domingo, 17 de fevereiro de 2013

Documentário "O MENINO E A BAGACEIRA"


O Cajazeirense Sávio Rolim, ator mirim de "Menino de Engenho" também fez teatro e atuou como repórter de jornais paraibanos. De volta à Paraíba, passou a viver em cortiços e fazer bicos para sobreviver. Até a realização deste filme, o ator apresentava sérios problemas de saúde.




Situação do Ator Sávio Rolim Hoje
Francelino Soares (texto publicado em 2017)


Nascido em 1952, Sávio Max Sobreira Rolim, foi um prodígio nas artes visuais. Com apenas 13 anos, Sávio Rolim atingiu o estrelato, ele interpretou Carlinhos, o protagonista do romance homônimo “Menino de Engenho” em 1965, dirigido por Walter Lima, baseado no livro do escritor paraibano, José Lins do Rego, no qual, com carisma distinto, contracenou com atores/atrizes famosos: Geraldo Del Rey, Anecy Rocha, Maria Lúcia Dahl, Antônio Pitanga - pai da atriz, hoje, Camila Pitanga e Rodolfo Arena; entusiasmando a crítica e o público.

Sávio Rolim, filho de Nélson Sobreira Rolim que, nos anos 40/50, mantinha na cidade uma fábrica de tintas, situada perto do balde do Açude Grande. Nelson, pai de três filhos: Epifânio Sobreira - o Sobreirinha, o próprio Sávio e sua irmã Sônia, cuja beleza, na época, encantava a juventude cajazeirense e que, também, fez parte do elenco do filme! Essa família morava na Rua Padre Rolim, casa nº 1, atrás da Igreja Nossa Senhora de Fátima.

O garoto SÁVIO, foi escolhido para o papel principal do écran – Carlinhos – em teste realizado no Teatro Santa Roza, revelando sua capacidade interpretativa e tornando-se, posteriormente, o símbolo mesmo do filme, com o talento reconhecido pela mídia e pelo público de todo o país.

Sávio participou de seis filmes: “Menino de Engenho”, em 1965, de Walter Lima; “Amor em Quatro Tempos”, de Vander Silvio, em 1970; “Leão do Norte”, de Carlos Del Pino, em 1974; “Soledade a Bagaceira” de Paulo Thiago, em 1974; “Bonitinha, mas Ordinária”, de Braz Chediak, em 1981; “Memórias do Cárcere”, de Nélson Pereira dos Santos, em 1984.

Em 2017, estaria com 67 anos de idade. Muitos já o viram perambulando anonimamente, quase flagelado, pelas ruas de João Pessoa e de outras cidades nordestinas. Constata-se hoje que ele não conseguiu desenvolver sua carreira artística com o mesmo brilho inicial, sendo condenado ao esquecimento e a difíceis condições de subsistência. Havia notícias de que ele, ultimamente, passava por precárias condições de sobrevivência, sendo confundido com mendigos.

A última vez que o encontrei, ele morava “de favor” no quintal de uma casa abandonada, situada numa daquelas sinuosas ladeiras nas proximidades da Basílica de Nossa Senhora das Neves. Talvez o destino o tenha levado para ali, a fim de que rememorasse os dias de sua infância, na residência dos pais e irmãos, localizada no início da Rua Padre Rolim, na primeira casa, já quase na porta da sacristia da Igreja de Nossa Senhora de Fátima.


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