Rui Leitão
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Não há como discutir a questão
da cidadania sem reconhecer a cultura como um direito básico. Daí a importância
de estimular o desenvolvimento da vida cultural para que se consiga preservar a
democracia. Uma sociedade mais justa não pode prescindir do aprimoramento
individual dos seus cidadãos através da participação no processo cultural que
promova o aprendizado na convivência com as diferenças e adversidades.
A cultura é,
indiscutivelmente, uma ferramenta de inclusão social. Através dela se adquire
identidade, voz e esperança. Em nosso país, a cultura se manifesta de maneira
plural, refletindo nossas tradições e atuando como um poder questionador e
promotor de reflexões. É o que podemos chamar de resistência cultural. Um
movimento pelo qual parcelas da população, ainda que sob pressão, procuram
manter viva a sua cultura, com manifestações que se colocam em oposição a
poderes estabelecidos que adotam políticas repressivas.
Foi assim durante os anos de
chumbo da ditadura militar. Artistas, escritores, músicos, cineastas e
movimentos populares foram à linha de frente do enfrentamento simbólico ao
autoritarismo. O teatro de resistência, a música de protesto, os festivais universitários,
a poesia engajada - tudo isso foi combustível para manter acesa a chama da
liberdade em tempos de censura e repressão. A cultura virou trincheira. O palco
virou palanque. A canção virou manifesto.
Em meio à brutalidade do
regime, o campo cultural se tornou um dos principais focos de rearticulação das
forças democráticas. A arte engajada assumiu papel decisivo na conscientização
da sociedade, muitas vezes em aliança com o movimento estudantil, que também
desafiava o regime nas ruas e nas universidades.
Era o povo aprendendo a
resistir, mesmo sob ameaça. Como seres sociais, somos produtores e guardiões da
cultura. E, por isso, não podemos abrir mão do nosso protagonismo na luta por
uma sociedade mais consciente, inclusiva e plural. Mais do que nunca, é preciso
reafirmar:
Resistir é preciso. Sempre.
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