quarta-feira, 24 de novembro de 2021

MEU RECORTE IV

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MEU RECORTE (Boletim Informativo do Instituto Nacional de Artes Cênicas - INACEN, nº 5). Em 15 de Junho de 1984, há 37 anos, o movimento teatral amador de Cajazeiras ganhava destaque nas páginas no Boletim Informativo do Inacen e se tornava notícia a nível nacional, sendo motivos comentários e elogios por parte de integrantes do teatro brasileiro e dos principais nomes da dramaturgia nacional. Em evidencia neste ano de 84, o feito do Grupo de Teatro Terra com a participação no Festival Nacional de São José do Rio Preto, encenando a peça “Beiço de Estrada”. Nesse ano, o grupo trouxe para Paraíba, particularmente Cajazeiras, experiências, Encómios e aplausos da crítica nacional presente no festival.

Entre nós por aqui, também em 1984, nas bocas Brighellas dos amadores sertanejos, os murmúrios que se ouvia eram sobre os preparativos para a realização em Cajazeiras do VI Sertanejo de Artes Cênicas e o rescaldo do encontro dos atores amadores da cidade, na sede do Núcleo de Extensão Cultural da UFPB. Encontro esse que determinou e fundou a ATAC - Associação de Teatro Amador de Cajazeiras, primeira entidade classista representativa da classe teatral de Cajazeiras. O recorte histórico acima detalha com mais abrangência esse momento que eu tive o prazer de fazer parte.



imagem: acervo Cleudimar Ferreira

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Carta aberta à dama do teatro cajazeirense

 por Wanderley Figueiredo de Sousa



 Correspondência   
 pelos 41 anos sem Íracles Brocos Pires,  
 cajazeirense, artista  
 que revolucionou uma época. 

É com muita alegria, honra e responsabilidade que eu, artista desta tua terra da cultura, chamada Cajazeiras, ponho-me a te informar como está a situação artística e cultural desta formosa e graciosa terra, de muitos bons ares, à qual a 09 de março de 1979 vós partistes.

Pelo trabalho cultural feito por ti, percebe-se que muita coisa mudou nestes 41 anos. Se voltasse hoje aqui, talvez não mais visse: Romeiros do Futuro, Teatro de Amadores de Cajazeiras (TAC), Moderna Equipe de Teatro de Cajazeiras (Metac), Grupo Boiada, Grupo de Teatro Amador de Cajazeiras (Grutac) e Grupo Terra, mas a vasta cidade educacional com talentos artísticos está altiva e pujante.

Encontraria Íracles, cinco faculdades, entre elas duas de Medicina - onde uma de suas netas formou-se e hoje é médica.

Encontraria também alguns oportunistas de plantão e outros acomodados.

Mas ficaria feliz em saber que Cajazeiras ficou conhecida como Terra da Cultura, ou a Cidade que Ensinou a Paraíba a ler, em função da sua vocação para as artes e a educação, frutos estes do seu trabalho e empenho à arte da cidade. Somos formados de uma verdadeira mistura étnica e cultural, daí o motivo de ser uma das cidades mais felizes do Brasil.

Tivemos a construção de um teatro que leva o seu nome, houve reforma e ampliação do mesmo, entregues em março de 2018 e reforçou essa vocação, com apresentações de espetáculos produzidos por artistas da terra, seja na área cênica, dança ou música. Afora isso, eventos culturais se multiplicam pela cidade, seja no cinema, seja na literatura, no artesanato, na música, no teatro e na dança.

Senão, vejamos: a cidade tem hoje uma produtora cultural que está no nível de qualquer produtora de qualquer parte do país. A CZ Produtora tem se notabilizado pela produção de grandes espetáculos da Paraíba e de outros estados do país, como Rio de Janeiro e Tocantins, colocando a cidade na rota dos bons espetáculos nacionais, tendo realizado e colocado uma Mostra de Teatro no calendário de aniversário da cidade.

A cidade conta hoje, também, com uma editora também de nível nacional. A Arribaçã Editora foi instalada no segundo semestre de 2018 e já tem muitos livros publicados, e continua produzindo outros.

A cidade tem um festival de cinema que já realizou a terceira edição. O Cine Açude Grande reúne todo mês de agosto o melhor da produção cinematográfica nacional, com premiações e reconhecimento dos que fazem a sétima arte.

Nas telas, Cajazeiras exporta talentos. Os filmes: Bacurau, Beiço de Estrada e Pacarrete, lançados recentemente com atores e diretor cajazeirense, ganharam prêmios na França, Itália e em Gramado. Destaques para Thardelly Lima, Buda Lira, Suzy Lopes, Eliezer Rolim, Marcélia Cartaxo, Soya Lira e Ubiratan di Assis.

Não para por ai, Dona ICA. Temos artesanato de qualidade e a criatividade das louçeiras. Na dança, grupos da cidade foram premiados em festival nacional realizado em Fortaleza (Dança de Rua da Paraíba), enquanto um Balé localizado na periferia da cidade investe na formação de futuras dançarinas (Balé Irmã Fernanda).

Na música, a cena roqueira é uma das mais fortes do Brasil, a ponto de ter um espaço só para o rock dentro da programação do carnaval. Também na música, Cajazeiras tem banda tradicional e uma fanfarra que trabalha a inserção social de crianças e adolescentes. O Prima, programa do governo do estado, também mostra sua pujança em Cajazeiras, com um polo que já tem se tornado referência.

No Teatro, não faltam espetáculos locais, participando de festivais estaduais. Além da produção individual, Cajazeiras têm, ainda, um Museu em construção, que conta a história dos fundadores da cidade e de seus escritores e artistas, onde lá, se encontra a história do nosso futebol.

Ah, não te conto! Foi criada e instalada, oficialmente, a Academia Cajazeirense de Artes e Letras, com a posse de 38 imortais e homenagem a 40 patronos que construíram a história de Cajazeiras. Você tem acento lá e seu filho Saulo Péricles (Pepé), é quem a representa, na condição de imortal.

Temos um jornal impresso que vai na contramão dos fatos e se mantém em circulação. O Gazeta do Alto Piranhas é o que chamamos de resistência e ousadia. Já ultrapassando a edição de número mil, levando informação a cidade a região e ao país todas as sextas-feiras.

Através do município, existe um Fundo de Incentivo à Cultura que gera, todos os anos, dezenas de projetos voltados para o segmento artístico nas mais diversas áreas.

Tudo isso referendado por um polo educacional, que inclui cinco instituições de ensino superior: Universidade Federal de Campina Grande, Instituto Federal de Cajazeiras, Faculdade de Filosofia e Letras, Faculdade Santa Maria e Faculdade São Francisco.

O secretario de Cultura da cidade é um de seus discípulos, Ubiratan di Assis, poeta, ator, advogado e que nos representa politicamente numa secretaria que se tornou de primeiro escalão.

​Tudo isso aqui elencado, tem comprovado a vocação natural de Cajazeiras para o segmento cultural. A terra de Íracles Pires e tantos outros talentos artísticos tem sua vocação fundada em sua própria história e no talento de seus habitantes.

Isso é o mínimo que posso dizer desta nossa cidade que ensinou a Paraíba a ler. Convido, portanto, Vossa Senhoria para uma visita a esta majestosa terra, que muita honra terá em receber tão ilustre visitante.

Saudosos abraços. Hoje, segunda-feira, nono dia de março do ano de 2020.

(Artigo de Wanderley Figueiredo, intitulado “Carta aberta à dama do teatro cajazeirense”, publicado no primeiro número da Revista da ACAL - Arribaçã Editora, 2020)



fonte: https://www.facebook.com/Wanderleydesign

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

A GRANDE SECA DE 1877


O meu avô Antônio Ferreira de Lira - Seu Tiantonio Ferreira (como era chamado), que nasceu no Sítio Catolé, em Cajazeiras, no ano de 1901, viveu e morreu nessa mesma localidade. Portanto, já falecido. Ele me contava com detalhes quando eu era criança, dos momentos difíceis dos períodos de secas que passou, principalmente, as secas das primeiras décadas do século XX. Lendo esse texto de Joel Paviotti, transformado em postagem e divulgada pelo nosso querido professor José Maria Gurgel, em seu Facebook, lembrei muito das histórias que meu avô contava sobre esse problema climático tão presente na vida de todo nordestino. Veja na íntegra o texto de Paviotti, que é uma espécie de comentário que o mesmo faz sobre a fotografia acima.

Fotografia que circulou o mundo durante a maior seca da história da região nordeste, ocorrida em 1877 e 1878, mostra de pai e filho cearenses.

Conhecido como "A Grande Seca", o evento trágico guardou na memória dos brasileiros,  muita morte, dor e resistência do povo do Nordeste.

Na época, o fenômeno climático matou cerca de 400 mil nordestinos, quase metade da população do Ceará naquele período. Essa seca marcou a história da região e também foi responsável pela primeira grande diáspora nordestina. Cerca de 200 mil pessoas se refugiaram em outros estados.

José do Patrocínio, jornalista negro e ativista, fez com que as imagens, captadas pelo fotojornalismo fossem transformadas em uma espécie de encarte e publicadas em jornais de todo o Brasil e o mundo.

Houve comoção geral e até o Papa da época enviou mensagens de solidariedade. Após comoção, campos de concentração foram construídos e passaram a abrigar quem já estava para morrer de fome. Corpos eram abandonados diariamente nas portas das casas. Apodrecendo ao sol de 40° apenas os urubus mantinham a dieta sem fome, ao saborearem os corpos dos desvalidos.

As imagens foram feitas pelo fotojornalista

J A Corrêa. Dizem seus biógrafos que, após as captações, o jornalista nunca mais foi o mesmo.

"A Grande Seca" foi retratada em quadros, livros, filmes e séries, mas sua maior presença está nas vozes e memórias de homens e mulheres que passaram aos seus filhos e netos as dificuldades vividas durante a desgraça de 1877.

Joel Paviotti 


fonte: (Facebook) GURGEL, José Maria.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

MEU RECORTE III

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MEU RECORTE (Jornal A União). Novembro de 1981. Há 40 anos, o Atelier Cajazeirense de Artes, seguimento das artes visuais que era ligado ao antigo Núcleo de Extensão Cultural do Instinto Campus V da UFPB, apresentava a Paraíba, através do programa de intercâmbio firmado entre Cajazeiras e Campina Grande, sua melhor produção dessa linguagem da arte. 

Nessa época a cidade vivia um dos seus melhores momentos no setor cultural e o atelier surgiu com força e com a proposta de impulsionar a produção das artes plásticas, até então esquecida, depois da realização entre os dias 12 e 30 de agosto de 1978, do 1º Salão Oficial de Arte Contemporânea de Cajazeiras. Evento que marcou as artes no alto sertão paraibano.

Esse recorte do jornal A União, com mais de quatro décadas, conta um pouco como foi e, mostra também como aconteceu a abertura da coletiva dos artistas de Cajazeiras no Museu de Arte Assis Chateaubriand. Que tipo de produto artístico o atelier expusera para os campinenses e para a Paraíba – já que a rainha da Borborema nesse tempo, era detentora de uma das maiores produções de cultura no Estado. Como eu era um dos integrantes do Atelier, fui um dos participantes da mostra expondo dois trabalhos de temática regional com técnica em desenho à nanquim.

Ao todo foram expostos 70 trabalhos em técnicas e temáticas diferenciadas, de autoria de 31 artistas do município de Cajazeiras. Uma produção de causar inveja se for comparada ao que se produz hoje nessa linguagem da arte na cidade. Quer saber mais sobre esse evento, clique na imagem acima e leia o seu conteúdo.

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imagem: acervo Cleudimar Ferreira

ROMANCES

por: João Batista de Brito


Contam que a história aconteceu na João Pessoa dos anos 1950. Mas não garanto.

Benício estava preocupado com a esposa. E não era de agora. Já fazia tempo que Diana andava estranha, aérea, desconcentrada, alheia às coisas da casa. E alheia a ele também.

Até na cama estava distante, sem corresponder aos seus agrados, na maior parte das vezes, recusando fazer amor. Ele bem que tentava ser compreensivo, paciente, mas nem sempre era fácil. Um homem com seu vigor físico precisava de uma mulher sempre disponível. E ele não era aquele tipo de homem de ir procurar fêmeas lá fora.

Aparentemente, o problema surgira depois que Diana passou a frequentar a Biblioteca da cidade, e a tomar livros emprestados. Só vivia agarrada com um livro e praticamente não fazia mais nada na vida...

O que aqueles livros tinham de tão atraente, ele não sabia, pois, homem sem instrução, Benício nunca fora afeito a leituras, a não ser a dos papéis necessários aos seus negócios, que eram muitos.

O primeiro livro que viu em casa, posto em cima de uma cômoda depois de lido, trazia um título estranho, “Dom Casmurro”, e ele não tinha a menor ideia do que tratava. Afinal, Casmurro nem nome de gente era.

Em uma de suas idas a Recife pra tratar de negócios, Benício, encontrou, um dia, por acaso, um velho amigo, Xavier, com quem cursara o curso primário. Depois dos abraços saudosos, foram tomar um café numa casa de lanches próxima. Residente em Recife havia anos, Xavier era jornalista e escritor nas horas vagas. Pois, no meio da conversa, Benício lembrou-se de aproveitar a oportunidade pra perguntar sobre Dom Casmurro – um livro que, com certeza, o amigo conhecia muito bem. De que tratava?

De bom grado, o amigo fez pra ele um breve resumo do enredo e, com uma pitada de ironia, perguntou se Benício estava agora interessado em literatura. Benício desconversou, mas, mesmo assim, quis saber se a tal Capitu do livro, afinal, tinha mesmo sido infiel ao Bentinho. A resposta - “ninguém sabe”- foi insatisfatória, mas, de todo jeito, aquilo deixou Benício com uma pulga atrás da orelha: então era um livro sobre traição conjugal que a sua Diana lia.

Um segundo livro aparecido em casa, “O primo Basílio”, manteve a pulga na orelha de Benício. Na próxima viagem a Recife, não fez outra: procurou o amigo Xavier e lhe perguntou se ele conhecia o tal livro. Claro que conhecia, e adorava. E pagou um jantar pra Xavier só pra ouvir a história de “O primo Basílio”. E não deu outra: era traição conjugal na batata.

Como Benício sabia que Xavier vivia em situação financeira difícil, ofereceu para lhe dar a ajuda  que ele quisesse - contanto que o amigo, vez ou outra, lhe orientasse nessas coisas literárias, isto sem ter que saber de seus motivos. Xavier achou estranho, mas - fazer o quê? - precisava da grana, e, afinal, era até divertido ser pago para relembrar o enredo de obras que amava.

Em seguida, veio outro livro chamado “Ana Karenina”, que deixou Benício cada vez mais intrigado, pois, pelo depoimento de Xavier, seguia a mesma linha da mulher adúltera. Depois foi “A letra escarlate”, que deixou Benício pasmo, pois a mulher traidora ganhava uma rubrica no peito, para a cidade toda saber da sua falta de caráter. Mas, o pior foi o próximo, “Madame Bovary”, história de uma mulher que não teve só um, mas vários amantes, um atrás do outro. Como é que Diana, a sua Diana, podia gostar de livros assim?

Benício estava horrorizado. Não admira que Diana estivesse tão perturbada. A questão era: por que ela lia aquele lixo? E outra questão mais geral: por que a Biblioteca do Estado adquiria e mantinha toda aquela imoralidade? Bem que sua avó dizia: o mundo está perdido, e olhe que sua avó, que era analfabeta, se referia ao cinema, e só por causa dos beijos na tela – imagine se ela tivesse acesso à literatura.

Outra coisa que Benício não entendia. Não eram romances novos, modernos, de agora. Eram livros do Século passado, e outra coisa intrigante, todos escritos por homens. Que homens eram esses que adoravam escrever sobre traições femininas?

Não adiantava Xavier lhe explicar que as heroínas daqueles romances não eram doidivanas, mas, figuras trágicas, por contingências da vida, “mulheres apaixonadas fora do casamento”, e os romances constituíam mergulhos profundos na alma feminina.

Com essa, Benício deixou de procurar Xavier. Não adiantava ficar se atormentando assim. O que tinha que fazer, tinha que ser feito em casa. E ia, sim, dar um basta naquela história toda.

Naquele dia voltou pra casa decidido a pôr fim às leituras de Diana. Entrou em casa com passos firmes, porém, antes de se aproximar da esposa, viu mais um livro sobre a sua mesa de leitura que, ao contrário dos outros, trazia nome de mulher na capa e o título era: “Perto do coração selvagem”.

E foi onde Benício sentiu que estava, ao chegar perto da esposa.



fonte: (face do autor) https://www.facebook.com/photo/?fbid=10217360044992915&set=a.4826176152100

domingo, 7 de novembro de 2021

PRIMEIRO FESTIVAL DE ARTE E CULTURA "BENDITA SEJA" TEATRO ICA, DE 19 A 21 DE NOVEMBRO.


P R O G R A M A Ç Ã O

   Dia 19/11/21 (abertura)    
17h30: (Praça do Teatro) Feira Multicultural e exposição no hall com a Galeria Liberté; por Regina Pereira (até às 19h00)
19h00: (Palco do Teatro) Inauguração. Breve abertura, considerações e declamação poética dramática com Regina Pereira.
19h30: Música. Voz e Violão com Vanessa Meireles.
20h00: Retorno da feira com intervenções poéticas por Roberto Ferreira e Jamylli Ferreira (até as 21h00).

   Dia 20/11/21 (seguimento)   
17h30: (Praça do Teatro) Feira Multicultural e exposição no hall com a Galeria Liberté; por Regina Pereira (até às 19h00)
19h00: (Palco do Teatro) Espetáculo Senhora Moon - As 4 Fases da Mulher com Girlene Ferreira.
19h40: Balé com performance dramática com Vanúbia Duarte sobre a música Triste, Louca ou Má.
20h00: Retorno da feira com intervenções poéticas por Roberto Ferreira e Jamylli Ferreira e o Poeta popular Fernando Inácio (até as 21h00).

   Dia 21/11/21 (seguimento e encerramento)   
17h30: (Praça do Teatro) Feira Multicultural e exposição no hall com a Galeria Liberté; por Regina Pereira (até às 19h00)
19h00: (Palco do Teatro): Espetáculo Cá entre Vó com a atriz Alhandra Campos 
19h40: Homenagem a três artistas mulheres que são exemplo de resistência na cena cajazeirense: Regina Pereira, Joyce Montinelly e Veruza Guedes.
20h00 Retorno da feira com intervenções poéticas por Roberto Ferreira e Jamylli Ferreira e o Poeta popular Fernando Inácio (até as 21h00).



fonte: Orlando Maia

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

MEU RECORTE II


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MEU RECORTE: (Jornal da Paraíba). Em 01 maio de 1984, há 37 anos, um sonho sonhado há décadas pela classe teatral cajazeirense, tornava-se real. Já não mais utópico, imagens do pensamento ou fantasia. O doravante abstrato, agora era visível, concreto e sólido. Definitivamente os atores ganhava um verdadeiro espaço para apresentações cênicas. 

Nada era mais do que justo! Pois a luta em busca dessa luz, havia atravessado períodos; envolvido grupos de teatro, diretores e atores que finalmente se libertavam dos incômodos palcos improvisados do Círculo Operário; do arcaico auditório do Colégio Diocesano, da apertada Sala de Leitura da Biblioteca Pública Municipal e dos estreitos proscênios dos Cines Éden e Apolo XI.

Todos viviam nesse ano, uma cartasse que nos levava ao um alumbramento de alegria e perspectivas futuras no itinerário do teatro amador sertanejo. Nesse momento, era o momento do Grupo de Teatro Terra; das conquistas de outros palcos; do surgimento de novos grupos  e, eu atônico, estava a troco de caixa como presidente da ATAC - Associação de Teatro Amador de Cajazeiras - cargo arrodeado de mais de sete grupos de teatro, sedentos, atuantes na região do alto sertão. Eram as bases sendo plantadas para o que colhemos hoje.

Viajantes no tempo, olhávamos as muitas luzes das ribaltas refletir sobre nós, já anunciando a programação de inauguração da tão esperada casa de espetáculo. Nesse intento de euforia, eu cheio de confetes e serpentina, era procurado na cidade por (um) tal jornalista chamado Ribamar Rodrigues, para dar um “furo” de como ia ocorrer à programação de inauguração do teatro. O "furo" era para um novo jornal que nesse intervalo, havia aparecido na Paraíba, e estava sendo chamado “Jornal da Paraíba”.

Tudo registrado nesse recorte acima. Certamente o jornal fiel ao seu tempo, patinava nos tipos gráficos. Essas Letrinhas de metais, mesmo não promovendo uma impressão perfeita, já era o suficiente para escrever e iniciar a contação de uma história, que vinha marcando o teatro em Cajazeiras até ali. O que importa é que tudo passou tão rápido que pareceu um daqueles sonhos até difíceis de ser sonhado e depois lembrado, mas foi realizado e, a história desse sonho, está aí para comprovar o registro nesse velocíssimo instante.

por Cleudimar Ferreira


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imagem: acervo Cleudimar Ferreira