quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Cajazeiras ganhará Espaço Cultural e instalações recebem visita do prefeito


Cajazeiras vai, enfim, ganhar seu Espaço Cultural. O local vai abrigar em suas dependências as sedes da Secretaria de Cultura e Turismo, da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (ACAL), Instituto Histórico de Cajazeiras, além de Memorial de Artes Cênicas e espaço para exposições e eventos culturais. 

O Espaço Cultural ficará no antigo Hotel Oriente, no centro da cidade, que está sendo revitalizado pela Prefeitura Municipal. A previsão para sua inauguração é em setembro e nas comemorações pelos 158 anos de emancipação política de Cajazeiras, neste final de semana, o prefeito José Aldemir, fez uma visita as obras do local, acompanhado da deputada Doutora Paula e do secretário de Cultura, Ubiratan di Assis. 

Para o secretário Ubiratan di Assis, a instalação do Espaço Cultural confirma mais uma vez a vocação de Cajazeiras para a cultura. "Cajazeiras tem uma tradição muito forte nas artes cênicas e em diversas outras atividades culturais, como música, fotografia, literatura, cinema e artesanato. A decisão do prefeito José Aldemir em instalar o Espaço Cultural é uma forma de valorizar esse legado e fortalecer as ações do município para o segmento artístico e cultural de Cajazeiras", afirmou.

O secretário Ubiratan di Assis anunciou, também, que neste mês de setembro será paga a quarta e última parcela do Fundo Municipal de Cultura (FUMINC) deste ano. Em função da pandemia por conta da Covid-19, a prefeitura realizou mais um FUMINC de forma emergencial, atendendo as reivindicações da classe. 

por Jotha Herre




 fonte: https://cajazeiras.pb.gov.br/

terça-feira, 17 de agosto de 2021

75 ANOS DE HISTÓRIA E ART DÉCO


Inaugurado em 1945, no ano em que findou a segunda guerra mundial, o Cine São José nasceu na reforma urbana em Art Déco de Campina Grande, no bairro do mesmo nome. Acompanhou o auge da Chanchada Brasileira e a época de ouro de Hollywood, apresentando grandes produções americanas, como: "Sempre no meu coração", seu filme de inauguração. Arquitetura Art Déco legítima foi o único cinema que resistiu intacto até os dias atuais. Também o único em Art Déco que nos resta, que atravessou décadas vencendo os tratores dos picaretas que queriam demoli-lo. Nos anos 1990, quase era vendido para ser ocupado por uma Igreja Universal. Deve-se a luta da educadora e promotora cultural Eneida Agra Maracajá, a sua preservação. Eneida convocou os artistas de Campina Grande, promoveu uma grande passeata pelo centro da cidade, invadiu o cinema que já estava praticamente vendido e realizou uma vigília artística pedindo a compra do cinema pelo Estado. No dia seguinte, o então governador da Paraíba na época, Ronaldo Cunha Lima, atendeu ao apelo, desapropriou, comprou e tombou em regime de urgência o histórico cinema, que hoje é o Centro Cultural Cine São José. O único cinema preservado na sua arquitetura original na cidade, também foi palco para a apresentação de bailes de carnaval e para grandes intérpretes da música brasileira na fase áurea das divas do Rádio, como Elza Soares. 


Walter Tavares 
postagem publicada no Facebook, em 12 de novembro de 2020. 

Cine São José: 
Três momentos até a reforma 





quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Amelinha Theorga e as artes plásticas paraibana dos anos 20

Cleudimar Ferreira 

foto: Amelinha Theorga nos Anos 20


Natural de Mamanguape, Paraíba, Amélia Theorga Ayres ou simplesmente Amelinha Theorga, como era conhecida, nasceu em 29 de julho de 1907. Era filha de José Theorga e Eutália de Assis Theorga. Despontou-se na pintura de cavalete na década de vinte, do século passado, como uma das primeiras mulheres a trabalhar esse modelo de pintura no estado.

Era cadeira cativa nas edições da revista “Era Nova”, impresso informativo sobre diversos assuntos em moda e entretenimento de cunho cultural e social da época. Em 1922, teve participação marcante no Salon Filipeia, grande exposição coletiva de pintura que congregou vários artistas acadêmicos entre retratistas, desenhistas e pintores de João Pessoa.

Com seu crescimento nas artes plásticas, adquirido a partir da experiência vivida com a pintura e do aperfeiçoamento de sua arte, Amelinha, a convite do Jornal A União, realizou uma exposição individual em 07 de novembro de 1925, no salão principal do jornal, onde expôs seus trabalhos, ganhando forte adesão dos intelectuais, simpatizantes e admiradores da arte da época na cidade. Contando em particular, como o apoio do então Governador João Suassuna, que adquiriu, para o Acervo Patrimonial do Estado, as obras “Reconto de Selva” e “Soluço das Vagas”, e para si, o quadro “Horas de oiro”.

Sobre essa exposição, o jornalista Silvino Olavo em um texto crítico, publicado na época na revista “Era Nova” sobre os trabalhos expostos, assim escreveu:

Há entre os artistas da paisagem dois grupos: um que vê exação na natureza e outro que vê seu da natureza. Compõem-se aquele de meros copistas dos aspectos naturais, que não fazem estar nenhuma colaboração da sua alma no que produzem. O segundo grupo é o daqueles que se poderia dizer tem a suprema audácia de quererem corrigir a obra do Criador. Amelinha Theorga, a simpática detentora de um pincel límpido, dominador da paisagem na Paraíba, pertence ao segundo grupo, o grupo dos que vêm seu, dos que acrescentam a obra do que é como o que imaginam ser.

Sua exposição, ultimamente realizada num dos salões do palacete d’A União, representa o índice incontestável de um formoso talento pictural e um nobre esforço em prol da nossa cultura artística. Não é ela uma inédita em nosso meio. Mais de uma exposição já à fez na Parahyba e a sua fisionomia artística tem sido brilhantemente retratada pelas penas mais atuais do nosso élan literário.

Não é preciso especializada competência para notar os méritos desta artista que não tem escolas nem viagens. Qualquer que tenha em seu espírito um pouco de síntese estética das coisas dirá que a senhorinha Amélia Theorga tem quatro admiráveis da mais pura intuição artística. Escolhamos para exemplo, entre as 25 telas que compõe a sua exposição, como sinal de agrado maior, aquele quadro “Solidão”, um claro-escuro admirável da fatura justa e de serenidade estética. É um recanto delicioso de sombra onde há clareiras discretas, refletindo brevíssimos trechos de céu opalescente sobre uma visão de águas tranquilas. Tudo está inteligentemente concebido e virtuosamente realizado. Não há exageros nem tropeços.

Não há também linhas vazias. Antes, todas as linhas, numa síntese diáfana, são humanizações de sonhos no ambiente. O quadro nº 12, “Horas de Oiroi”, é igualmente uma tela vitoriosa. É talvez por ela que melhor se pode ver a documentação do que afirmamos, de princípio, a respeito da resultante estética de sua arte.

Porque é preciso que se diga, para confirmação maior de uma artista sem o cultivo dos mestres e o convívio dos grandes meios, que na exposição de Amelinha Theorga há esse ritmo interior que ressalta flagrante, numa afirmação de personalidade. Ela reflete, através de sua alma a alma sintética e estética das coisas. Sua alma de artista, estampando-se lhe na retina justamente no momento feliz de fixar a síntese luminosa dos aspectos naturais, integra-se, por assim dizer, na alma difusora da natureza. Tem talento a jovem artista conterrânea de Pedro Américo.

Que ela não arrefeça no seu amor à arte se lhe não vierem os estímulos que porventura espera. A borboleta queima sempre as asas de cada vez que investe contra a chama que a seduz; e, entretanto, não a deixa nunca de voltejar em torno da chama. Afirmou Silvino Olavo em seu artigo.

Na opinião de Wanda Novaes, em um texto também publicado na revista “Era Nova”, ela comentou que a arte da senhorinha Theorga era toda da sua imaginação. Não havia copia. Era tudo quanto lhe falava à sensibilidade e ela assim reproduzia. “Daí a superioridade do seu talento; daí a razão de ser tida como única no diminuto círculo artístico da Parahyba”. Declarou Wanda Novaes.

Sobre o trabalho técnico da pintora Amelinha Theorga, Rau Ferreira assim definiu: “Denota-se, em suas pinturas, uma tendência regionalista, com reproduções da paisagem local, voltadas para o mar; talvez por esta razão, foi chamada de paisagista do mar”. Amelinha produção um bom acervo de pintura em quadros, que expôs de forma individual em diversos salões no Estado, dentre os quais, a que foi realizado na Livraria Casa Andrade (1921); outros no hall d’A União (1922, 1923, 1925); na residência do casal Adrião Pires (1969) e na exposição “50 Anos de Pintura na Paraíba”, na reitoria universitária (1971).

A jovem Amelinha Theorga


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Texto baseado em uma artigo de Rau Ferreira 
fonte: https://historiaesperancense.blogspot.com/2020/02/amelinha-theorga.html

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

O filme "Beiço de Estrada" já está disponível gratuitamente.


O longa-metragem “Beiço de Estrada” do diretor e dramaturgo cajazeirense Eliézer Rolim, já está disponível para todos e poderá ser visto gratuitamente de 05 a 18 de agosto, no site: www.belasartesalacarte.com.br. O filme é uma produção paraibana, e o seu roteiro é uma versão para o cinema da peça teatral “Beiço de Estrada”, que fez grande sucesso nos palcos brasileiros, no final da década de 70-1978 e inicio dos anos 80 - até 1984, que também é autoria do próprio diretor Eliézer Rolim. O longa não é o primeiro realizado por Eliézer, ele já havia feito antes o filme: "O Sonho de Inacim", que conta a história de vida e obra do missionário cajazeirense Padre Inácio de Souza Rolim, um dos fundadores da cidade de Cajazeiras.

No cinema, “Beiço de Estrada” conta a história de Madame Lili (Darlene Glória) que prostituiu suas três filhas. Agora avó, com seus dois netos: Braz (Rique Messias) e Conceição, (Luana Valentim) ambos os filhos da prostituição, todos tentam sobreviver em condições precárias num antigo bordel sertanejo, chamado Beiço de Estrada. Para Conceição é feita uma promessa de livrar toda a família da maldição da prostituição e para Brás é reservado o trabalho de cavar buracos na estrada para fazer os carros pararem. Meota, (Jackson Antunes) um antigo boêmio, visita o velho bar e cativa o coração de Conceição recriando um novo ciclo no Beiço de Estrada.

Quando escreveu e dirigiu a peça na década de 80, Eliézer Rolim tinha 17 anos e já destacava-se como uma promessa da dramaturgia paraibana. Naquela época, a peça circulou pelos grandes centros do país, participando de vários festivais e inclusivo do projeto Mambembão. Quando chegou em São Paulo, Marcélia Cartaxo, que integrava o elenco e interpretava a personagem Véu de Noiva, foi convidada por Suzana Amaral para fazer o filme “A Hora da Estrela”.

O filme “Beiço de Estrada” teve suas gravações realizadas em três semanas na região do cariri paraibano, cujo índice pluviométrico é o menor do Brasil. Apresenta no seu elenco, três grandes nomes da tevê e do cinema nacional, como a atriz Darlene Glória (75 anos), que foi uma das grandes atrizes do cinema novo, e os atores globais Jackson Antunes e Mayana Neiva. Conta ainda com a presença dos atores Luana Valetin e Rique Messias. A Classificação indicada é 16 anos, pois apresenta temas sensíveis e contém cenas de conteúdo sexual e violento.

por: Cleudimar Ferreira




para ver o filme, acesse: