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Zeilto Trajano e Cantos Nilton César |
Radialista Zeilto Trajano
Muitos radialistas não
cajazeirenses e sim cajazeirados, fizeram história na “Cidade que ensinou a
Paraíba a ler” e um deles foi marcante na história da radiodifusão de
Cajazeiras. Seu nome é Zeilto Trajano de Sousa, que nasceu em Pombal, Paraíba,
em abril de 1944.
Zeilto casou-se com a senhora
Francisca de Lima Sousa e era pai de quatro lindas meninas: Nadja, Alba, Kátia
e Márcia. Era filho de Otacílio e Nely, e tinha como irmãos; Socorro, Zelita,
Zita, Maria do Carmo e Otacílio Trajano, que também militou ou milita no rádio.
Ele iniciou suas atividades em
Pombal em microfone de serviços de alto falantes, no início da década de 60, em
carro de som, que circulava nas ruas de Pombal, fazendo propaganda das Lojas
Paulista. Aos sábados ele ficava nas portas da referida loja convocando as
pessoas que por ali passavam a entrarem e comprar produtos mais baratos.
Tempos depois ele foi trabalhar
na Difusora Rádio Maringá, de propriedade do senhor Raimundo Lacerda, conhecido
por Raimundo Sacristão). Em 1967, Zeilto recebeu convite para trabalhar na
Rádio Alto Piranhas, de Cajazeiras, emissora da Paróquia, que era conhecida
como a Rádio do Bispo e em pouco tempo que estava nessa emissora começou a
exercer o cargo de diretor. Ele também era narrador esportivo da emissora.
Zeilto veio a projetar-se na Rádio Alto Piranhas e conquistou audiência com
programas criados por ele, a exemplo da “Discoteca Dinamite”, de cunho
jornalístico, juntamente com o médico doutor Júlio Bandeira de Melo. Outro
programa de Zeilto com grande audiência na região, era aos domingos, “Encontro
com Nelson”, onde rolava músicas de Nelson Gonçalves e outros cantores. Ao
completar 15 anos com esse programa, ele teve a oportunidade de entrevistar no
seu programa o referido cantor.
Zeilto Trajano teve a
oportunidade de transmitir direto de sua cidade, Pombal, através dos microfones
da Rádio Alto Piranhas, a Festa do Rosário, a mais conhecida festa religiosa da
região. Transmitiu ainda uma festa direto do Pombal Ideal Clube, intitulada “A
Paraíba em Uma Noite”. Fez também a cobertura da inauguração da rodovia federal
BR 427, que liga Pombal ao Rio Grande do Norte, com a presença do então
ministro dos Transportes, Mário Andreazza.
Ele criou slogans para enaltecer
Cajazeiras onde costumava dizer através dos microfones da Rádio Alto Piranhas,
“Minha Linda Cajazeiras” e uma vinheta da emissora: “Rádio Alto Piranhas, a
única emissora de Cajazeiras, na Paraíba, que o Nordeste conhece”.
Zeilto também tinha na veia, uma
outra habilidade: a música. Ele fundou uma orquestra em Cajazeiras, chamada de
“Chaveron”. Tempos depois fundou mais duas orquestras com os nomes de
“Chavereque” e “Oritimbó”, que animavam as matinês dos clubes na época dos
carnavais de Cajazeiras. Ele compôs uma música carnavalesca intitulada “Sem
Maruagem”.
Depois de 18 anos na Rádio Alto
Piranhas, Zeilto foi trabalhar na Rádio Arapuã, de João Pessoa, assumindo a
direção comercial dessa emissora e apresentava o programa “Café da Manhã”.
Certo dia, foi para o Aeroporto
Castro Pinto para fazer a cobertura da chegada do então Presidente da
República, Ernesto Geisel, que foi para a Paraíba cumprir agenda de
compromissos com o governo do estado. Ao finalizar a transmissão, se sentiu
cansado, debruçou no volante do seu carro e começou a passar mal. A partir daí
foi levado imediatamente para a Casa de Saúde São Vicente de Paula, de João
Pessoa, aonde veio a falecer de aneurisma, em 25 de agosto de 1982. Seu
sepultamento foi em Pombal onde teve um grande acompanhamento de pessoas de todas
as classes sociais dessa cidade.
Eu tive um grande prazer em ter trabalhado com
Zeilto Trajano, na Rádio Alto Piranhas, em 1971, e admirava muito o seu jeito
de saber cativar as pessoas com sua simplicidade, seu caráter e dinamismo.
Junto com Zeilto e demais colegas da emissora, viajei para São José de Piranhas
(Jatobá), onde fomos jogar uma partida de futebol de salão, contra uma equipe
local. Viajei ainda para Sousa juntamente com a equipe de esportes da Rádio
Alto Piranhas, para fazer uma cobertura de um amistoso contra a Seleção de
Sousa. Sou um profissional realizado, por ter trabalhado com radialistas de
grande nível, a exemplo de Zeilto Trajano, Jota Gomes e Almair Furtado, colegas
esses que já partiram para um outro mundo.
PEREIRA FILHO: É radialista da Rádio Nacional de Brasília.