segunda-feira, 20 de junho de 2022

MEU RECORTE VII

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EM DESTAQUE
Atlético Cajazeirense de Desportos X Usina Ceará

O futebol sempre foi uma prática fascinadora para muita gente. Dizem até que para nós brasileiros, o futebol tem sido a nossa verdadeira paixão de todas as paixões. Sobre essa última oração, eu, particularmente, não tenho dúvida. Tanto é que historicamente, com a evolução dessa prática em nosso país, ela passou a produzir ao longo do tempo momentos de euforia, e outras ocasiões um tanto mais curiosa, como é caso da que está exposta nesse recorte.

O mesmo mostra um exemplo de como era as contendas futebolísticas envolvendo as equipes do interior do país. No caso a que está em mostra no recorte, ela provavelmente aconteceu entre as décadas de 50 ou 60. Um instante que para os amantes do futebol em Cajazeiras, envolveu uma das nossas principais agremiações formadas até aqui em nossa cidade, nesse caso, o Atlético Cajazeirense de Desportos, atualmente em atividade e, o Usina Ceará, de Fortaleza, na época, forte equipe das terras alencarinas e uma das principais do futebol da capital cearense.

A pequena matéria que mais parece uma nota publicitária, impressa em tipografia que não especifica a fonte e nem expõe em que jornal ou revista foi divulgado, não revela o ano que o fato esportivo aconteceu mas conta uma história. A história de um jogo amistoso, batizado de: "a maior festa esportiva do ano", patrocinado pelo o Atlético Cajazeirense, entre o próprio Atlético e a equipe do “Usina Ceará”, que diferente do Atlético, parecia ter no seu elenco, grandes jogadores, treinados e preparados para disputa futebolística.

O recorte acima é claro. Relata que havia acontecido em Cajazeiras, a primeira disputa entre as duas equipes, onde o Atlético saiu vencedor, derrotando a equipe do vizinho Estado por 4 a 1. Pelo que está escrito no recorte, a expectativa da população das duas cidades, estava voltada para revanche tão esperada na capital Fortaleza. O Atlético iria impor sua hegemonia de grande força do futebol sertanejo paraibano, não permitindo uma vitória esmagadora da equipe cearense dentre de seus próprios domínios, ou essa mesma (o Usina) devolveria voluntariamente os 4 x 1 sofrido em Cajazeiras para o Atlético?

O destaque inusitado que temos conhecimento desse confronte em Cajazeiras, que também está explícito no recorte, é que a cidade cajazeirense, parou. O comércio fechou um expediente - o da tarde. E nesse horário a cidade ficou praticamente desértica, mais parecendo um feriado ou um dia santo, pois a sua população na sexta-feira (19), dia do jogo, entrou em um estágio de meditação, seguida por uma ansiedade, se preparando para ouvir pelo rádio o desenrolar da partida.

Outro destaque que não foi divulgado, mas que merecia ser dito pelos antigos torcedores do Atlético ou por pesquisadores do futebol em Cajazeiras; que também não está especificado no recorte, mas que talvez esteja escrito ou anotado nos anais da história do futebol nas duas cidades - Cajazeiras e Fortaleza, seria a confirmação do óbvio de toda partida de futebol: O resultado do jogo. A divulgação ou relatório de como foi à disputa entre os dois clubes lá em Fortaleza. 

Afinal, qual foi placar da revanche em Fortaleza? O “Usina Ceará” conseguiu devolver o placar 4 x 1, sofrido em Cajazeiras para o Atlético? Goleou o Atlético com um placar maior dos 4 x 1 sofrido em Cajazeiras? Ou Atlético saiu vencedor na capital cearense? São eventuais perguntas que o recorte acima não responde, mas houve uma resposta, já que de fato as duas equipes realizaram mesmo essa revanche.  

Cleudimar Ferreira  


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crédito da imagem: Reudesman Lopes Ferreira (Museu do Futebol de Cajazeiras)

sábado, 11 de junho de 2022

2022 - CEM ANOS DA CHEGADA DO TREM AO SERTÃO PARAIBANO

por Cleudimar Ferreira

Locomotiva 0-4-0ST da IFOCS. Construída pela Baldwin/abril de 1922. 
Trabalhou nos Açudes São Gonçalo, Pilões e Boqueirão de Piranhas. 
Exemplar de nº 501. Museu do Algodão de Campina Grande/PB.

 


Se o ramal ferroviário, que ligava a cidade de Cajazeiras a São João do Rio do Peixe ainda estivesse em atividade, com o trem em movimento, deslisando e circulando entre essas duas cidades, nesse mês de junho, talvez, fosse o momento de uma dessas duas cidades comemorar uma data especial - os cem anos da chegada do primeiro trem ao Sertão da Paraíba, cuja cidade de São João do Rio do Peixe, foi o marco e a porta de entrada, vindo do vizinho Estado do Ceará.

Para contar como foi no passado esse marco, um relatório de 1921, preparado pelo então Ministério da Aviação e Obras Públicas do Governo Federal, mostra um pouco desse instante e revela como aconteceu a história da construção do ramal principal que ligava os estados do Ceará e Paraíba. Diz assim o documento desse órgão federal: "A fim de facilitar a construção das grandes barragens localizadas nos Estados do Ceará e Parahyba do Norte, providenciou-se em junho de 1920, pela Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), sobre a ligação ferroviária destes Estados”.

E continua o relatório: “Fez-se então o reconhecimento para o traçado de uma linha entre Timbaúba, hoje Palhano (km. 474 da Estrada de Ferro de Baturité), e Pilões, e de um sub-ramal destinado ao transporte de materiais para a construção da grande barragem no boqueirão de Piranhas”.

Conforme especifica o relatório, fica claro que a linha não tinha como objetivo principal somente o transportes de passageiro (essa demanda foi uma consequência que veio depois), mas o carregamento de mantimentos e materiais para as construções de barragens no Sertão Paraibano, sob a responsabilidade da antiga Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS). Ou seja, a serviço da logística que possibilitou nessa época, a construção da barragem de Pilões e viabilizou a construção dos açudes de Boqueirão de Piranhas e São Gonçalo, na região de Sousa. 

E segue o relatório: "Em janeiro de 1921 já estava sendo executada a linha de Pilões em direção a Alagoinha, bem como o ramal de Cajazeiras a Pilões, conjuntamente com o trecho de Palhano a Alagoinha. O serviço de terraplanagem já está pronto até Souza e atacada a construção da linha em toda a extensão de Souza a Patos”.

Como se ver, a intenção da instalação dessas linhas férreas ia além de um objetivo, mas passava por outros interesses, tinha pretensões mais extensivas com intuito de trazer desenvolvimento para região sertaneja, especificamente nesse caso, o interior da Paraíba.

Em 1922, o ano começou com fortes chuvas no sertão, trazendo problemas, atrasando o cronograma de execução das obras de instalações dos trilhos. Porém mesmo com todas as dificuldades do tempo, que a quadra invernosa que apresentou os primeiro meses do ano, no dia 01 de junho desse mesmo ano, os trilhos adentraram a zona urbana de São João do Rio do Peixe, chagando definitivamente a essa cidade, partindo em seguida em direção até Cajazeiras e em outro trecho, rumando à cidade de Sousa.

Com os cortes das verbas destinadas ao IFOCS no final desse mesmo ano, no dia 26 de dezembro de 1922, as obras do trecho que já estava bastante adiantado - que partia de Souza para Patos, foram entregues a Rede de Viação Cearense (RVC). Esse órgão assumiu a construção, só que a volumetria dos serviços foi mais lenta, motivado por questões financeiras. O ramal só chegou a Pombal em 1932. E a Patos, em 1944. Ou seja, vinte e dois anos após o ramal de ter chegado à cidade de São João do Rio do Peixe.

Especificamente a cidade de Cajazeiras, as datas podem revelar controvérsias. Conforme relatoria do Ministério da Aviação e Obras do governo federal, o trem operou entre os anos de 1926 e 1971. Porém houve tráfego a partir de 1923. Um espaço do tempo equivalente a quarenta e oito anos. Quanto à construção da estação de passageiros, fontes afirmam que a mesma foi construída em 1926. A circulação da máquina a vapor em solo cajazeirense,  possibilitou e facilitou o transporte de passageiros. Ou seja, trazia ou levava pessoas para as cidades circunvizinhas a Cajazeiras, principalmente as cidades do Estado do Ceará.

O trem foi um fator importante para o desenvolvimento econômico da cidade, pois além de facilitar a ida e vinda de pessoas, o trem também trazia produtos comerciais para o abastecimento do comercio local e, em contra partida, embarcava produtos manufaturados e industrializados no nosso município, visto que no tempo em que circulou entre nós, o algodão ainda era a principal economia cajazeirense, e no município havia várias indústrias de beneficiamento desse produto na sua área urbana.

O principal símbolo do trem que ficou em Cajazeiras, a velha Estação, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (IPHAEP), em 2001, através do decreto de número 22.082/2001. Hoje isolada no espaço urbano, esquecida entre prédios e edificações modernas, serve apenas como sede do Núcleo de Extensão Cultural NEC/UFCG.


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Álbum Fotográfico:


Referência das Fotos:
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1. Estação da cidade de São João do Rio do Peixe. Construída em 1925.
2. Estação de Cajazeiras. Local de embarque e desembarque de passageiros e produtos para comércio.
3. Seu Perez (a direita) Chefe da Estação. Seu Uchôa (a esquerda) Chefe do Trem. Ambos funcionários da estação de Cajazeiras.
4. Trem levando materiais para os açudes de Pilões, São Gonçalo, BoqueirãoFonte: O Malho,11 de novembro de 1922.
5. Ponte provisória sobre o Rio do Peixe, onde passa a linha para o Açude de Pilões  Fonte: O Malho,11 de novembro de 1922.
6. Ponte provisória sobre o Rio do Peixe. Entrada de São João do Rio do Peixe. Dormentes de madeiras servindo de pilares. Fonte: O Malho, 11 de novembro de 1922. 
7. Bilhete de embarque numerado para passageiro de segunda classe. Percurso entre as cidades de Santa Helena e Cajazeiras. 
8. Movimentação do trem na Estação de Cajazeiras. Funcionários da RVC (plano aberto).
9. Movimentação do trem na Estação de Cajazeiras. Funcionários da RVC (plano fechado)





quarta-feira, 1 de junho de 2022

FUNESC lança edital da segunda mostra sertão em cena, que vai selecionar espetáculos de teatro.




A Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC) disponibiliza, a partir desta quarta-feira (1º), o edital da 2ª Mostra Sertão em Cena - Teatro. Serão selecionados seis espetáculos teatrais para compor a programação, que se realizará de julho a dezembro. As inscrições podem ser feitas de 1º de junho a 3 de julho, no site www.funesc.pb.gov.br.

A segunda edição da Mostra Sertão em Cena - Teatro tem como foco o fomento à circulação e intercâmbio de espetáculos teatrais produzidos em cidades do Sertão da Paraíba, que se apresentarão ao longo de seis meses nos palcos do Teatro Paulo Pontes e Sala de Concertos Maestro José Siqueira.

“Transformamos o conceito da Mostra, que antes acontecia na cidade de Cajazeiras durante uma semana. Esse ano, a mostra se estende ao longo de todo o segundo semestre e acontece na capital. Nesse primeiro momento, vamos selecionar seis grupos do sertão da Paraíba para se apresentarem nos palcos de João Pessoa, fomentando a troca e o intercâmbio de experiências com o público da capital”, reforça o presidente da Funesc, Pedro Santos.

A Mostra Sertão não tem caráter competitivo e os espetáculos selecionados receberão cachê no valor de R$ 3.500. Os grupos receberão, ainda, valor adicional de R$ 600,00 (seiscentos reais), como subsídio ao deslocamento intermunicipal. A Funesc também assegura aos artistas selecionados, os custos com alimentação e hospedagem.

Podem participar do edital, pessoas físicas maiores de 18 anos, microempreendedores individuais, pessoas jurídicas, na condição de representantes de artistas ou grupos, residentes ou com sede em município do Sertão da Paraíba. 

Para se inscrever é preciso preencher o formulário, anexar a documentação solicitada no edital, bem como link com o vídeo do espetáculo completo para análise da comissão de seleção. Dúvidas e informações referentes ao edital poderão ser esclarecidas e/ou obtidas junto à Comissão de Seleção, através do endereço eletrônico mostrasertaoemcena@gmail.com
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Acesse o edital e a ficha de inscrição: 


fonte: https://funesc.pb.gov.br/