Cajazeiras anos 30. Bons tempos... Quem viveu nessa
época teve o privilégio ver a beleza que era o Solar de Joaquim Costa, onde
funcionou por várias décadas o Grande Hotel Cajazeiras.
Edificado em 1917, as características da construção
do velho sobrado, revelava uma fachada com linhas da arquitetura eclética, com
forte influência do neoclássico greco-romana, adornados com elementos
ornamentais, ou seja, beiral com lambrequins dentados (as ‘serrinhas’
decorativas no telhado), balaustrada no andar superior, funcionando como guarda-corpo da varanda. Elementos comums muito usado no ecletismo, detalhe típico e muito presente em casarões urbanos
no Brasil no começo do século XX.
Lamentavelmente o hotel que já não existe mais,
sofreu duas modificações que descaracterizou o seu desenho e as linhas
peculiares da arquitetura de sua época. A primeira modificação ocorreu em 1960 por
intermédio do seu proprietário, o agroindustrial Tota Assis, que
descaracterizou a fachada original do prédio. A segundo, a pouco tempo atrás, modificou toda sua
área, tanto a parte interna como externa para ser transformado em espaços
comerciais.
É a modernidade atropelando a história. Um
procedimento colocado em prática na cidade de Cajazeiras, pelos donos de
imóveis antigos existentes na área urbana do município, que vem ferindo a
década a história e passado de Cajazeiras.
OPINIÃO
Francelino Soares (para o Gazeta do Alto Piranhas)
Não sabemos
como é realmente o relacionamento entre o IPHAEP e o Poder Público Municipal.
Mas, bem que a sociedade poderia cobrar a quem de direito a manutenção e
conservação dos poucos prédios históricos que ainda insistem em “viver”,
embelezando a nossa paisagem urbana.
Bem sabemos que há “interesses periféricos”, talvez
inconciliáveis: proprietários, herdeiros, comerciários e por aí vai… Não
custaria, no entanto, que alguém, talvez num esforço hercúleo, pudesse fazer
algo pela nossa memória telúrica e afetiva.
O chamado solar da família de Joaquim Costa permanece em
nosso imaginário saudosista, bem ali, próximo de onde funcionaram, um dia, o
Hotel Cajazeiras, o Banco do Brasil (hoje estúdio da querida DRC), a agência da
Ford (depois, da Volkswagen), esta última capitaneada pelos irmãos Tota e Zé
Assis.
Depois, Tota Assis passou a residir na Rua Victor Jurema, já próximo do
Hospital Regional de Cajazeiras, tendo como vizinhos Vicente Barreto e Otacílio
Jurema, figuras que também fazem parte de nossa memória.
Foram prédios residenciais, porém igualmente históricos que
deveriam fazer parte de nossa história. Deixamos registradas, nesta Coluna, as
nossas homenagens ao casal Tota Assis e Dona Rosália, que também compuseram o
nosso dia a dia, bem como à sua laboriosa prole: Crizantina, Costinha, Severino
(Dr. Cartaxo), Alexandre, Maria Clara (Clarinha) e Fátima.
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