre de meia idade, um narrador de si próprio e de imagens passadas, cuja voz abre e fecha o filme.

Li que a história tem base real (ocorrera com o roteirista Herman Raucher) e que a intérprete de Dorothy, a bela Jennifer O’Neill, é carioca da gema. Nasceu no Rio de Janeiro onde o pai servia ao corpo diplomático dos Estados Unidos. 

Minha obsessão por coisas significativas, ou não, do roteiro cinematográfico talvez decorra da mania de colecionar, quando menino, fotogramas sobrados das emendas de filmes no cineminha do interior. Eu os comprava do amigo Jiló ao custo do pão doce produzido na Padaria do meu pai. Aprendiz de maquinista, o mesmo Jiló me ensinou a fazer projetor com caixa de papelão, uma lanterna e uma lâmpada cheia d’água a servir de lente. Talvez seja por isso que tenho pequenos quadros como esses tão cravados na memória.




fonte: https://www.facebook.com/frutuoso.chaves

segunda-feira, 5 de julho de 2021

IV FESTIVAL DE MÚSICA DA PB DIVULGA LISTA COM 30 CANÇÕES SELECIONADAS E SUPLENTES


por: Jãmarri Nogueira

Saiu nesta segunda-feira, dia 5, a listagem de músicas selecionadas para o IV Festival de Música da Paraíba. São 30 canções classificadas e outras dez na suplência. Conforme definido e divulgado no edital, o candidato selecionado deverá enviar a letra da música registrada em Cartório, no prazo máximo de até 48 horas, a partir da divulgação do resultado, através do e-mail festivaldemusica@radiotabajara.pb.gov.br. Se não fizer envio, a música será automaticamente desclassificada, sendo substituída pela suplente na ordem de classificação, entre as dez.

O prazo para pedido de revisão/recurso é de dois dias após a divulgação do resultado, portanto poderá ser feito entre os dias 6 e 7 de julho, também através do e-mail festivaldemusica@radiotabajara.pb.gov.br. Você pode conferir abaixo a lista completa das músicas classificadas para as eliminatórias em ordem alfabética, e as músicas suplentes em ordem de classificação.

Genival Macedo, cantor e compositor (autor de ‘Meu Sublime Torrão’), é o homenageado da edição deste ano, que já homenageou Zabé da Loca, Jackson do Pandeiro e Sivuca em edições anteriores.

 MÚSICAS CLASSIFICADAS PARA O 4° FESTIVAL DE MÚSICA DA PARAÍBA

 M ú s i c a s

 C o m p o s i t o r e s

A MARÉ

Larissa de Souza Mendes

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

Hugo César Costa de Moura Luz e Lucas Barreto de Moura

ABASTECIMENTO

David Lucas Máximo Pereira

ÁGUAS DE MÃE (IYÁ OMI)

Heloisa Isidoro Uehara e Nathalia Kelly Belarmino Gomes

AR, É AR

Pedro Paulo Almeida Cavalcanti Mello

BANDEIRA

Alcides Prazeres Filho

CABOCLO DA JUREMA

Francisco Xavier de Souza Neto

COCO APERREADO

Larry Brasil da Silveira Júnior

COCO SAUDADE

Jéssica Maria de Melo Almeida

CONCRETÃO

Tiago Sorrentino Moura de Lima

DESGOVERNO

Antônio Luiz Drummond Miranda

EXTREMO

Victor Marques Borges Calazans

FELIZ DIA DOS PAIS

Iremar de Oliveira Lira

FRUTO CORAGEM

Isis Queiroga de Oliveira Costa e Naomi Barroso Soares

LAMA NEGRA

Sandra Daniela Xavier Soares e Bruno Kohl

MARDOCE

Priscilla Romualdo Cler dos Reis

MENINO PÉ NO CHÃO

Caio Cesar Fernandes Aquino e Bertrand Barbosa Morais

MESTRE DO COCO

Cristiano Alixandrino da Conceição

NOSSO MAR

Lucas Dantas Gaião

PARAÍBA, SOU SIM.

Elon da Silva Barbosa Damaceno

PÁSSARO

Samir Borges Cesaretti

PEGA O BECO

Carlos Antônio Bezerra da Silva

PELAS CALÇADAS

Tiago José Santos da Silva

PINCEL ENCANTADO

Artur Pereira Neto

QUESTÃO DE SER

Queilha Sousa de Souto, Carolina Alê Sousa Batista e Felipe Brito de Melo

QUIÇÁ OU MANIFESTO AFROINDÍGENA

Yuri Agostinho de Lima

RIR PRA NÃO CHORAR

Gabriel Lucas Fernandes da Silva

SE PRESTAR EU VOU POSTAR

Aldeni Marques de Carvalho

TERRA DOS ACAIS

Laís de Almeida Lacerda

VOCÊ VIU

João Carlos do Nascimento Junior

A MARÉ

Larissa de Souza Mendes


 MÚSICAS DA SUPLÊNCIA DO 4° FESTIVAL DE MÚSICA DA PARAÍBA

 M ú s i c a s 

 C o m p o s i t o r e ss

ENCOMENDA

Willames Diniz da Silva e José Pedro da Cunha Mota Junior

BENZA EU

Joseclécio Dutra Dantas

ACORDEANA

Adilson Costa de Albuquerque Júnior

OROBOROS

Daniel Adolpho Daltin Assis

QUANDO CHOVE NO SERTÃO

Rodrigo de Morais Bittencourt

ANDROIDE DE CERA

Luanna Alves de Oliveira

ÀS MARGENS DO RIO

Afonso Manoel da Silva Barbosa

MATA FECHADA

Henrique Martins de Ornellas

O ETERNO RETORNO

Severino Aires de Araújo Neto

FOLIA DE CARNAVAL

José Robério Jacinto Silva

 

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