terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
domingo, 17 de fevereiro de 2013
O Ataque de Sabino Gomes
Talvez tenha partido da imprensa do Ceará, a primeira informação acerca daquela agressão a Cajazeiras. Digo talvez por que ainda não tive condições de realizar pesquisa mais ampla nos jornais da época. Mas é certo que o diário “O Nordeste”, órgão da diocese de Fortaleza, por exemplo, noticiou o fato logo no dia seguinte, ainda que com dados precários, sujeitos à correção, como se pode ler na matéria sob o título de “A próspera cidade de Cajazeiras, na Paraíba, é atacada pelo grupo de Sabino Gomes”, veiculada no dia 29 de setembro, a partir de informe telegráfico recebido de Lavras da Mangabeira:
“A cidade de Cajazeiras foi surpreendida, ontem, por um ataque de 38 cangaceiros, chefiados por Sabino Gomes, resistindo até às 22 horas, quando os bandidos, dando-se por vencidos, retiraram-se, tomando a direção do Cariri. Houve três mortes e duas casas incendiadas. Na Estrada de Ferro conseguimos colher os pormenores que se seguem enviados pelo telegrafista da estação da via - férrea Ceará/Paraíba, ali existente”. “Cajazeiras - 29. Ontem às 14 horas o bando do terrível Sabino Gomes, comparsa de Lampião, passou em Baixa Grande, a duas léguas daqui, em viagem para esta cidade, tendo ali assassinado pai e filho, Raimundo Casimiro e Francisco Casimiro, por não terem os mesmos a importância que os facínoras exigiram.
Às 17 horas alcançaram a residência dos doutores Coelho Sobrinho e José Almeida, estando presente o doutor Abdiel, os quais, para garantia e honra das suas famílias deram joias e dinheiro que somaram a mais de três contos de réis, incluindo o anel do engenheiro de um deles. Na mesma rua mataram o soldado Domingos Monteiro, o alfaiate Eliezer Alexandre e Cícero Corneteiro.
Os prejuízos dos roubos e incêndios são superiores a 50 contos de réis. Na entrada do comercio mataram os bandidos uma criança de dez anos. Assaltaram depois a residência do coronel Sobreira, o qual, não se sujeitando à quantia exigida foi atacado à bala, reagindo, havendo forte tiroteio. Os bandidos não conseguiram entrar no comercio, devido à forte resistência da população”.
No dia seguinte, 30 de setembro, “O Nordeste” comenta que “A população defendeu galhardamente o comercio, resistindo e repelindo a ação dos bandoleiros que recuaram, conduzindo três companheiros feridos. Os doutores Coelho Sobrinho, Abdiel Ferreira e José Almeida foram as primeiras pessoas atacadas, sendo o segundo roubado em um anel de engenheiro no valor de oitocentos mil réis”.
No correr do mês de outubro de 1926, vários números daquele jornal continuaram a repercutir a ação dos bandoleiros, sempre ressaltando a audácia do ataque a Cajazeiras e a eficácia da resistência civil à investida dos homens de Sabino Gomes.
Documentário "O MENINO E A BAGACEIRA"
Nascido em 1952, Sávio Max
Sobreira Rolim, foi um prodígio nas artes visuais. Com apenas 13 anos, Sávio
Rolim atingiu o estrelato, ele interpretou Carlinhos, o protagonista do romance
homônimo “Menino de Engenho” em 1965, dirigido por Walter Lima, baseado no
livro do escritor paraibano, José Lins do Rego, no qual, com carisma distinto,
contracenou com atores/atrizes famosos: Geraldo Del Rey, Anecy Rocha, Maria
Lúcia Dahl, Antônio Pitanga - pai da atriz, hoje, Camila Pitanga e Rodolfo
Arena; entusiasmando a crítica e o público.
Sávio Rolim, filho de Nélson
Sobreira Rolim que, nos anos 40/50, mantinha na cidade uma fábrica de tintas,
situada perto do balde do Açude Grande. Nelson, pai de três filhos: Epifânio
Sobreira - o Sobreirinha, o próprio Sávio e sua irmã Sônia, cuja beleza, na
época, encantava a juventude cajazeirense e que, também, fez parte do elenco do
filme! Essa família morava na Rua Padre Rolim, casa nº 1, atrás da Igreja Nossa
Senhora de Fátima.
O garoto SÁVIO, foi escolhido
para o papel principal do écran – Carlinhos – em teste realizado no Teatro
Santa Roza, revelando sua capacidade interpretativa e tornando-se,
posteriormente, o símbolo mesmo do filme, com o talento reconhecido pela mídia
e pelo público de todo o país.
Sávio participou de seis filmes:
“Menino de Engenho”, em 1965, de Walter Lima; “Amor em Quatro Tempos”, de
Vander Silvio, em 1970; “Leão do Norte”, de Carlos Del Pino, em 1974; “Soledade
a Bagaceira” de Paulo Thiago, em 1974; “Bonitinha, mas Ordinária”, de Braz
Chediak, em 1981; “Memórias do Cárcere”, de Nélson Pereira dos Santos, em 1984.
Em 2017, estaria com 67 anos de
idade. Muitos já o viram perambulando anonimamente, quase flagelado, pelas ruas
de João Pessoa e de outras cidades nordestinas. Constata-se hoje que ele não
conseguiu desenvolver sua carreira artística com o mesmo brilho inicial, sendo
condenado ao esquecimento e a difíceis condições de subsistência. Havia
notícias de que ele, ultimamente, passava por precárias condições de
sobrevivência, sendo confundido com mendigos.
A última vez que o encontrei,
ele morava “de favor” no quintal de uma casa abandonada, situada numa daquelas
sinuosas ladeiras nas proximidades da Basílica de Nossa Senhora das Neves.
Talvez o destino o tenha levado para ali, a fim de que rememorasse os dias de
sua infância, na residência dos pais e irmãos, localizada no início da Rua
Padre Rolim, na primeira casa, já quase na porta da sacristia da Igreja de
Nossa Senhora de Fátima.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Curta metragem será exibido após o carnaval.
O ADEUS AO ATOR GLAYDSTON LIRA
Mais
uma perca do teatro cajazeirense. Dessa vez foi à notícia inesperada da morte
essa semana, do ator e diretor de teatro Glaydston Lira. O ator que viveu por
quatro anos o papel do apóstolo Pedro no espetáculo da Paixão de Cristo,
encenada todo ano em Cajazeiras, foi encontrado já sem vida em sua residência.
Glaydston que teve atuação marcante no elenco do curta-metragem “Mudança”
(click na imagem para ler a sinopse do filme), dirigido por Janduy Acendino e
Marcelo Paes de Carvalho, era também radialista, com passagens pelas emissoras
de rádio "Difusora" e "Oeste da Paraíba", foi fundador do
grupo de teatro, União Teatral Independente (UTI), que sob sua
responsabilidade, montou várias peças, que se destacaram entre as demais
montagens realizadas na região de Cajazeiras. Atualmente, com a crise social
que atingiu a classe artística no país inteiro, provocada pela corona vírus, o
ator fazia bicos como locutor de ponto de venda, nas lojas do comércio de
Cajazeiras e cidades vizinhas.







