sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Círculo Operário dos Trabalhadores e Grêmio Artístico Cajazeirense

por Cleudimar Ferreira


Sede do Grêmio Artístico Cajazeirense, fundado em 05 julho de 1925.

A fundação dessas duas instituições em Cajazeiras, possibilitou o acesso dos trabalhadores da época, a um melhor aprendizado sobre o trabalho e a sua importância para sociedade. Por esse motivo, as entidades eram voltadas para o lazer, organização e qualificação dos trabalhadores da cidade.  

Os ideais trabalhistas, debatidos e discutidos nos encontros que aconteciam nas dependências das duas instituições, visavam organizar os trabalhadores em suas diversas categorias, discriminadas nas funções de alfaiates, carpinteiros, mestres de obras, guarda-livros, entre outras, com o intuito de reivindicar melhorias, como o fechamento do comércio aos domingos.

Essas ações, era regularmente concatenadas em conjunto com a Associação dos Trabalhadores do Comércio. O Círculo Operário dos Trabalhadores Cristãos, iniciou suas atividades em 31 de maio de 1925 e o Grêmio Artístico Cajazeirense, no dia 05 de junho do mesmo ano. 

A edificação do nosso Círculo Operário, foi erguida pela primeira vez no mesmo local onde se encontra estalada até hoje. Ou seja, na rua Pedro Américo, por trás do prédio de São Vicente, onde por muito tempo foi a residência das Irmãs Carmelitas. Sua construção e fundação oficial datam de 26 de junho de 1925. Porém há divergências quanto a esta data, pois há quem assegure, que a sua instalação possa ter ocorrida antes em 31 de maio. 

O Grêmio Artístico, era uma entidade que agregava artesãos, artistas e similares, fundada por Mestre Enéas, um alfaiate a frente do seu tempo, dotado dos ideais socialistas. Ainda com relação ao Grêmio Artístico, Silvia Filho (1999), expõe que umas das principais preocupações do sodalício era preservar o bem-estar das famílias dos trabalhadores, fornecendo educação ao trabalhador e sua família, bem como, a tomada de medidas assistências de ajuda financeira no caso de doenças.



Frontão da sede do Círculo Operário dos Trabalhadores 

Por sua vez, o Círculo Operário, era uma organização de trabalhadores voltada para a orientação do catolicismo. Agregava trabalhados excluídas das demais associações classistas existentes na cidade. A entidade tinha o Bispo Diocesano Dom Moisés Coelho, como um dos principais simpatizantes. 

As atividades implementadas pelo Círculo Operário, eram repletas de doutrinamento católico, visando sempre manter no seu associado um comportamento social diferenciado, longe dos vícios, afastando-os dos costumes comuns. Em suma, o objetivo principal era afastar o trabalhador cajazeirense da preocupante estatística de analfabetismo que assolava a população sertaneja, além de distanciar o trabalhador dos ideais socialistas, já em evidência em alguns setores da sociedade sertaneja da época.

Visão geral da sede do Círculo Operário dos Trabalhadores 

Embora as cartas de intenções do Grêmio Artístico e do Círculo Operário fossem diferentes, na prática, as atividades das duas instituições eram as mesmas, com poucas diferenças. O Círculo Operário era uma espécie de Sesc hoje, encarregado de um modo geral, de fazer a promoção social do trabalhador. 

Enquanto para o Grêmio Artístico, atribuía-se a função que tem o atual Senac, de aperfeiçoador e qualificador da mão de obra comercial, através da promoção de cursos e similares, mas sempre fundamentadas nos preceitos católico-cristão e na ajuda humanitária-assistencialista, integrando seus associados nas discussões políticas e sociais da cidade, que em sua maioria, eram geradas a partir das ações humanitárias, presentes nas duas instituições, principalmente no Círculo Operário.

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Referencia: 
FILHO, Severino Cabral. A trajetória da Panificação em Cajazeiras
DA SILVA, Josier Ferreira. O Círculo Operário de Barbalha como expressão do catolicismo social na educação e na cultura.

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