porHélio Costa
Nos dias atuais, a arte
enfrenta um cenário desafiador que vai além das questões criativas e estéticas.
Para muitos artistas, a luta pela sobrevivência financeira é tão intensa quanto
a busca pela expressão de suas ideias. Em um mundo onde a visibilidade e a
valorização do trabalho artístico são frequentemente negligenciadas, torna-se
imperativo que os governos desenvolvam políticas de amparo que garantam um
suporte sólido para aqueles que vivem da arte.
A realidade é que muitos
artistas dependem exclusivamente de suas obras para sustentar suas vidas. No
entanto, a escassez de espaços para exposição, somada à falta de incentivos
financeiros, transforma o exercício artístico em uma atividade repleta de incertezas.
A ideia de que a arte deve ser uma vocação pura, desvinculada de questões
financeiras, é uma noção romântica que não se sustenta diante das necessidades
práticas dos criadores.
Uma política governamental
eficaz poderia estabelecer uma rede de apoio que não apenas ofereça espaços
para exposição, mas também promova a visibilidade das obras, garantindo que os
artistas recebam uma contrapartida financeira justa por seu trabalho. Isso
poderia incluir desde a criação de editais de fomento e aquisição de obras até
a organização de feiras e festivais que valorizem a cultura local, atraindo a
atenção do público e, consequentemente, de compradores.
Além disso, o suporte pode se
estender à formação e capacitação dos artistas, proporcionando-lhes ferramentas
para navegar no mercado e desenvolver habilidades empreendedoras. A articulação
entre artistas e instituições culturais deve ser incentivada, criando um
ecossistema que favoreça a troca e a colaboração. Em vez de ver a arte como um
produto isolado, é fundamental reconhecê-la como parte de uma cadeia produtiva
que gera emprego, educação e desenvolvimento social.
A pandemia de COVID-19
evidenciou ainda mais as fragilidades do setor cultural. Muitos artistas se
viram sem alternativas de renda e sem a possibilidade de expor suas obras. Em
resposta, iniciativas comunitárias e coletivos emergiram, mostrando que a solidariedade
é uma força poderosa. Contudo, essa rede informal não substitui a necessidade
de uma estrutura governamental que ofereça segurança e estabilidade.
É hora de os gestores públicos
e a sociedade em geral reconhecerem o valor da arte como um bem vital para a
cultura e a identidade de um país. Investir em políticas de apoio ao artista é
investir no futuro da nossa expressão cultural. A arte não deve ser apenas um
passatempo, mas sim um pilar da economia criativa, capaz de gerar transformação
social e econômica.
Que este seja o momento de
reflexão e ação. A construção de um ambiente onde os artistas se sintam seguros
para criar e prosperar é uma responsabilidade coletiva. A arte precisa de
espaço, e esse espaço deve ser garantido por políticas públicas que reconheçam
e valorizem o potencial transformador da criatividade humana.
deixe o seu C O M E N T Á R I O
Nenhum comentário:
Postar um comentário