segunda-feira, 7 de outubro de 2024
DE ÁRVORES E AMIZADES
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
FACHADAS DE SOLIDÃO
domingo, 29 de setembro de 2024
Pax, Apollo XI e Éden: era uma vez uma cidade com três cinemas
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
O Festival Regional da Canção no Sertão e as lembranças de Luizinho Barbosa
O Festival Regional da Canção no Sertão, que era realizado em
Cajazeiras, com maior regularidade, nos idos anos 70 e 80, foi um evento
musical que atraia para nossa cidade jovens músicos-compositores de todo
interior do Nordeste, representados pela suprema participação dos vizinhos estados de Pernambuco,
Rio Grande do Norte e Ceará. Um festival que já tinha se popularizado; por
força da sua trajetória, havia se tornado em um acontecimento fundamental,
imprescindível no calendário cultura de Cajazeiras.
Mas como tudo nessa vida é efêmero e, quando se trata de um
acontecimento cultural, mais passageiro acaba sendo, já que cultura nunca foi
para as instituições públicas, o prato principal da mesa do povo; o festival
aos poucos foi apagando a sua luz e, hoje sua existência, se resume as poucas
lembranças registradas na memória dos que de certa forma, estiveram envolvidos com a
euforia que o esse encontro musical proporcionava a todos.
Infelizmente, uma pena para todos nós, amantes da cultura e da arte. Para cidade de Cajazeiras, uma perca irreparável; inconcebível, quando abrimos as nossas bocas e cheias de orgulho dizemos que Cajazeiras é a terra da cultura. De fato, ainda é! Mas aos poucos, as suas mais autênticas manifestações culturais, protagonizadas por seguidos eventos artísticos como foi o festival da canção, estão caminhando para supressão.
Uma ironia! Logo agora que temos em moda todo tipo de incentivo à
produção cultural. É lei essa, é lei dessa, daquela, daquilo e, diferente do
que foi no passado, que não tínhamos nada; desse nada tirávamos toda a energia
e força necessária para realizar grandes projetos, como por exemplo, Festival de Teatro Rápido; Sertanejo de Artes Cênicas; Festival de Poesia de Cajazeiras; Salão Oficial da Arte Contemporânea do Sertão e o destacado de todos, o nosso inesquecível Festival da Canção, que foi referência para a
Paraíba e o resto do Nordeste.
Portanto, nada desses eventos temos mais. O certo é, que o nosso festival de música ficou e, parece que não voltará
jamais, pois o contexto em que vivemos, apresenta um cenário desfavorável a sua
submersão e, mesmo que volte, o ambiente presente desqualificará as suas cores e
trará outro brilho, já que a musicalidade do tempo em que vivemos, os ritmos em
moda com seus aparatos eletrônicos, não abriria espaços para o romantismo
questionador e poético que tanto enriqueceu a produção musical dos anos 60, 70
e 80.
Com tudo, o que restou e ficou do Festival Regional da Canção no Sertão,
se resumo em sonhos, lembranças, saudades e experiências vividas, como essa
contada em carta aos integrantes do Núcleo de Extensão Cultural de Cajazeiras
(NEC), por Luizinho Barbosa, cantor, músico, compositor e ativista cultural de
Pombal, que sempre era umas das cadeiras cativas do festival.
CARTA - CONVITE A CAJAZEIRASSHOW MUSICALLUIZINHO BARBOSA - PRIMAZIADIA 21 DE JUNHO DE 2012, 21:00H, NÚCLEO DE
EXTENSÃO CULTURAL UFCG - CAMPUS V - CAJAZEIRAS - PB.
Caríssimos Companheiros,
No ano de 1979 tive a oportunidade de participar da Caravana Piollin, nas cidades de Pombal, Sousa e Cajazeiras; neste período acontecia a Semana Universitária, promovida pela Associação Universitária de Cajazeiras (AUC). Na oportunidade consegui fazer a minha inscrição no Festival de Música o que muito significou para a minha vida artística. Naquele momento, interpretei a música “Viola Serena Voz”, ao lado de Fuba (violão) e Teinha Formiga (Clarinete), sendo o apresentador, Zeilto Trajano.
O referido Festival foi bastante concorrido, com a participação de nomes influentes na região, a exemplo de Otacílio Trajano, Luís Alves, Joaquim Alencar, Grupo Ferradura (Catolé do Rocha), Raízes Novas (Sousa), o Grupo Nó - Cego (Pombal) e Circuito Universitário (Pombal). Classificado para a final daquele evento; na manhã seguinte fui comemorar com os meninos e amigos da Rua Higino Pires Rolim e, logo uma boa notícia foi veiculada em uma das rádios de Cajazeiras, a divulgação dos aprovados no vestibular.
Ouvimos o resultado em um radinho de pilha na residência de Eliezer a citação do meu nome para o curso de letras, gerou muita alegria, a vibração dos meninos do Grupo de Teatro Terra, formado por Eliezer, Marcélia Cartaxo, Naldinho, Nanego, Lincoln, Pitoco, Doda, Suely, entre outros e outras, movimentou aquela Rua que hoje guardo bem dentro do coração. Assim, começou o meu vínculo artístico e educacional com a cidade de Cajazeiras, que muito admiro e tenho carinho pelo ciclo de amizade e companheirismo.
Na sequência das minhas ações, participei de muitos outros Festivais na terra de Pe. Rolim; já universitário e fundador do RCT de Pombal, plantei a primeira semente, quando me dirigi ao Rotary de Cajazeiras e propus a fundação do Rotaract de Cajazeiras.
Caríssimos companheiros e amigos, no próximo
dia 21 de junho, às 21:00 horas estaremos juntos no Teatro do NEC para o meu show
musical denominado Luizinho Barbosa - Primazia e lançamento do CD. Confiante na
importância do meu reencontro artístico com a cidade que proporcionou grandes
momentos para a minha carreira profissional, antecipo os meus sinceros
agradecimentos, contando com a presença dos artistas, amigos e companheiros.
Rotarianamente, até mais e um abraço a todos.
Luizinho Barbosa
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
CAIXA DE SENTIMENTOS
Juro que não sei o que dizer,
mas sinto que a vida não é um parque temático e, nem sempre temos as escolhas
que pensamos ter. Não são culpas, apenas incertezas e inseguranças.
Não sou romântico, sou até
meio grosso e insensível, mas amo o amor e, como na montanha Russa, sinto um
puta frio na barriga.
Às vezes saltamos no
desconhecido mundo dos cristais, enquanto espumas rodopiam no ar. Na beira do
precipício, vejo um Canyon profundo e mergulhar é preciso.
A vida não é o que você vê,
não são os lugares e nem as coisas com as quais você consegue interagir. São as
pessoas e o que você sente nas relações, emoções ou sentimentos. A vida é
imprevisível e não estamos no controle de nada.
As palavras não são nada,
diante da jornada imprevisível em que tudo se transforma, uma atmosfera
invisível e utópica. As palavras escondem verdades, encobrem comportamentos e
criam couraças do ser.
As palavras magoam e chateiam
a gente. Nossos corpos aprendem com a dor, pois nem tudo é sensação de amor
incondicional. Esse é o incrível mundo das incertezas e não vivemos em nenhum
outro lugar.
Às vezes a gente até imagina
como seria a nossa vida se não fosse como é. A vida é bizarra e estranha, mas é
a nossa vida.
Amor e drama, conexões
astrais, abstrações e entregas. Paz, calma e parceria de cumplicidades. Às
vezes nos sentimos personagens de histórias incríveis, mas nunca realizáveis.
Às vezes nos sentimos em um
paraíso perfeito, apenas aproveitando as grandes paisagens paradisíacas como em
um sonho perfeito.
Às vezes são emoções demais,
em um turbilhão de possibilidades. Neuroses múltiplas, corações mutilados e
profundas estranhezas impactadas pela escuridão do fundo do poço.
Padrões em construção, estalos
de ondas se quebrando contra os penhascos, lodo e lama se espalham em todas as
direções. O fino material do fundo das águas como a pele se desfazendo em
camadas invisíveis.
A solidão não é uma coisa
sólida, a realidade é uma utopia espetacular, a morte é um momento solitário e
único, mas a energia flui constantemente.
A questão é, a realidade
parece uma fogueira de pedras, alimentada por troncos e galhos de matéria seca.
São nossos maiores medos, o que não se explica, as nossas inseguranças da morte
não descobrimos nada.
Não sei se existe uma lei da
vida, mas sou apaixonado pelo caos e pela incerteza, por isso gosto de ideias
livres e leves, mesmo que a leveza pese, pois a felicidade implica em
cumplicidade.