sábado, 22 de abril de 2023
Definida a programação das duas eliminatórias do VI Festival de Música da Paraíba em Cajazeiras
sexta-feira, 7 de abril de 2023
VI Festival de Música da Paraíba divulga músicas selecionadas para o evento.
Comissão organizadora do 6º Festival de Música da Paraíba divulgou ontem, sexta-feira (7) a lista com 30 composições e outras 10 que estão na suplência, selecionadas, que concorrerão nas duas eliminatórias e uma finalíssima do evento que vai homenagear nesse ano de 2023, o cantor e compositor cajazeirense Alfredo Ricardo do Nascimento, que foi conhecido no meio artístico como Zé do Norte. As duas eliminatórias acontecerão na cidade de Cajazeiras, terra natal do compositor Zé do Norte. Sendo a primeira eliminatória no dia 26 maio e a segunda no dia 27 também de maio. A finalíssima acontecerá em João Pessoa, no dia 3 de junho. Veja abaixo o calendário completo de todas as etapas do evento.
1º lugar: R$ 10.000,00
2º lugar: R$ 7.000,00
3º lugar: R$ 5.000,00
Melhor intérprete: R$ 3.000,00
Júri popular: R$ 5.000,00
Divulgação: 07 de abril de 2023
Sorteio de ordem nas eliminatórias: 10 de abril de 2023
Construção dos arranjos: 11 de abril a 10 de maio de 2023
Ensaios Banda Base: de 10 a 21 de maio de 2023
Ensaio 1ª e 2ª eliminatória: 25 e 26 de maio de 2023, em Cajazeiras.
1ª Eliminatória: 26 de maio de 2023, em Cajazeiras.
2ª Eliminatória: 27 de maio de 2023 em Cajazeiras
Sorteio Final: 29 de maio de 2023, em João Pessoa.
Ensaio Final: 2 de junho de 2023, em João Pessoa
Finalíssima: 3 de junho de 2023, em João Pessoa
A Colheita do Som - João Victor da Silva
A Mascarada - Severino do Ramo Vieira de Araújo
Aconchego - Thiago Felinto Oliveira de Queiroz
Akaju do Norte - Maria Clara Freire Gonçalves
Ancestrais - Kelson Martiniano Fausto de Macêdo
Banquete da Côrte - Gercino Agra Leite
Boleros, Boletos e Litrões - Diógenes Ferraz Barboza Netto
Caleidoscópio - Andrei Yan da Silva Gomes e Sousa
Coco pro Caboco - Alberto Tavares de Souza
Conto de Fadas - Nivaldo Pires Carneiro da Cunha Sales
Dona Maria - Bianca dos Santos Costa
Donos da Nação - Yuri de Carvalho Gomes
Erê - Maria Aparecida Santos Ramos
Escolha - Adrielly Oliveira de Souza
Folia de Carnaval - Jose Roberio Jacinto Silva
Guardar e Aguardar - Livio Matos Brandao
Guerreiro Ferido - Marco Valério Gomes Batista Gonçalves
Histórias de Um Nordestino - Jairo Silvino de Morais
Homem Branco - João Carlos do Nascimento Junior
Lampejo - Rute Carolina da Cunha Benigno
Mas Você Não Veio - Matheus Barbosa Peixoto
Meio Utópico - Vanilson Costa Cavalcante
Menina do Norte - Sofia Wanderley Gayoso de Lima
Nêga - Ronaldo Moura de Almeida
No Mei do Meu Tiktok - Willames Diniz da Silva
Pátria Amarga - João Gabriel Ramos
Pauta - Sandra Daniella Xavier Soares
Roda -Vida Gigante - Lucas Dantas Gaião
Sabedoria - Yuri Gonzaga Gonçalves da Costa
Terra de Mlk doido - Iago Ayres Britto dos Santos
Cadê o Juiz - Joalison do Nascimento Lima
Forró do Seu Zé - Edvaldo Félix Amaral
Impune Algoz - Alcides Prazeres Filho
Sou Paraíba, Não Nego - Sadraque Barreto da Silva
Pra Sempre Você - Gianluca Viana Santana de Almeida
Lição de Casa - Iremar de Oliveira Lira
Mais Uma Vez - Igo Wendel da Silva
Por Que Não Falar de Amor? - Wisterlândio Galvão Filho
Vem Me Amar - Jordão Ribeiro de Assis
Poder Amar - Michele de Macedo Silva
quinta-feira, 6 de abril de 2023
JOANA DOS SANTOS - A VIVANDEIRA
Joana dos Santos, personagem que dá
título ao romance editado em 1995, escrito por Ivan Bichara, paraibano nascido
em Cajazeiras, é protagonista de uma história vivida à época em que a Coluna
Prestes percorreu durante dois anos (1925-1927) em torno de vinte e cinco mil
quilômetros no território nacional. A narrativa do romance se inicia quando a
Marcha da Coluna passa pelo Maranhão, em deslocamento, para alcançar o Rio São
Francisco, tendo como acontecimento principal o massacre ocorrido na Vila do
Piancó, no sertão paraibano.
A principal personagem do romance de
Ivan Bichara era, segundo o narrador, uma jovem “alta, corada, facilmente
destacada de outras mulheres da Coluna, cabelos cor de mel, presos por um laço
vermelho, todo esse conjunto fazia de Joana um monumento de beleza, de graça
feminina no meio daquela confusão de corpos fatigados pela luta contra as
emboscadas, agora mais frequentes nas passagens dos “rebeldes” pelo interior do
Nordeste”.
Os leitores se deparam com o
despertar de uma paixão alucinante, nascida num ambiente de tensão e medo, após
a jovem experimentar o doloroso sentimento da perda de seu pai adotivo, morto
de forma violenta e injustificada, por uma patrulha da polícia do Maranhão que
procurava o esconderijo do capitão Luís Carlos Prestes. Joana dos Santos era
filha biológica de uma estrangeira com um indígena e teria sido adotada por um
casal de negros, ainda bebê. Ao encontrar proteção dos “revolucionários”,
apaixona-se, repentinamente, por um deles, o ex-seminarista Augusto Passos, a
quem entrega sua virgindade. A partir de então, se desenrola uma história que prende
a atenção dos que leem o romance. Decide, juntamente com a mãe, tornarem-se
“vivandeiras”, como eram chamadas as mulheres que integravam a Coluna Prestes,
acompanhando aquele por quem se enamorara, e que receberia a incumbência de
entrar em Piancó para tentar convencer o padre Aristides a deixar os revoltosos
entrarem em paz na cidade.
Os acontecimentos históricos em que
se viu envolvida mudaram os rumos de sua vida e a forma de encará-la. Se antes
de ingressar na Coluna era uma adolescente recatada e adequada aos padrões
culturais da época e da região em que nascera, se viu num ambiente totalmente
diferente ao que conhecera até então, convivendo com coronéis, rebeldes e
cangaceiros. Principalmente, pelo fato de passar a pertencer a um grupo muito mal
visto pela população do Nordeste, pelas informações de que por onde andavam
praticavam roubos, estupros e assassinatos. Os sofrimentos experimentados nessa
etapa da vida, a tornaram uma mulher muito madura para a sua idade.
O acontecimento ocorrido em Piancó
causou revolta na opinião pública do Brasil, em razão da violência
desproporcional com que os rebeldes da Coluna Prestes reagiram ao movimento de
defesa da cidade, assassinando, friamente, o Padre Aristides que liderava a
tentativa mal sucedida de proteger a comuna, e todos os que o acompanharam
nessa empreitada. Promoveram uma verdadeira carnificina.
Joana dos Santos foi encontrada,
desacordada, por dois homens, nas cercanias da cidade de Piancó, sendo acolhida
na fazenda de uma família que tinha sido atacada por um bando de cangaceiros.
Ali fez amizade com Marta, outra personagem feminina do romance, de quem se
tornara confidente, compartilhando dos traumas por ela vividos decorrentes da
violência sexual que sofrera quando do ataque dos cangaceiros.
Na família da qual recebeu amparo,
conheceu o filho de Marta, José, com quem teve um relacionamento afetivo,
depois de tomar conhecimento de que Augusto, seu ex-noivo, a havia abandonado,
indo morar com a dona de um prostíbulo de nome Antônia. Porém, em um bilhete
que lhe enviou, comunica que estaria voltando para o Maranhão: “Não podia
ficar, meu amigo. Devo aos meus pais de criação, o dever de tomar posse da
terra que me deixaram. Sei que você compreende isso. De São Luiz, vou escrever
para Dona Marta. Adeus José. Sua JOANA DOS SANTOS”.
A personagem do romance de Ivan
Bichara, após vivenciar experiências estranhas ao universo feminino do seu
tempo, resolve retornar às suas origens e recomeçar uma nova história, decidida
em se reencontrar na terra em que nasceu. Destemida, se dispõe, afinal, a ser
dona do seu próprio destino.
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fonte: Jornal A União