Cajazeiras tem na atividade de
cinema uma história significativa, bem parecida com as das grandes cidades,
onde as salas de exibições modificavam a paisagem urbana com suas mensagens
publicitarias e merchandisings avivadas, coloridas, anunciando os filmes em
cartaz.
Desde o libanês João Bichara
até as últimas imagens exibidas no Cine Éden, antes do seu fechamento no final
dos anos 80, Cajazeiras sempre foi destaque entre as principais cidade da
região, por ter três cinemas em atividade e mais um clube de cinema – o
Cineclube Wladimir Carvalho, por sinal, um dos primeiros a ser criado e
consequentemente, um dos mais atuante na Paraíba dos anos 70.
Esse legado não tinha sido o
bastante até aqui, para sensibilizar o poder público, da necessidade de se
manter essa hegemonia, trazendo de volta a cidade, pelo menos uma sala de
exibição, com uma programação diária, como era no passado e como tem acontecido
nos últimos anos, em algumas cidades, onde há prefeitos em sintonia com a
cultura dos seus municípios.
O projeto de transformação do
Centro Cultural Zé do Norte em cinema, passou a ser a esperança da volta da
tradição dos cinemas de ruas a cidade, mas passou a ser também motivo de
expectativa de como seria essa nova sala de exibição, tão bem desenhado no projeto gráfico, mostrado nas redes sociais. Agora, com mais de um ano de trabalho no local, a propagada reforma anunciada na administração que passou, chegou ao fim na gestão atual, coberta de expectativa pela classe artística local.
Com a entrega das reformas,
segunda-feira (18) passada, percebeu-se que a tão sala de exibição esperada, é
apenas um espaço multiuso, que mais parece um miniauditório adaptado para
palestras, uma estrutura com praticavél e fundo adaptada para receber imagens projetadas por
projetores datashows, cujas imagens são limitadas e a resolução também. Ou
seja, com aspectos estéticos bem diferente de uma sala de exibição
convencional, regular, distante das verdadeiras salas, com suas telas panorâmicas, como apresentava no passado os três principais cinemas que havia em Cajazeiras.
Mas, tudo bem. Já é um grande
passo para ter no futuro, quem sabe, um grande cinema na cidade. Cajazeiras está se tornando uma metrópole, tem arranha-céus por todos os lados, os shoppings centers estão chagando; quem sabe aparece um empresário com interesse em instalar salas de cinema na cidade! Portanto, vamos esperar. Quanto a equipamento inaugurado, melhor assim
do que não ter nada. É mais um espaço que pode ser usado para locações de um
cineclube; para pequenos ensaios de peças de teatro e exibições de filmes
educativos, institucionais, sem necessariamente ter a qualidade das imagens que o cinemão oferece.
Já falei em outros escritos
que publique, que Cajazeiras com terra da cultura; que já redeu mais de seis
atores para o estrelato no cinema brasileiro e na dramaturgia, não merece viver
de minúsculos espaços multifuncionais. Pela sua grandeza como polo produtor de
cultura precisa ser maior, ser destaque na Paraíba, por construir espaços
consideráveis que chame a atenção, tal qual tem sido as produções e os feitas
da sua classe artística no cenário nacional.
O novo Centro Cultural Zé do Norte que agora
vai será chamado Cine Centro Cultural Zé Norte, foi completamente reformado,
ampliado e transformado em sala de cinema também. A entrega aconteceu as 16h30, com a
presença de membros da cultural e das artes da cidade cajazeirense.
Além de mais um equipamento de
cultura, o novo Cine Centro Cultural Zé do Norte, será um espaço de uso para os
artistas da terra, que tem enfrentado dificuldades para realização de ensaios e
exposições dos seus trabalhos, muitas vezes tendo que dividir seus espaços de
ensaios no Teatro Ica com artistas de outras regiões circunvizinhas a
Cajazeiras.
Com o miniteatro reformado, os
artistas agora poderão usufruir do espaço para pautas puramente locais, dentro
de um cronograma estabelecido pela própria secretaria de cultura do município
que ficará à frente da gestão. A sala de cinema tem uma média de 58 assentos e recebeu
o nome da atriz cajazeirense Marcélia Cartaxo.
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