Diploma de Deputado Constituinte |
Sobre o ex-prefeito Celso Matos Rolim
por: C l e u d i m a r F e r r e i r a
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Celso Matos
Rolim foi médico e político. Nasceu em Cajazeiras em 1888. Era filho do Cel. Joaquim
Gonçalves de Matos Rolim - Coronel Matos e Maria Idalina de Albuquerque Cartaxo
- Sinhazinha. Era casado com Eunice de Medeiros Matos e teve dois filhos:
Marinice e Celso Filho. Formou-se em medicina em 16 de março de 1927 pela
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, hoje, Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ e logo depois iniciou suas atividades profissionais em
Cajazeiras. Foi um dos precursores da formação e construção do Hospital
Regional de Cajazeiras e é autor de um trabalho biográfico sobre seu pai, o
qual foi lido na abertura do centenário de nascimento do coronel Matos,
festivamente comemorado em 1968. Participou do Movimento que conduziu Getúlio
Vargas ao poder em 1930. Integrou a Assembléia Constituinte entre 1935 e 1937,
como Deputado Constituinte Estadual da Paraíba, diplomado pelo Tribunal
Regional de Justiça Eleitoral em 14 de outubro de 1934. Após seu pai Cel.
Joaquim Matos ter pedido demissão do cargo de Prefeito de Cajazeiras, em 10 de
dezembro de 1937, Celso Matos é agraciado pelo seu genitor sendo nomeado Prefeito
de Cajazeiras para o triênio 1937/1940.
Além das
atividades comerciais, negociava também com algodão, comprando-o em caroço, que
depois de beneficiado era exportado para Mossoró, em lombo de burros.
O Coronel Matos
sofreu um acidente, no dia 3 de fevereiro de 1940, na Avenida Atlântica, no Rio
de Janeiro, atropelado por um automóvel, às nove horas da noite, quando tentava
tomar um ônibus para se dirigir ao Hotel Castelo onde estava hospedado. Uma
ambulância o transportou para o hospital, Miguel Couto, na Gávea, em estado
comatoso. Depois foi transferido para a Casa de Saúde São Geraldo, onde
faleceu, às cinco horas da manhã, do dia 5 de fevereiro, depois de receber os
sacramentos do Padre Manuel Gomes, cajazeirense que residia no Rio de Janeiro.
Cel. Joaquim Gonçalves de Matos Rolim
por: J o s é A n t ô n i o d e A l b u q u e r q u e
por: J o s é A n t ô n i o d e A l b u q u e r q u e
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Joaquim
Gonçalves de Matos Rolim (Coronel Matos), nasceu em Lavras da Mangabeira, em 4
de julho 1868, vindo para Cajazeiras com 12 dias de nascido e no dia 26 de
julho de 1893, com vinte e cinco anos de idade, casou-se com a cajazeirense
Maria Idalina de Albuquerque Cartaxo (Sinhazinha), de 17 anos de idade, filha
de Emídio Emiliano do Couto Cartaxo e Idalina Felinta de Albuquerque. O Coronel
Matos era bisneto de Vital de Sousa Rolim, fundador de Cajazeiras.
Deste casamento
do Coronel Matos com Idalina nasceram seis filhos: Adalgisa Matos de Sá, Ceci
Matos Brocos, Cíntia Matos Mendonça, Rosa Matos Braga, Dr. Celso Matos Rolim e
Idalina Matos Cartaxo (Ilina).
Em julho de
1968, a cidade de Cajazeiras comemorou festivamente o Centenário de nascimento
do Coronel Matos, dando-lhe o nome a uma praça e erguendo um busto em sua
homenagem. Estas homenagens, mais do que merecidas, resgataram toda uma
trajetória de luta, empreendidas pelo Coronel Matos na economia e na política,
em defesa de Cajazeiras.
O Cel. Matos, no
dia 2 de agosto de 1888, com a idade de 20 anos abriu a sua loja na Rua Padre
José Tomaz para depois se mudar para outro local situado na Rua Estreita, hoje Rua
Coronel Juvêncio Carneiro, esquina com a Praça Coração de Jesus, que foi
demolido, para permitir o alargamento da entrada naquela via pública.
O Coronel Matos
sempre evoluindo nas suas atividades comerciais, tornou-se, então, um dos mais
conhecidos e acreditados comerciantes de Cajazeiras. Com sua extraordinária
visão, foi o pioneiro da industrialização dos produtos e subprodutos do algodão
nesta região. A Usina Santa Cecília, organização industrial fundada por ele, no
ano de 1924, beneficiava algodão, fabricava óleo, sabão e torta de semente de
algodão, em larga escala. Mantinha grandes relações comerciais com o exterior:
Alemanha, Inglaterra, Dinamarca, França, Estados Unidos e México, além do
mercado interno cujos negócios se ampliavam pelos Estados do Rio Grande do Sul,
Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
A crescente
evolução financeira dos negócios do Cel. Mato tornou-o uma figura de destaque
no mundo social, econômico e político de Cajazeiras conhecido como o
capitalista número um de nossa terra.
Com todos esses predicados,
o nome do Cel. Matos, foi o escolhido pelos correligionários do Partido Popular
Cajazeirense, como candidato a prefeito, cuja eleição foi realizada no dia 9 de
setembro de 1935, a 1ª eleição direta do município de Cajazeiras. O mesmo foi
eleito com 660 votos, contra seu opositor, Doutor Vital Cartaxo Rolim, que
obteve 345 votos. Assumiu a prefeitura no dia 14 de dezembro de 1935. A
oposição não se conformou e recorreu da decisão da Junta Apuradora Local e no
dia 15 de janeiro de 1936, o Tribunal Eleitoral manteve a decisão da Junta
Apuradora que diplomou o Cel. Matos como prefeito, eleito pelo Partido Popular
Cajazeirense. O recurso foi interposto pelo Dr. Vital Rolim, candidato da
Legião Católica, que alegou impedimento do Juiz de Direito Bel. Joaquim Victor
Jurema para organizar as mesas eleitorais, por ser pai do candidato, Dr.
Otacílio Jurema; ainda que o Padre Abdon Pereira, com apenas 18 dias de
transferido não podia votar; que o Dr. Arnaldo Leite, na qualidade de parente
do candidato a prefeito, não podia presidir uma mesa eleitoral e ainda, que o
Coronel Matos era empresário e que este fato apresentava-o com vantagem sobre qualquer
outro candidato. No dia 31 de março o STE, não tomou conhecimento das razões
alegadas, mantendo a decisão da primeira instância.
Acabada a
eleição esqueceu todo o rancor da luta. Administrou a cidade sem ódios e
realizou uma profícua administração, cujas obras destacam-se: reorganizou as
finanças e crédito da fazenda municipal, amortizou a dívida pública, construiu
um açougue público, uma obra monumental, orçada em 250 contos de reis. Calçou
as ruas Padre Rolim, Vidal de Negreiros, Avenida Presidente João Pessoa e Padre
José Tomaz e as travessas Santa Terezinha e Francisco Bezerra.
Em 10 de
dezembro de 1937, Coronel Matos pede demissão do cargo de prefeito, sendo
nomeado o seu filho o médico Celso Matos Rolim.
O corpo do Coronel
Matos foi translado do Rio de Janeiro, a bordo do Vapor Itaipé, no dia 11 de
fevereiro. No dia 14, durante demora do Itaipé, no Porto de Salvador, o Dr.
Bandeira de Melo, organizou homenagens fúnebres e foram celebradas duas missas
em sufrágio da alma do falecido. No dia 16, o Vapor Itaipé atracou no Recife às
sete horas da manhã e no dia 17, às dez horas da manhã, o cortejo chegou a
Cajazeiras e seu corpo foi velado na Catedral. O sepultamento ocorreu no dia
18, depois da celebração de uma missa presidida pelo bispo diocesano Dom João
da Mata Amaral para sem seguida ser sepultado no cemitério Coração de Maria,
com o comparecimento de cerca de seis mil pessoas e inúmeras autoridades.
Os jornais da
época publicaram que o Coronel Matos foi uma grande perda não só para a sua
família, mas para o município e o Estado e que era um expoente máximo de honra
e operosidade. Uma grande parte
do progresso de Cajazeiras deve-se ao Coronel Matos.
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