domingo, 5 de janeiro de 2014

O ADEUS A PEDRO REVOLTOSO

Pedro Revoltoso - de jogador a árbitro de futebol e porteiro
dos clubes: 1º de Maio, Tênis e Jovem Clube.



Pedro Revoltoso, o cidadão de Cajazeiras. 


Escreveu R e u d e s m a n  L o p e s

Doutor, era assim que Pedro Revoltoso me chamava, mas, quando me aproximei dele, entendi que o “doutor” como ele se referia a nós, cabia muito mais ao cidadão Pedro Revoltoso que a este seu amigo. Na verdade, ele foi em vida, um verdadeiro “doutor” desta, pelo seu jeito de ser, de tratar a esposa, os seus filhos e aqueles que tiveram o imenso privilégio de gozar da sua amizade.

Mas, quero falar em dois tempos do Pedro Revoltoso que assim o conheci e de quem tive o privilégio de ser um dos seus bons e grandes amigos.

No primeiro tempo, ainda garoto e levado pelo meu pai ao Estádio Higino Pires Ferreira para assistir aos grandes jogos dos anos 60 e uns poucos dos anos 70, via este cidadão com a sua imensa energia e força dirigir no apito os grandes duelos do futebol cajazeirense e aquelas partidas que tradicionalmente as chamamos de amistosos ou intermunicipais e/ou interestaduais. Ali se configurava o verdadeiro Pedro Revoltoso, enérgico, durão, disciplinador e que cumpria rigorosamente as leis do futebol.

Pedro Revoltoso. O último, vestindo a camisa
do Atlético Cajazeirense de Desportos
Depois, já na fase da adolescência, vi e acompanhei Pedro Revoltoso como um sério trabalhador nas portarias dos clubes sociais, mais notadamente no Cajazeiras Tênis Clube. O tempo passou, fui para a capital para concluir os estudos do segundo grau e buscar uma graduação via vestibular, terminei esta fase e voltei para Cajazeiras e reencontro Pedro Revoltoso cada vez mais ativo e altivo e foram as suas “rifas” que nos aproximou. Logo pensei, vou ajudá-lo e, assim me tornei um “freguês” e aqui acolá lá chegava Pedro Revoltoso na minha residência trazendo a minha sorte, aliás, foram muitas as vezes.

Zé Gonçalves e Pedro Revoltoso
No segundo tempo, que veio com o meu trabalho nas pesquisas sobre o futebol cajazeirense, vi e ouvi muitas histórias e estórias sobre Pedro Revoltoso, e neste caso me reporto ao saudoso Aranha que sempre enaltecia o futebol jogado pelo companheiro no Atlético dos anos 50, depois, a mesma coisa me falaram Tantino Cartaxo e Diá.

Na vez de falar com Pedro sobre o Atlético Cajazeirense de Desportos e a sua participação no futebol local, não resta a menor dúvida que foi um jogador de um potencial a se considerar. Jogou no Vasco de Edson Feitosa e no Atlético e, nesta fala, comentou com imensa alegria o seu forte laço de amizade com o empresário João Claudino a quem tratava como um pai, um irmão.

Pedro Revoltoso se foi é verdade, mas deixa-nos um legado de amor à família, aos amigos e a Cajazeiras. Cabe-nos reverenciar este homem que, de fato, foi um verdadeiro cidadão de Cajazeiras.



fonte: blog setecandeeiroscajá

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