Em 1978, (não sei precisar a data certa), portanto há 35 anos, o Jornal A União, através de release produzido pelo correspondente local, registrou em uma de suas edições, um dos momentos da luta da classe teatral de Cajazeiras em prol da construção de um teatro na cidade. Um sonho que só veio se tornar realidade, seis anos depois, em 1984, durante a gestão do governador Wilson Braga, frente ao governo do Estado.
No caso do recorte acima, o termo 'Teatro de Bolço' foi uma aparente modéstia criada pelo ator e diretor cajazeirense Ubiratan di Assis, que diante das dificuldades que apresentava o seu sonho de ver realizada a construção de um teatro na cidade, diminui o seu sentimento em relação a essa demanda, criando uma política apelativa de convencimento do poder público, para construção de pelo menos um espaço menor, mais intimista, onde os grupos amadores pudesem apresentar suas peças de teatro.
Para compreender um dos caminhos cruzados que caracterizou o percurso que a classe teatral cajazeirense teve que andar, até a construção do seu teatro em 1984, nesse ano de 1978, quem governava a Paraíba era o ilustre homem da terra, Ivan Bichara Sobreira. Escritor, intelectual, homem culto, aparentemente dotado de sensibilidade, um ser humano ligado à cultura e as artes.
Entretanto, Ivan Bichara com todo esse perfil, não foi suficiente e nem fator compreensível para entender a reividicação dos nossos atores amadores. A sensibilidade para encarar a causa, como uma necessidade do teatro de Cajazeiras, ou seja, para determinar o governador - filho de Cajazeiras, da importância que era a construção de uma casa de espetáculo cênico da cidade, cuja produção teatral já se tornava destaque entre as principais cidades no interior do Nordeste, veio de outra seara, aparentemente até então desassociado do perfil que apresenta Ivan Bichara.
Foi preciso que o destino fosse buscar em Conceição, um homem para administrar o estado paraibano. E esse homem, mesmo sem ser escritor; sem ser intelectual; aparentemente rude em se tratando da lida com as atividades artísticas teatrais; sem a vivência habitual com essa habilidade cênica; sem ter muita intimidade com a cultura; entendesse os sentimentos e os reclames da classe teatral de Cajazeiras e passasse a encarar essa luta dos nossos atores amodorres como mais seriedade e solidariedade.
Portanto, o que levou o governador Wilson Leite Braga a mandar construir o sonho de muitas décadas, da prole teatral de Cajazeiras, foi sua coragem de enfrentar junto com nossos atores, uma luta que não pertencia tão somente a classe teatral, mas a sociedade cajazeirense em seu todo. O governador teve pulso, foi corajoso. Por tudo isso, o teatro de Cajazeiras deve muito ao Governador Braga, por ser o homem que mandou construir o tão almejado Teatro de Íracles Brocos Pires - Teatro ICA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário