terça-feira, 14 de julho de 2020

CARTA AO GOVERNO DA PARAÍBA


Excelentíssimo Sr. Governador,
João Azevêdo Lins Filho;
Ilmo. Secretário de Estado da Cultura,
Prof. Damião Ramos Cavalcanti;
Ilmo. Presidente da Funesc,
Walter Galvão Peixoto de Vasconcelos.


Eu, Tarcísio de Sousa Pereira (Tarcísio Pereira), aqui na qualidade de Teatrólogo, Escritor, Jornalista, Publicitário e Produtor Cultural, venho, em face das condições de paralisação do movimento teatral no Estado da Paraíba, fazer as seguintes considerações, sugestão e apelo - salvo melhor juízo de todos que fazem teatro neste Estado:
1) Considerando que o movimento cultural na Paraíba encontra-se interrompido em suas realizações que envolvem a presença de público;
2) Considerando que as casas de espetáculo encontram-se há mais de 100 dias com suas portas fechadas;
3) Considerando que grupos e companhias de teatro na Paraíba, bem como as artes cênicas em geral e ainda outros movimentos artísticos que sempre utilizaram os palcos dos teatros administrados pelo Estado encontram-se parados;
4) Considerando que recentemente (guardadas as devidas proporções), o Governo da Paraíba autorizou a abertura dos estádios de futebol para a realização de jogos, mesmo sem a presença de torcedores;
5) Considerando, finalmente, que muitas atividades já estão voltando ao seu funcionamento, mesmo com restrições e limitações relativas à prevenção contra o alastramento da Covid-19;
6) Considerando que o Governo do Estado possui e administra, por intermédio da Fundação Espaço Cultural da Paraíba, seis casas de espetáculos tecnicamente bem estruturadas - como o Theatro Santa Roza, Teatro Paulo Pontes, Teatro de Arena, (estes em João Pessoa), Teatro Íracles Pires (Cajazeiras), Teatro Santa Catarina (Cabedelo) e Cine Teatro São João José (Campina Grande), venho propor e sugerir o que segue:


1) Que o Governo do Estado, através da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), neste período de Isolamento Social, disponibilize os teatros públicos de sua responsabilidade, a fim de que os mesmos possam servir de palco neste período para apresentações de espetáculos de grupos, companhias ou qualquer outro movimento artístico, apenas para utilização de elenco e sem presença de público, para que os espetáculos possam ser transmitidos de forma virtual, ao vivo, utilizando-se de toda estrutura que os mesmos dispõem, tanto de equipamento como de pessoal técnico, sem nenhum ônus para os usuários em relação às taxas de locação ou de serviços;
2) Que o Estado, além de programar as casas de espetáculo para essa finalidade, garanta estrutura de logística para as apresentações e transmissão online, em termos de equipe de filmagem e disponibilização de canal para a transmissão ao vivo, com devida divulgação oficial para atrair o público remoto;
3) Que o Estado estabeleça, a seu critério, uma forma de remuneração para os grupos ou, pelo menos, a disponibilização do canal de transmissão com venda de ingressos pelas apresentações, a fim de que toda a arrecadação seja destinada aos grupos, caso os mesmos estejam de acordo;
4) Que essa política de ocupação dos teatros, caso venha acontecer, possa abranger não apenas espetáculos de teatro, mas também shows, concertos, dança, recitais ou qualquer outra atração que os artistas se disponham a participar.
Finalmente, é uma sugestão para uma política de ocupação dos teatros que irá favorecer as produções interrompidas e, ao mesmo tempo, dinamizar uma programação cultural do Estado utilizando a própria estrutura já existente, praticamente sem grandes despesas para a administração, conforme o critério que venha estabelecer.




Paraíba, 13 de julho de 2020.
TARCÍSIO PEREIRA
Teatrólogo










carta divulgada na página social do teatrólogo: https://www.facebook.com/tarcisio.pereira.12

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