Cleudimar Ferreira
o teatrologo Antônio dos Anjos - o Toinho
Conheci Antônio dos Anjos nos anos finais da
década de 70. Nesse período a efervescência cultural de Cajazeiras se mostrava
mais altiva e cativante, com aditivo vanguardista, qual se mostrava o movimento teatral que a cidade via crescer. Esse perfil teatral era visto através das investidas bem-sucedidas do Grupo de Teatro Amador de Cajazeiras -
GRUTAC e por outro viés, com as esporádicas apresentações do teatro elitizado feito na época pelo Teatro Amador de Cajazeiras - TAC, que era conduzido com muito cuidado e zelo, por Íracles Brocos Pires - Ica
Pires (In memoriam).
Na retaguarda, de forma atemporal mas com bastante liberdade de
criação, sem compromisso com as estéticas que a contemporaneidade do tempo exigia; mesmo sendo uma época de agitação social, onde todos pareciam está prontos para o confronto, surgia o Grupo Teatro
Brasileirinho - GRUTEBRÁS, dirigido por Antônio dos Anjos, que nas horas extras, nos intervalos das apresentações cênicas na cidade, era também o hilário Palhaço Chapuleta.
Em trono de Toinho (como era chamado), figuras como: Chico Amaral, Tabozinha, Ednaldo, entre outros. Integrantes do chamado "teatro abastardo". De estética comunitária, porém de importância no contexto cênico de Cajazeiras, já que as apresentações aconteciam em lugares não comuns para prática teatral, como por exemplo, Associações Comunitárias, Sindicatos, Círculo Operário e o Centro Social Urbano - CSU do Bairro das Capoeiras.
A frente do GRUTEBRÁS, Antônio dos Anjos dirigiu sem muito alarde, mesmo com o pouco conhecimento técnico de direção teatral, porém com criatividade e força de vontade de aprender, sucessos como: “Abandono do Interior”, “O
País de São Fuá” e a “Paixão de Cristo”. A primeira e ousada encenação da história de Jesus produzida em Cajazeiras. Encenada em uma tarde de sexta-feira da paixão, em ambiente natural,
no morro do Cristo Rei. Lembro como hoje esse momento, pois fiz o papel de Herodes nessa
encenação.
A paixão de Toinho pelas artes cênicas era do
tamanho de sua vontade de ver seu trabalho reconhecido, não só por quem lidava
e liderava o alarido teatral em torno das artes cênicas na cidade, mas também por
muitos que conduziam a mídia impressa e radiofônica local, que pouco espaço destinava nas
suas mídias ao seu trabalho - se comparado com o que se divulgava nesses veículos de imprensa, dos demais grupos de teatro em
atividades em Cajazeiras. Mesmo assim a resistência de Antônio dos Anjos era superante
e não o deixava atrás do glamour que se promulgavam vivamente aos trabalhos
realizados por outros destacados diretores cênicos na cidade.
Entre 1982-84, coordenou a Gincana Cultural
Descubra a Paraíba, etapa regional em Cajazeiras, evento realizado na época,
pelo MOBRAL, instituição federal no qual era funcionário e responsável pela representação desse órgão na cidade. Foi um dos primeiros diretores do Teatro Íracles Pires.
A sua contribuição para o teatro em Cajazeiras teve relevância, pois foi através do seu modesto trabalho com essa linguagem da arte, realizado no período em que esteve em evidência o GRUTEBRÁS, que muitos outros grupos de teatro de atividades e perfil parecidos com a linha cênica que o mesmo trabalhou, surgiram em Cajazeiras. Grupos esses na sua maioria, formados ou por ex-integrantes do GRUTEBRÁS, ou por pessoas que exerciam estreita ligação com ele.
A sua contribuição para o teatro em Cajazeiras teve relevância, pois foi através do seu modesto trabalho com essa linguagem da arte, realizado no período em que esteve em evidência o GRUTEBRÁS, que muitos outros grupos de teatro de atividades e perfil parecidos com a linha cênica que o mesmo trabalhou, surgiram em Cajazeiras. Grupos esses na sua maioria, formados ou por ex-integrantes do GRUTEBRÁS, ou por pessoas que exerciam estreita ligação com ele.
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