Bosco
Barreto, advogado e político cajazeirense, destacou-se nas décadas de 70 e 80
pela atuação destemida e firme em defesa de melhores condições de vida para a
população sertaneja. Foi uma voz aguerrida na Assembleia Legislativa da Paraíba
ao tempo em que exerceu o mandato de deputado estadual (1975/78),
credenciando-o a disputar a eleição para senador pela
sublegenda do MDB. Havendo sido o segundo mais
votado do seu partido, passou a ser suplente do senador
eleito, Humberto Lucena.
Em
1981, quando da visita do Ministro Mário Andreazza à Paraíba, em
missão oficial do governo para observar a crise social provocada pela
seca, Bosco fez um forte pronunciamento crítico à atuação daquela autoridade
e do governador Tarcísio Burity, no trato das questões
relacionadas ao flagelo da seca em nosso Estado.
Foi o
suficiente para que se visse indiciado em inquérito baseado na Lei de Segurança
Nacional, por ofensa à dignidade do Ministro
e do Governador e incitamento implícito ao saque de bancos oficiais.
Convocado várias vezes para depor, Bosco Barreto não compareceu às audiências.
Em razão disso, teve sua prisão decretada, o que aconteceu na manhã de 23 de
julho, em Cajazeiras, de onde foi conduzido para o Departamento da Polícia
Federal, em João Pessoa.
A
notícia agitou os meios políticos paraibanos. Ao chegar à sede da Polícia
Federal, após cumprir os procedimentos de exame de corpo de delito no IML,
disse que não iria prestar nenhum depoimento porque considerava sua prisão
ilegal. Manteve-se assim durante o tempo em que esteve preso, recusando-se a
responder às perguntas que lhe foram feitas no interrogatório, reafirmando seu
propósito de só falar na Justiça Militar, em Recife. Não aceitou as
refeições oferecidas, ensaiando a deflagração de uma greve de fome.
No
entanto, logo que tomou conhecimento da prisão, o senador Humberto Lucena
enviou telegrama ao Ministro da Justiça, Abi-Ackel, lamentando a ocorrência
“pelo simples fato de não haver atendido às intimações para depor em processo
que o enquadrava na LSN, face à sua firme e decidida atuação em defesa de
justas e legitimas reivindicações da população sertaneja, atingida pela seca no
terceiro ano consecutivo”.
Foi
grande a movimentação na Polícia Federal, recebendo a visita de lideranças como
Pedro Gondim, Antônio Mariz, Carneiro Arnaud, Ruy Gouveia, entre outros. A
forte ação política permitiu que sua prisão fosse relaxada na manhã seguinte,
logo após seu interrogatório, ainda que tivesse se mantido calado.
Em sua
cidade natal, Cajazeiras, a população promovia um ato público em protesto à sua
prisão. Ao ser informada da sua soltura, decidiu esperar o seu retorno,
oportunidade em que foi recebido efusivamente por seus conterrâneos.
O
episódio mais uma vez marcou a personalidade corajosa e combativa dessa
liderança política que fez história no sertão paraibano.
8 comentários:
Pena que a safra de grande politicos e pessoas do bem seja tão pequena.
Me orgulho em ser sobrinha desse grande homem sempre preocupado com o bem social.
Obrigadão pela homenagem
Grande senhor do bem este personagem.
Espero que mais Bosco Barreto existam.
Espelho para a nossa geração.
Conheci e votei em Bosco Barreto.
Foi o maior e mais combatente político de Cajazeiras-Paraíba, e, jamais surgirá alguém com as qualidades daquele preclaro e brioro orador. Como advogado sempre esteve do lado das classes menos favorecida.
Ele dizia: MEUS IRMÃOS, MINHAS IRMAZINHAS TAMBÉM.
Outra frase: Cajazeiras de Amor.
Saudosa lembranças dos "comícios nos anos de 1972 e 1972 - na praça Camilo de Holanda e Praça João Pessoa.
DR. EDUVIRGE MARIANO - Advogado Cajazeirense - Militante em Porto Velho-Rondônia desde maio de 1984.
Conheci, admirava e votei naquele erudito político sertanejo.
Foi o maior e mais combatente político de Cajazeiras-Paraíba, e, jamais surgirá alguém com as qualidades infidáveis daquele saudoso, preclaro, brioso e rutilante orador.
Como advogado sempre esteve do lado das classes menos favorecida, do homem sertanejo, e das mães de família - como ele mesmo dia.
Suas afirmativas célebres: MEUS IRMÃOS, MINHAS IRMÃZINHAS TAMBÉM.
Outras saudações notáveis proferida por ELE foram: 1) -Cajazeiras de Amor. 2 - Sem ódio e sem medo.
E as músicas: "eu não voto na arena pra não morrer de antipatia, porque este "povo da arena tá com a gota serena e é uma briga todo dia".
Saudosa lembranças dos "comícios nos anos de 1972 e 1974 - que eram realizados nos seguintes locais: praça Camilo de Holanda, Praça João Pessoa, Próximo a Cadeia Pública, Praça Padre Cícero, Bairros Capoeiras, Bairro dos Remédios e Rua Dr. Coelho".
Foi um importante político da ALA AUTÊNTICA DO MDB, e destacou-se como os saudosos deputados federais Lysâneas Maciel (Eleito pelo então estado da Guanabara), e Amauri Muller (deputado pelo Rio Grande do Sul).
DR. EDUVIRGE MARIANO - Advogado Cajazeirense - Militante em Porto Velho-Rondônia desde maio de 1984.
Bosco Barreto foi marcante naquela geração cajazeirense de 70. Cheguei a essa cidade do alto sertão no auge da campanha política para prefeito: Bosco x Quirino. Conheci Bosco no dia-a-dia da disputa política. Inteligente e de bom coração. Falava ao sentimento do povo. A derrota foi uma fatalidade política que nos decepcionou.
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chicary@uol.com
Sinto muita falta de meu pai.
Ainda hoje guardo a obra de Neruda que "Bosquito" me deu: Confesso que vivi
Ninguém pode imaginar o que a dor de sua perda ocasionou na minha vida.
Lembro-me até hoje de frases como
- Manzuá! - Operação chuva!
Além é claro de - meus irmão e minhas irmanzinhas
Quem tiver registros sobre a vida dele e quiser me enviar ficarei muito grato
e-mail: pipocodotrovao@pop.com.br
Obrigado
Jesus Pablo dos Guimarães
José Trajano - Auditor TCEPB.
Quando tinha dez anos e estudava no Grupo Escolar Milanez, lembro-me de algumas manifestações encabeçadas por Bosco Barreto. O tempo está passando e grande parte do seu legado está sendo esquecido. Encontro poucas referências sobre essa grande figura. Se eu não estiver enganado, acho que a eleição que tomaram de Bosco Barreto para Prefeito foi contra Antônio Quirino de Moura.
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